O ano em vídeos

Compilação reúne os eventos e fenômenos mais marcantes de 2016

Arte UOL

Esta compilação faz parte do especial Ano em transformações do "The New York Times News Service & Syndicate" que o UOL publica exclusivamente no Brasil. Ao final desta página você encontrará outros artigos relacionados a esse especial.

Janeiro: Uma nova energia em Havana

Na tentativa de normalizar suas relações historicamente tensas, Cuba e os Estados Unidos restabeleceram compromisso diplomático e estão relaxando gradualmente as restrições sobre comércio e turismo.

Com essas novas oportunidades de contato, muitos americanos e outros estrangeiros começaram a planejar viagens para a ilha do Caribe. Os vários encantos da capital incluem galerias de arte, restaurantes badalados e uma exuberante vida noturna. O primeiro voo comercial dos Eua para Cuba em mais de 50 anos ocorreu em agosto. 

Janeiro: Migração reversa na China

Depois de décadas de crescimento espetacular, marcado pela urbanização e a proliferação de empregos em fábricas, o ritmo da economia chinesa desacelerou.

Conforme fábricas vão sendo fechadas e os empregos na indústria se mudam para países com mão de obra ainda mais barata, grupos de trabalhadores desempregados em cidades como Dongguan encaram a questão de como sobreviver.

Muitos ex-trabalhadores que haviam sido atraídos para áreas urbanas da China pela perspectiva de um emprego começaram uma migração inversa, voltando para suas fazendas familiares, sabendo que lá terão pelo menos os meios básicos para sobreviver. 

Fevereiro: Esquecidos na fronteira turca

No início de fevereiro, a intensificação dos ataques aéreos russos na Síria forçou dezenas de milhares de pessoas a fugirem de suas cidades natais em busca de segurança. Desde o início do conflito, muitos desabrigados sírios seguiram rumo ao norte, em direção à Turquia, na esperança de conseguir asilo lá ou na Europa.

A Turquia, que historicamente sempre recebeu bem os refugiados e abriga uma grande proporção de imigrantes sírios, fechou suas fronteiras completamente em 2015 — exceto para casos de emergências médicas. Mas as pressões dentro da Síria só aumentaram, deixando milhares de pessoas isoladas na fronteira.

Março: As vítimas esquecidas do terror

Em um ano marcado por ataques terroristas em países por todo o mundo, um aparente duplo padrão gerou uma pergunta: por que a comunidade internacional parece se importar mais com algumas vidas do que com outras?

Os ataques suicidas em Bruxelas em março provocaram uma manifestação global de simpatia pelas vítimas, o mesmo acontecendo depois do ataque à boate Pulse em Orlando, Flórida, em junho e o ataque com um caminhão em Nice, França, em julho.

Enquanto isso, países do Oriente Médio, da África e da Ásia estão sob ataque constante, com países como Iraque, Nigéria, Afeganistão, Paquistão e Síria atingidos duramente. As tragédias que afligem esses países, embora mais mortais no total, parecem tocar uma parcela muito menor da atenção internacional.

Abril: O príncipe do pop contagiante

Edifícios, pontes e monumentos em todo o mundo se iluminaram de roxo — cor que era a assinatura de Prince — depois da notícia de que o artista havia morrido no dia 21 de abril em sua casa nos arredores de Minneapolis, em Minnesota.

O cantor, compositor e ícone pop dominou as paradas de sucesso e enfeitiçou a imaginação de muitos durante décadas, equilibrando sucessos de massa com álbuns conceituais experimentais e elaborados. Ele ganhou sete prêmios Grammy e era conhecido por trabalhar em um ritmo furioso e manter o controle quase completo sobre a produção.

A morte de Prince, aos 57 anos, foi um choque para muitos de seus fãs; mais tarde descobriu-se que fora causada por uma overdose acidental de fentanil, um opioide potente. 

Maio: Aleppo sofre uma série de ataques

No espaço de uma semana, no final de abril e começo de maio, mais de 200 sírios foram mortos em uma sequência de ataques à disputada cidade de Aleppo.

As forças governamentais e rebeldes atacaram instalações médicas, acabando com os últimos remanescentes de uma trégua frágil e gerando protestos de grupos humanitários internacionais. Os dois lados negaram ter atingido hospitais, ato que equivale a um crime de guerra de acordo com várias organizações de direitos humanos.

Em julho, as forças do governo começaram um cerco de um mês à cidade síria na tentativa de recuperar o controle de áreas rebeldes, enquanto bombardeios continuavam e a população acabou vendo seu suprimento de alimentos se esgotar. 

