O ano em fotos

As imagens que definem os acontecimentos marcantes de 2017

Damon Winter/The New York Times

Este artigo faz parte do especial "Ano em transformação", do "The New York Times News Service & Syndicate", que o UOL publica exclusivamente no Brasil. Ao final desta página você encontrará outros artigos relacionados a esse especial.

Janeiro: a marcha das mulheres sacode o mundo

Em 21 de janeiro, milhões de pessoas ao redor do mundo, do Japão ao Zimbábue, se uniram na marcha que os repórteres do "New York Times" descreverem como “um tipo de contraposse”, um dia após Donald Trump assumir o governo. Muita gente que esperava comemorar a eleição da primeira mulher à presidência dos EUA expressou a frustração com o resultado das eleições, e o apoio a causas que foram desde o clima até a reforma da imigração. Os chapéus cor de rosa que muitos usaram se tornou símbolo da manifestação.

Dan Balilty/NYT Dan Balilty/NYT

Janeiro: Novas construções na Cisjordânia

Dias depois da posse de Donald Trump, o governo de Israel anunciou a construção de novas moradias na Cisjordânia. Encorajados pelo governo novo, mais simpático à causa de Israel que a administração anterior, muitos israelenses linhas-duras torcem pela anexação de Ma'ale Adummim, subúrbio de Jerusalém, cuja população é de 41 mil habitantes.

Federico Rios Escobar/NYT Federico Rios Escobar/NYT

Fevereiro: Farc se desarmam e selam acordo de paz

Os rebeldes entregaram suas armas à ONU, que as derreterá para fazer monumentos. A resolução foi selada após 52 anos de conflito, marcando o fim da guerra mais longeva das Américas. Entretanto, facções criminosas já ocupam o antigo território das Farc para assumir o controle das plantações de coca.

Todd Heisler/NYT Todd Heisler/NYT

Fevereiro: imigrantes na mira do governo Trump

Em Lancaster, Pensilvânia, cidade conhecida pelo acolhimento caloroso aos imigrantes de todas as partes do mundo, um sírio se prepara para fazer o teste de direção. Uma semana após tomar posse, Trump assinou um decreto que proibia a entrada no país de refugiados e a maior parte dos imigrantes de sete países de maioria muçulmana. A consequente queda da imigração forçou alguns grupos humanitários da Pensilvânia e outros estados a dispensar empregados e enxugar o orçamento. Trump suspendeu oficialmente a proibição de refugiados em outubro, mas anunciou planos de submeter 11 países não identificados a novos procedimentos de triagem.

Chung Sung-Jun/AFP Chung Sung-Jun/AFP

Março: presidente sul-coreana é impedida

A ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye é levada a um centro de detenção depois de ser presa, em 31 de março. Park, que foi destituída do cargo no dia 10 de março, enfrenta 18 acusações criminais geradas por um escândalo envolvendo tentativas de arrecadar US$52 milhões em propina de várias corporações, incluindo o conglomerado da Samsung. Primeira mulher a assumir a presidência da Coreia do Sul, Park agora também é a primeira líder nos últimos vinte anos a ser julgada. Se condenada, pode passar o resto da vida na cadeia.

Ivor Prickett/NYT Ivor Prickett/NYT

Março: mortes em Mossul

No Iraque, uma mãe chora pelo filho, ferido por um morteiro em frente de casa. Uma série de ataques aéreos realizados pela coalizão militar liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico, em 17 de março, deixou inúmeros mortos. Uma investigação do Departamento de Defesa americano concluiu que pelo menos 105 civis morreram quando o ataque causou a explosão da munição que os membros do EI tinham armazenado em um prédio na cidade, último bastião da organização militante no Iraque. O governo iraquiano declarou vitória na disputa pela cidade em julho.

Lam Yik Fei/The New York Times Lam Yik Fei/The New York Times

Abril: os sul-coreanos e o medo do vizinho

Estudantes em Seul aprendem a usar máscaras de gás para a eventualidade de um ataque. Em resposta ao apetite nuclear e militar do Norte, cada vez maior, a Coreia do Sul anunciou, em 26 de abril, a instalação de um sistema antimísseis norte-americano, capaz de eliminar o armamento em pleno voo. O presidente Moon Jae-in foi eleito em maio graças a uma campanha que prometia construir a paz com o vizinho, mas uma série de testes com mísseis norte-coreanos, realizada nos meses seguintes, deixou o país em alerta.

Sergey Ponomarev/NYT Sergey Ponomarev/NYT

Abril: eleições complicam as negociações do Brexit

Cena urbana em Londres, uma das cidades mais cosmopolitas do mundo, antes das eleições antecipadas anunciadas pela primeira-ministra britânica Theresa May, em 18 de abril, que contava em ganhar mais força nas negociações sobre a saída de seu país da União Europeia. Entretanto, sua intenção de fazer o Partido Conservador consolidar a maioria parlamentar saiu pela culatra. Em 8 de junho, dia da votação, os conservadores perderam várias cadeiras – e para manter o controle da casa, May teve que se unir ao Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte. De quebra, concordou em doar US$ 1,3 bilhão de recursos de seus contribuintes pelo apoio político.

