Figura redundante?
O terceiro goleiro pode ser a figura mais redundante do elenco. Num torneio curto, esse profissional talvez só apareça para a foto oficial da delegação. Não seria necessária, então, a realização de um plebiscito nacional para defini-lo. Mas estamos falando da seleção brasileira e toda e qualquer escolha em torno do time é capaz de suscitar horas e horas de debate.
Ainda mais quando o assunto é o goleiro: desde 1970, quando a Fifa tornou obrigatória a convocação de três jogadores para a função, só dois atletas foram titulares sem ter experiência no banco de reservas em Copas anteriores. Essas exceções são Taffarel (1990, 94 e 98) e Marcos (2002). Em 2018, Alisson deve ser o terceiro.
“Eu fui técnico, mas minha essência é o gol. O problema é o seguinte: nem todos os técnicos pensam da mesma forma. Cada um tem seus goleiros de confiança”, disse Emerson Leão, titular nas Copas de 1974 e 1978 e, curiosamente, terceiro goleiro em 1970 e 1986. Ele é o exemplo vivo de como se trata a escolha do homem para essa função.
Algumas escolas pregam que o escolhido seja um jovem promissor, convocado para ganhar experiência visando as próximas edições. Leão foi esse cara em 1970. Outra linha prefere usar a vaga com atletas mais experientes, alguns realmente veteranos, para dar mais estofo para o grupo em um torneio tão importante. Leão, por coincidência, foi esse cara em 1986.