Honre tuas calças

Zetti criou tendências, seja no uniforme ou no jogo com os pés. Quase 20 anos depois, sua influência só cresce

Bruno Freitas e Bruno Grossi Do UOL, em São Paulo
Paulo Giandalia/Folhapress

Os anos 1990 acabaram faz tempo, mas parece haver uma vibe de adoração a essa década marcada por ídolos pop, roupas coloridas, Raça Negra e banheira do Gugu. Essa reverência se estende ao futebol. A Copa do Mundo de 1994 virou cult. Os torcedores, nostálgicos, lembram de clássicos cheios de gols, pancadaria e jogadores folclóricos. 

Entre os atletas icônicos desse período, certamente, está Armelino Donizetti Quagliatto. Zetti foi um dos símbolos do melhor São Paulo de todos os tempos. Ajudou o Santos a se reerguer. Faturou um Mundial pela seleção brasileira. E conseguiu ainda ser referência pelo que vestia. Hoje, quando um goleiro aparece usando calças, a internet explode em saudosismo. Camisas estampadas foram recriadas e viraram artigo de luxo para grifes até mesmo fora do esporte.

Zetti ajudou a disseminar estilos, dos uniformes que desenhou ao pioneirismo em jogar com os pés. Seu poder de influência, o mesmo que criou Rogério Ceni, ainda se mostra intenso. A ponto de sua academia de goleiros já levar novos talentos para clubes de elite. E até para a seleção brasileira.

Tem moda que nunca passa.

Toni Pires/Folhapress Toni Pires/Folhapress

Um rodeio dentro de um estádio criou as calças de goleiro mais famosas do Brasil

A imagem de Zetti se eternizou como o goleiro que usava calças até para jogos oficiais. Mas essa marca registrada nasceu por acaso. Ou melhor: por emergência. O ex-arqueiro, aos 53 anos, diz que nunca tinha explicado com detalhes a origem do estilo. E mostra cuidado para não manchar a imagem do clube e da cidade que deram uma "forcinha" para que seu personagem-atleta fosse construído.

"Não lembro se foi em 1991 ou em 1992. Fomos jogar com o São Paulo em uma cidade do interior, que nem quero falar qual foi, em respeito. Jogamos no sábado, mas o estádio tinha recebido um rodeio na quinta-feira. Naquela época, valia tudo. O gramado estava seco e cheio de buracos. Quando me joguei para defender, ralei a perna. Parecia que tinha sofrido um acidente de moto. E os dejetos, a urina dos animais que devia ter ali, causaram uma infecção", relata, como se voltasse a sentir a dor de quase 30 anos.

Zetti precisou tratar o ferimento por um mês. Ainda assim, era um incômodo cair para fazer as defesas. A solução foi começar a treinar usando calças, algo que foi estendido para os jogos com a demora de cicatrização do local: "Acontece que me adaptei. Aí veio a Libertadores, jogos sempre no frio e adotei de vez. Desenvolveram um material diferente, para não acumular o suor, e eu me senti muito mais seguro. Foi algo que começou com o (Thomas) Nkono, na Copa de 1990, mas é uma marca que ficou na minha carreira. E acho que a gente tem de cultivar o goleiro de calça (risos)".

Marcio Komesu/UOL Esporte Marcio Komesu/UOL Esporte

História da arte ajudou a superar fratura (e inspirou camisas)

Rogério Ceni passou os seis primeiros anos de São Paulo tendo Zetti como referência. Dos treinos para se aprimorar no jogo com os pés à moda. Sim, muito antes dos uniformes personalizados com caricaturas e desenhos do Mito, Zetti já mostrava capricho com o que vestia. Dez das camisas usadas no Tricolor - e posteriormente no Santos - foram desenhadas pelo ex-goleiro em parceria com as fornecedoras dos clubes na época.

A prática começou a nascer entre novembro de 1988 e maio de 1990, período em que ficou sem jogar. Tinha sofrido uma fratura na perna direita em dividida com Bebeto, então jogador do Flamengo. A lesão encerrou a passagem pelo Palmeiras e o deixou triste, pensando até em encerrar a carreira. Para ocupar a cabeça, decidiu estudar história da arte. E se apaixonou.

"Fiquei muito depressivo e a arte me me deu equilíbrio. Na época, havia certa dificuldade com as camisas de goleiro. Ninguém comprava a camisa número 1. Você comprava a 10, né? Eu não podia nem tirar para dar de presente. Então, resolvi começar a desenhar as minhas e mandar para o fabricante. Eles gostaram e colocaram minha assinatura. Aí vieram títulos no São Paulo. E o personagem vira ídolo com títulos", destaca.