Alain Jocard/NYT Alain Jocard/NYT

Maio: a nova ordem francesa

Em 7 de maio, 66% dos eleitores franceses elegeram o centrista Emmanuel Macron à presidência, acabando com as esperanças da Frente Nacional, o partido de extrema-direita de Marine Le Pen, que se beneficiara do sentimento crescente contrário à imigração para ganhar espaço. A escolha de Macron, que aos 39 anos é o líder mais jovem do país desde Napoleão, foi unanimemente vista como a rejeição francesa do populismo refletido na decisão do Reino Unido em sair da União Europeia e na eleição de Donald Trump nos EUA – e também da situação da política nacional, principalmente do Partido Socialista do ex-presidente François Hollande.

Andrew Testa/NYT Andrew Testa/NYT

Maio: tragédia em show

Policiais em guarda enquanto o público aguarda na fila para deixar flores e mensagens no memorial improvisado, dias depois de 22 pessoas serem mortas e dezenas terem ficado feridas em um atentado suicida na Manchester Arena, durante show de Ariana Grande. O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade do ataque de 22 de maio e, embora a polícia acreditasse que o autor, Salman Abedi, 22, tenha agido sozinho, a primeira-ministra Theresa May elevou o nível de ameaça terrorista para "crítico". Foi a primeira vez na década que ele alcançou o grau máximo.

Omid Vahabzadeh/AFP Omid Vahabzadeh/AFP

Junho: terror em Teerã

Policial retira criança do parlamento iraniano, em Teerã. Homens com armas e coletes de explosivos atacaram simultaneamente o prédio do governo e o túmulo do fundador da República Islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini, em 7 de junho. Os atentados deixaram 17 mortos e 50 feridos; os seis responsáveis foram mortos. O EI assumiu a responsabilidade pela violência, na primeira investida dos extremistas sunitas no país de maioria xiita. Doze dias depois, o Irã lançou uma série de mísseis contra o grupo militante na Síria.

Dado Galdieri/NYT Dado Galdieri/NYT

Julho: economia brasileira afunda ainda mais

O setor de construção naval brasileiro, que já foi próspero, vinha buscando a recuperação, depois que Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma política industrial, de olho no crescimento interno. A Petrobras, companhia petrolífera estatal, começou a se expandir após a eleição de Lula, em 2003, cuja meta era investir US$ 221 bilhões e criar milhares de empregos. O plano não deu certo e, em julho, o ex-presidente foi condenado a quase nove anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Ex-funcionário do estaleiro, Denis Souza observa o Mauá, no Rio de Janeiro, onde costumava trabalhar – e que já garantiu a renda de mais de sete mil brasileiros. Hoje não emprega mais de 400 funcionários.

Edu Bayer/NYT Edu Bayer/NYT

Agosto: ato da extrema-direita termina em violência

A marcha União da Direita atraiu centenas de pessoas empunhando tochas e gritando palavras de ordem racistas para protestar contra a decisão de Vigínia de remover a estátua do General Robert E. Lee, que lutou na Guerra Civil. No dia seguinte, "pró-brancos" e manifestantes contrários ao movimento se enfrentaram. Em seguida, um carro investiu contra um grupo, matando uma mulher e ferindo pelos menos 19 pessoas. Trump foi duramente criticado por culpar "vários lados" pela violência.

Todd Heisler/NYT Todd Heisler/NYT

Agosto: os Estados Unidos de olho no céu de costa a costa

Um eclipse solar na tarde de 21 de agosto bloqueou a luz do Sol em uma faixa do território nacional que atravessou os EUA de costa a costa. Embora tenha sido parcial ao norte e sul dessa linha que foi do território canadense de Nunavut ao Brasil, milhões de turistas de vários pontos dos Estados Unidos se reuniram no trecho de 112 km do Oregon à Carolina do Sul para observá-lo. Foi o primeiro eclipse total visível na porção continental desde 1979.

Victor J. Blue/NYT Victor J. Blue/NYT

Setembro: destruição no Caribe

José A. Rivera, agricultor de Yabucoa, costa sudeste de Porto Rico, perdeu todos os 14 mil pés de plátano depois que o furacão Maria atingiu a ilha, no dia 20. O furacão causou um prejuízo no setor agrícola da ilha de US$ 2 bilhões, de acordo com o Departamento de Agricultura. A migração para os EUA deve crescer dramaticamente. Maria, o segundo furacão de categoria 5 da temporada particularmente violenta de 2017 no Atlântico, também destruiu outros territórios e nações caribenhos, incluindo Dominica, Guadalupe, Turcos e Caicos e as Ilhas Virgens.

