Faixa preta de judô, alto e de bom porte físico na época em que apitava, Wright não tinha medo de cara feia e, se fosse preciso, encarava o conflito doa a quem doer. Sempre ressaltando que a Libertadores na sua época era extremamente violenta, ele lembra de seus "embates" com jogadores argentinos.
"Acho jogador argentino folgado pra burro. Eles empurram o companheiro que está na frente em cima do árbitro. Quando o cara vinha eu já pisava no pé dele e dava uma cotovelada no estômago. Aí seu nome começa a viajar no universo do futebol. O Toninho, ex-lateral direito do Flamengo, vinha, eu parava em frente dele, ele batia o peito no meu e tome cartão! Pode evitar? Pode, mas jogador não respeita nesse sentido, então você tem que impor autoridade", ressalva.
Nada, porém, supera o fatídico Jorge Wilstermann (BOL) x Olímpia (PAR), em Cochabamba (BOL), pela Libertadores nos anos 1970, quando, literalmente, saiu no braço com os bolivianos.
"Time local entrou dando porrada direto, expulsei cinco do time da casa e acabou o jogo. Fui entrar no vestiário e dois minutos depois arrebentaram a porta. Pulei no meio dando porrada, levando porrada, e voltei para o campo. Quando chego, o coronel-chefe do policiamento está com a orelha pendurada, tinha tomado garrafada. Falei: 'Pô, estou ferrado'. Quando vi que tinha uma passagem por baixo da arquibancada, tirei a camisa e parti para lá. Quando cheguei lá, dois guardas me seguraram, me botaram dentro do carro e me levaram para o quartel. Os dois auxiliares tomaram tanta porrada no vestiário... Então se eu sou frouxo e fico lá dentro, estava roubado. Mas parti para dentro, meti o pau. Não quero saber, sempre fui assim. Se você não for assim, vai ser engolido. Os caras hoje têm medo, tudo frouxo, tudo achando que tem que se acomodar, não se aborrecer. Acho que o árbitro tem que se aborrecer".