Em vez de oferecer uma estratégia clara, Trump pula de uma abordagem a outra, mal parando entre uma e outra para permitir que os observadores, incluindo aliados como a Coreia do Sul e o Japão, tenham tempo de respirar. Voltou-se para a China na esperança que ela refreasse os norte-coreanos, em uma iniciativa desgastada que, como já era de se esperar, não deu certo.
Expressou interesse em negociar diretamente com o líder Kim Jong-un, afirmando que seria “uma honra” conhecê-lo; depois, decidiu que o diálogo "não era a solução”, ainda que seus principais assessores reafirmassem a disposição de manter a iniciativa diplomática. E, no meio disso tudo, ainda acusou os líderes sul-coreanos de praticarem o apaziguamento e levantou a hipótese de se retirar do acordo de livre comércio que os EUA mantêm com aquele país.
Não há praticamente nenhuma consistência na abordagem de Trump em relação à Coreia do Norte, a não ser pelo fato de ele culpar repetidamente seus antecessores pelo problema que tem nas mãos. E embora critique George W. Bush e Obama por não terem se esforçado mais, grande parte de sua ira é dirigida aos esforços diplomáticos do governo Clinton, do qual participei como embaixadora na ONU e Secretária de Estado.
Como Trump, Bill Clinton enfrentou a beligerância norte-coreana logo de início: em 1993, o país ameaçou se retirar do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e retirou as varetas de combustível de seu reator nuclear, extraindo o plutônio contido ali, suficiente para alimentar meia dúzia de ogivas.