Adriana Zehbrauskas/NYT Adriana Zehbrauskas/NYT

Setembro: terremotos no México

Na Cidade do México, resgatistas se livram dos escombros de um prédio que desabou no terremoto de 19 de setembro, o segundo que o país sofreu em duas semanas. Pelo menos 369 pessoas morreram com o colapso de vários edifícios na cidade, como a escola Enrique Rebsámen, na região sul da capital, onde 19 crianças e sete adultos foram mortos. Embora o México tenha um dos códigos de edificação mais rígidos do mundo, sua aplicação é irregular e pouco severa, em parte porque as inspeções são feitas por engenheiros terceirizados pelas construtoras.

Eric Thayer/NYT Eric Thayer/NYT

Outubro: massacre em Las Vegas

As janelas quebradas revelam o local de onde o atirador agiu, disparando inúmeras vezes contra o público de um festival de música country em Las Vegas, em 1º de outubro, matando 58 pessoas e ferindo centenas, no maior massacre da história norte-americana moderna. Stephen Paddock, suposto milionário de 64 anos, estava hospedado no Mandalay Bay Resort & Casino e depois de cometer a violência, se matou. Não se sabe o motivo para suas ações. Na suíte, os policias encontraram 23 armas e um martelo, que ele utilizou para quebrar as vidraças.

Greg Baker/AFP/Getty Images/NYT Greg Baker/AFP/Getty Images/NYT

Outubro: surge um novo homem forte

Durante o congresso do Partido Comunista, em outubro, os delegados votaram pela mudança da constituição partidária para incluir o "Pensamento de Xi Jinping", o que significa que agora desafiar o secretário-geral virou heresia. Ao contrário das convenções, seu sucessor também não foi nomeado, o que pode indicar que Jinping pretende ir além dos cinco anos de governo. Em uma barraca em um vilarejo da província de Henan, um prato com o retrato de Xi é vendido ao lado de estátuas do falecido líder comunista Mao Tsé-Tung.

Arash Khamooshi/NYT Arash Khamooshi/NYT

Novembro: terremoto atinge Iraque e Irã

Pelo menos 538 pessoas morreram e milhares ficaram feridas com o tremor de magnitude 7.3 que atingiu o Iraque e o Irã, no dia 12, o que o classifica como o mais devastador de 2017, tendo sido sentido até nos Emirados Árabes Unidos. Embora o epicentro tenha sido na fronteira entre os dois países, a maioria das vítimas foi iraniana, fato que muitos, irritados, atribuíram à corrupção das agências governamentais responsáveis pela fiscalização das edificações. Na foto, sobreviventes no vilarejo de Qare Bolagh, no Irã, reunidos ao redor de uma fogueira.

Jekesai Njikizana/AFP/Getty Images/NYT Jekesai Njikizana/AFP/Getty Images/NYT

Novembro: líder do Zimbábue perde o cargo e o poder

Depois que Robert Mugabe, que governou o Zimbábue desde sua independência, em 1980, foi forçado a deixar o cargo, um membro de seu partido, Emmerson Mnangagwa, foi empossado imediatamente. Observadores temem que Mnangagwa assuma o estilo de liderança semelhante ao de seu antecessor, ou seja, ditatorial. Acredita-se que Mugabe, 93, tenha levantado uma voz importante contra as potências ocidentais, e apesar das críticas de longa data ao seu governo, as autoridades militares lhe garantiram, assim como à mulher, imunidade em relação ao processo.

Adam Dean/NYT Adam Dean/NYT

Dezembro: a morte dos rohingya em Mianmar pode ser genocídio

Refugiados rohingya em Bangladesh preparam o jantar ao pôr do sol. Mais de 620 mil rohingya fugiram de Mianmar, rumo ao país vizinho, depois da violenta repressão das forças de segurança do país, no fim de agosto. Em dezembro, o Alto Comissário da ONU disse que a matança, os estupros indiscriminados e a destruição das comunidades rohingya podem ser classificados como genocídio. Embora Mianmar e Bangladesh tenham concordado, em novembro, com um pacto inicial de repatriação para os fugitivos, os grupos de direitos humanos já se mostram temerosos com a segurança dos que retornarem.

Johan Ordonez/AFP/Getty Images/NYT Johan Ordonez/AFP/Getty Images/NYT

Dezembro: protestos violentos em Honduras

Fortes protestos ocorreram em Honduras depois da divulgação do resultado das eleições presidenciais, muito contestado entre o líder atual, Juan Orlando Hernández, e o oposicionista Salvador Nasralla. Pelo menos 12 civis ficaram feridos e uma mulher foi morta durante confrontos violentos na capital, Tegucigalpa, depois da votação, em 26 de novembro, que determinou a permanência de Hernández no poder, apesar da exigência de seu adversário para uma recontagem. Em seguida, o governo impôs o toque de recolher. Hernández assumiu a presidência depois que um golpe militar depôs Manuel Zelaya, em 2009.

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