Junho: Muhammad Ali: "Qual é o meu nome?"

O americano campeão de boxe Muhammad Ali morreu no dia 3 de junho de choque séptico. Ele sofria do mal de Parkinson havia várias décadas.

Nascido Cassius Clay, Ali foi um herói adorado e um dissidente controverso, um atleta excepcional e uma inspiração para muitas figuras do movimento de direitos civis. Desde sua ascensão à fama nos anos 1960, ele a usou para se tornar uma voz forte e desafiadora para os negros americanos.

Uma declaração do presidente dos EUA, Barack Obama, e de Michelle Obama descreveu Ali como "O Maior" e "um homem que lutou pelo que era certo".

Em 2016, um ano repleto de política dominada por raça e polêmicas, o legado das muitas lutas de Ali permanece presente. 

Junho: Jovens britânicos reagem ao "Brexit"

Enquanto mais de 70% dos jovens britânicos votaram pela permanência na União Europeia, na votação do chamado "Brexit", os eleitores de mais de 50 anos influenciaram com sucesso o resultado do referendo pela saída.

Políticas de imigração da UE, além dos encargos financeiros e da perda de autonomia política imposta pela adesão ao bloco estavam entre as razões que motivaram aqueles que queriam a separação.

Quando os resultados chegaram, muitos jovens se sentiram consternados por ter de enfrentar as potenciais implicações da saída do Reino Unido da UE, tais como perder a livre circulação de mão de obra garantida pela associação e ingressar na força de trabalho em uma economia desanexada do bloco comercial europeu.

Além da divisão de idade, a votação escancarou as fragmentações britânicas entre classes, raças e geografia. 

Julho: Uma discussão sobre o racismo nos EUA

Quando Philando Castile foi morto em seu carro por um policial após ser parado por causa de um farol quebrado nos arredores da cidade de St. Paul, em Minnesota, sua namorada, Diamond Reynolds, imediatamente começou um streaming de vídeo da cena no Facebook Live.

Esse tiroteio fatal e sua gravação, juntamente com a morte de Alton B. Sterling na Louisiana, a morte de Keith Lamont Scott na Carolina do Norte, a absolvição dos policiais de Baltimore envolvidos na morte de Freddie Gray e outros casos de brutalidade policial com afro-americanos reacendeu os protestos do Black Lives Matter por todo o país. 

Julho: Quando Pokémon Go dominou o Central Park

Lançado no início de julho, esse jogo gratuito de realidade aumentada fez os usuários tropeçarem por calçadas e parques em todo o mundo em busca de Pokémons digitais. O jogo, desenvolvido para iOS e Android, incorpora as criaturas animadas em um streaming de imagens na câmera de um telefone.

A preocupação com a segurança dos usuários no trânsito ou com erros técnicos do aplicativo foi abafada por sua popularidade impressionante: "Pokémon Go" chegou a mais de cem milhões de downloads no primeiro mês, tornando-se o jogo de smartphone com o maior número de usuários ativos diários na história dos EUA. 

Julho: Deixado de Fora do Partido Republicano

Na Convenção Nacional Republicana em Cleveland, Ohio, em julho, Donald Trump tornou-se oficialmente o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, recebendo apoio estridente de seus seguidores e uma crescente frieza de republicanos tradicionais.

Muitos líderes de destaque do partido relutantemente o endossaram, mas foram repetidamente forçados a repudiar suas propostas de política extrema e insultos desagradáveis. Enquanto Trump agita a revolta entre sua base formada em grande parte por homens brancos, muitos republicanos começaram a se perguntar o que aconteceu com seu partido. 

Agosto: A Melhor Ginasta do Mundo

Ao ganhar uma medalha de bronze e quatro de ouro nos Jogos do Rio, Simone Biles, 19 anos, tornou-se a ginasta americana mais condecorada e a primeira ginasta feminina a portar a bandeira da equipe dos EUA na cerimônia de encerramento.

Em sua rotina de solo, Simone surpreendeu os fãs com o movimento que leva seu nome, o Biles, uma estendida dupla com um meio-giro em pleno ar, seguidos de uma aterrissagem cega, que lhe garantiu pontos extras. 

Agosto: O poder do Ouro

Rafaela Silva cresceu na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por sua pobreza e criminalidade. Observando sua capacidade atlética natural, seus pais a matricularam em um clube de judô aos cinco anos de idade.

