Entretanto, enquanto nação, estamos trilhando um caminho bem diferente. Praticamente em todos os lugares o tribalismo baseado em raça, religião, identidade sexual e local de nascimento substitui o nacionalismo inclusivo, aquele que permite o orgulho do grupo e ainda assim defender a comunidade norte-americana como um todo.
O que se vê com frequência é o ressentimento superando a racionalidade, a raiva nos impedindo de perceber as respostas e a hipocrisia passando por legitimidade. Essas tendências são fomentadas pelo mundo do Snapchat, Twitter e Facebook, nos quais se dedica uma capacidade de atenção mínima para os problemas que viram notícia de TV e a própria sobrevivências dos jornais depende dos retuítes de suas edições on-line. Há um excesso de páginas e perfis de extremistas estrangeiros e invasores domésticos.
O esforço diligente de abolir as linhas entre a realidade e a ficção, a verdade e as mentiras pode anular os benefícios de nossa interconectividade. Quando desaparece a confiança e o conhecimento é desvalorizado como defesa do status quo, qualquer coisa pode acontecer. Já vemos milhões de cidadãos sendo marginalizados por causa da raça, etnia e idade –não porque estejam inaptos a votar, mas porque defendem o nacionalismo inclusivo, não tribal.
Quem ganha nesse tipo de ambiente? Aqueles que já se deram bem, pois ganharão ainda mais. Os membros menos responsáveis da imprensa política, que se destacarão cobrindo todo tipo de polêmica e descalabro. E os inimigos da democracia, que fomentam a discórdia e torcem para que os norte-americanos finalmente admitam que a autogestão informada não funciona mais – e talvez nem seja mais possível – no mundo moderno.
Vinte e cinco anos atrás, quando fui eleito presidente, disse que cada cidadão deveria obedecer ao comando da nossa constituição para formar uma união mais perfeita, expandindo constantemente a definição de “nós” e diminuir a do “eles”. Ainda acredito nisso – e é o que me faz defender as políticas que promovem a cooperação e não o conflito, a construção de uma economia, uma sociedade e uma política de adição e não subtração, a multiplicação em vez da divisão. Infelizmente, muita gente que está no poder ao redor do mundo parece decidida a batalhar pelo contrário. Se fizermos o mesmo aqui, perderemos esta chance de garantir um futuro ainda mais brilhante.
Portanto, nosso maior desafio é decidir quem nós, norte-americanos, realmente somos, enquanto cidadãos, comunidade e nação. Todo o resto depende disso.