O ano em transformações

The New York Times News Service & Syndicate
Shasti O'Leary Soudant / The New York Times

Com exclusividade no Brasil e em português, o UOL apresenta o especial do "The New York Times News Service & Syndicate" O ano em transformações, que analisa momentos decisivos do ano que passou e prevê os eventos transformadores esperados para o ano que entra.

A introdução ao especial fica a cargo de Serge Schmemann, membro do Conselho Editorial do jornal "The New York Times", com o editorial "O ano cataclísmico". Nos links a seguir, o internauta poderá acessar artigos nas áreas mais diversas, como o futuro da imigração, o impacto da robótica no cotidiano e até a busca de uma dieta diversificada.

Boa leitura! 

Um ano cataclísmico

por Serge Schmemann

Este caderno especial reúne os frutos de nossa pesquisa anual sobre “fatores de mudança”, ou seja, eventos, tendências, invenções e ideias que mudarão o rumo de nossas vidas. Descobrimos vários, todos importantes, mas, no fim, 2016 entrará para a história como o momento que revelou a profundidade de nossos medos, de nossa alienação e toda a frustração dos nossos tempos, alterando abruptamente muitas de nossas suposições para o futuro.

Talvez devêssemos ter previsto o que estava por vir. O populismo e o nacionalismo vêm se espalhando por vários cantos do mundo, alimentado pela frustração das pessoas e pela globalização, pela perda da identidade e das certezas morais, pelo medo do terrorismo e das hordas de refugiados. Democracias liberais se fecharam, defensivas, antes que crescesse a popularidade de governantes autoritários. O voto britânico aprovando a separação da Europa sinalizou o poder dessas mudanças; e aí veio a eleição norte-americana.

Como a queda do Muro de Berlim, exatamente 27 anos antes, a eleição de Donald J. Trump para presidente dos EUA foi um cataclisma que acabou reunindo vários movimentos, tendências e sinais quase imperceptíveis que acabaram indicando bruscamente uma mudança irrevogável no rumo de nossa vida. Em 1989, tínhamos certeza de que era para melhor; desta vez, não sabemos.

O que não deixa de ser assustador, pois o que vem por aí talvez nem sempre será bonito de se ver. Porém, desde que o mundo é mundo as coisas sempre progrediram na marra, aos solavancos; e quando se lê os fatores de mudança desta seção, fica evidente que há coisa demais mudando em todas das frentes – clima, robótica, cultura, Hollywood, exploração, política – para que um único líder, ou um único país, ou mesmo um único movimento populista reverta ou impeça essas mudanças por muito tempo.

Podemos lastimar ou dar as boas-vindas à revolução digital, à chegada dos carros autônomos, à mudança social ou o movimento em massa dos povos, mas não podemos impedi-los ou pará-los. O que podemos fazer é tentar fazer com que essas mudanças ajam para melhorar nossa vida e nosso planeta.

O mesmo vale para a democracia. Ela não é uma fórmula fixa de governo, mas sim um estilo de vida que está em constante adaptação e mudança, refletindo nossas maiores esperanças e piores medos – que, no momento, estão à tona, mas, com o tempo, a esperança sempre prevalece.

Por isso, mesmo com esse fator de mudança mais chocante de todos, não devemos nos desesperar.


Serge Schmemann é membro do Conselho Editorial do "New York Times"

Yamil Lage/Agence France-Presse/Getty Images

2016 foi assim

Damon Winter/ The New York Times

Cenário mundial

Josh Haner/The New York Times

Desafios

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Sua vida

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Entrevistas

M. Kornmesser/European Southern Observatory/The New York Times

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