E funcionou: Rafaela teve um crescimento constante no esporte, ganhando uma medalha de ouro no Campeonato Mundial em 2013 e conquistando o ponto mais alto do pódio nas Olimpíadas de 2016. Aos 24 anos, ela foi a primeira atleta brasileira a ganhar uma medalha nos Jogos do Rio 2016 — e virou uma heroína na Cidade de Deus. 

Setembro: OSIRIS-Rex: Perseguindo o Asteroide Bennu

No dia 8 de setembro de 2016, a nave espacial OSIRIS-Rex da Nasa foi lançada do Cabo Canaveral, na Flórida, em uma missão para recuperar material geológico do asteroide Bennu, que periodicamente passa próximo à órbita da Terra.

A nave começará a circular o asteroide para coletar dados em 2018; daqui dois anos, irá executar uma manobra para coletar uma amostra de pelo menos 50 gramas de rochas e poeira da superfície de Bennu, antes de retornar à Terra em setembro de 2023.

Os cientistas acreditam que o material obtido pode conter pistas sobre a origem do nosso sistema solar, além da fonte da água original e das moléculas orgânicas que chegaram à Terra.

Setembro: Oração sobre rodas

Completar uma "hajj", a peregrinação à Meca, na Arábia Saudita, é um dos cinco pilares do islã — as práticas consideradas um requisito básico para os muçulmanos devotos em todo o mundo.

A peregrinação só é esperada de muçulmanos que são financeira e fisicamente capazes de participar, mas uma economia informal de empurradores de cadeira de rodas e assistentes prospera na prestação de ajuda aos peregrinos idosos ou com mobilidade reduzida.

Depois que uma debandada da multidão causou centenas, ou talvez milhares, de mortes durante o hajj de 2015, o governo saudita tomou medidas — incluindo pulseiras de identificação eletrônica e câmeras de vigilância — para melhorar a segurança dos peregrinos que visitaram Meca em 2016. 

Outubro: 'Ele botou suas mãos em mim'

Um mês antes da eleição presidencial dos Estados Unidos, o "Washington Post" publicou um vídeo de 2005, acompanhado de uma gravação de áudio do candidato republicano Donald Trump se gabando de ter beijado e apalpando mulheres sem o consentimento delas.

Mais de uma dúzia de mulheres afirmaram que Trump as agrediu ou assediou ao longo dos anos, e algumas foram encorajadas a se apresentar após a divulgação do vídeo. Trump ignorou as acusações, alegando que suas palavras eram apenas "conversa de vestiário". 

Novembro: Por que os jornalistas falharam na previsão da vitória de Trump?

Prevendo a vitória de Hillary Clinton durante meses, as principais agências de notícias foram forçadas a reavaliar seus métodos quando Donald Trump ganhou a eleição presidencial dos EUA em 8 de novembro.

Em uma situação que mais parecia uma repetição da revolta do Brexit, os pesquisadores falharam mais uma vez na tentativa de capturar as preferências de grande parte do eleitorado.

Alguns comentaristas apontam para eleitores "secretos" de Trump, outros para métodos de pesquisa ultrapassados ou cobertura insuficiente dos eleitores conservadores feita por organizações de mídia. A discrepância entre a previsão e o resultado fez ampliar os ataques de Trump à mídia, componente crucial de sua mensagem populista. 

Novembro: Meus três dias com Fidel

O revolucionário cubano Fidel Castro morreu aos 90 anos de idade em 25 de novembro, gerando tributos mistos de líderes mundiais e chamando atenção renovada para a nação-ilha.

Castro tomou o poder em 1959 como guerrilheiro rebelde que defendia a democracia e a justiça, mas rapidamente se estabeleceu como um autoritário, ficando famoso pela repressão política e por desafiar outros países.

Considerado por alguns o último grande caudilho latino-americano, ou homem forte do século 20, manteve o poder mais do que qualquer outro líder vivo, com exceção da Rainha Elizabeth 2ª do Reino Unido.

Quando sua saúde começou a falhar em 2006, Castro cedeu o poder a seu irmão, Raúl Castro, que permanece no controle de Cuba. 

Dezembro: Terapia Trump: com amor, de outros países

Conforme o mundo vai se ajustando à perspectiva iminente da presidência de Donald Trump, liberais americanos lidam com os resultados da eleição através de analogias.

Seria esse o Brexit americano? Trump está mais para Mussolini ou para Berlusconi? Trump havia contrariado a trajetória prevista da política dos EUA, e a busca de modelos e precedentes em outros países tornou-se compulsória.

Neste vídeo, comediantes de outros países — incluindo Bassem Youssef, Fasi Zaka e Pepe Billete — tentam colocar a vitória de Trump em perspectiva.

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