Transição salvou Tifanny da depressão
Minha mãe até chegou a perguntar pra mim: 'Minha filha, porque você não falou antes?'
"Eu falei, 'Mãe, como que eu ia falar para a senhora naquela época?' Hoje, nós mulheres transexuais estamos começando a abrir o olhar do povo que podemos fazer qualquer trabalho, podemos ser vistas como uma mulher normal. Antigamente, não".
A transição de gênero tirou Tifanny da depressão. O quadro foi diagnosticado na Europa, quando ainda tentava carreira no vôlei masculino, mas descobriu que não era gay, como sugere a convenção: "Eu sou uma menina". O medo de não ser aceita agravou o quadro de depressão. "Demorou até eu ter coragem de falar assim: 'eu não quero saber mais da sociedade que está contra, eu não quero saber quem é contra, quem vai me criticar ou não. Eu vou ser feliz e quem gostar de mim, vai gostar de mim como eu sou’. Foi quando eu decidi parar de jogar vôlei e começar a minha transição completa".
Não passava pela cabeça de Tifanny a opção de continuar jogando vôlei: "Como todo ignorante que me ataca, eu não sabia que era possível", diz a jogadora. Até então, ela achava que seria injusto jogar entre mulheres: "Eu vou matar uma, né?", pensava. Um técnico do masculino é quem a alertou que, ao terminar a transição, ela estaria dentro das regras para atuar entre mulheres. E assim foi. "É o que eu sempre gostei de fazer. Eu não tive medo. Não estava roubando, não estava fazendo nada de errado".