O uniforme favorito entre os desenhados foi resgatado e virou peça oficial de sua academia de goleiros, a Fechando o Gol, que completou dez anos em 2018. Só não pense que foi fácil criá-lo há duas décadas: "Eu tinha que desenhar no computador. E, na época, não tinha muito recurso. Por isso tem tanta linha reta. Acho que faltou alguma curva (risos)".

Arquivo/Conmebol Arquivo/Conmebol

Pioneirismo como goleiro vai dos pés aos pênaltis "cantados"

O UOL Esporte mostrou, em matéria especial recente, a importância do São Paulo de Telê Santana para a revolução da posição de goleiro. O trabalho do preparador Valdir Joaquim de Moraes com Zetti é parte fundamental dessa mudança no esporte. Tanto pelo apreço ao jogo com os pés, quanto para o início dos trabalhos de "olheiro de pênaltis".

Se hoje os goleiros contam com vídeos e relatórios tecnológicos na preparação para duelos que podem ir para as penalidades, antes a tarefa era mais manual, arcaica. Valdir viajava e perdia treinos do São Paulo para tentar descobrir como os rivais batiam pênaltis. Depois, passava a lista para o goleiro reserva, que ficava no meio de campo indicando para Zetti os locais dos chutes. Isso rendeu até título para o Tricolor Paulista.

"Agora é mais fácil, tem tablet, gráfico para tudo. Antes, o Seu Valdir precisava se disfarçar para ver treino e jogo (risos)".

"Cola" nos pênaltis ajudou o São Paulo a conquistar a América

Neuer estabeleceu essa mudança na Copa de 2014, mas é errado falar que os goleiros de agora é que começaram a jogar com os pés. Começou comigo, Zé Carlos e Taffarel, depois Rogério Ceni. Sem falar no Jorge Campos, o mexicano das camisas coloridas, que às vezes ia para a linha

Zetti

Zetti, sobre o uso dos pés entre os goleiros

Outras noites inesquecíveis na Libertadores

Reprodução Reprodução

Sequência de defesas no bi

Na primeira final de 1993, contra a Universidad Católica, o São Paulo já vencia por 5 a 0 quando Zetti precisou entrar em ação. Foram quatro defesas seguidas, levando os chilenos ao desespero. "Foi um pouquinho de timing, de poder de reação. A primeira bola eu soltei, depois de um chute muito próximo, e já me preparei para o rebote. Veio o terceiro chute, e também dei rebote. Era o que dava pela distância. Aí veio a última, que eu agarrei de forma mais segura. O Gilmar, zagueiro, veio me abraçando e quase colocou a mão na bola. Aquele foi um dos maiores jogos em termos de movimentação. Foi inesquecível".

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Paredão diante do favorito

Oitavas de final da Libertadores de 1994. O Palmeiras chegava como favorito, apesar de ver o São Paulo defendendo o bicampeonato do torneio. No Pacaembu, o jogo de ida terminou empatado sem gols. E Zetti tem toda culpa: "Foi o último jogo antes Copa do Mundo. Eu tinha a expectativa da convocação e sempre trabalhei no limite, principalmente em jogos decisivos. Até minha preparação era diferente. O Telê poupou titulares e o Palmeiras veio com tudo. Eu batia um tiro de meta, a bola voltava. Parecia que tava ventando contra o meu gol. E foi um jogo histórico para mim, com quase dez defesas muito complicadas".

O goleiro onipresente

Zetti conseguiu criar laços e feitos marcantes por três rivais. O Corinthians ficou para o futuro.

Reprodução/Site oficial Reprodução/Site oficial

Palmeiras

Não conquistou nenhum título pelo clube que o contratou aos 17 anos, em 1983. Foi emprestado a Londrina e Toledo, do Paraná, até voltar de vez em 1986. Zetti considera a equipe alviverde "o alicerce" de sua carreira. O maior feito foi passar 13 jogos sem sofrer gols. Foram 1.238 minutos com as redes intactas até Luis Pereira, pelo Santo André, encerrar o recorde. Fraturou a perna direita em 1988, em seu 99º e último jogo pelo Verdão.

Arquivo/saopaulofc.net Arquivo/saopaulofc.net

São Paulo

Depois do sofrimento pela fratura e de fracassar em testes na Europa, recebeu chance no São Paulo. Assinou contrato em 15 de julho de 1990 para fazer parte de uma das eras mais vitoriosas de um clube brasileiro. Foram sete temporadas pelo Tricolor, com 432 partidas disputadas e 11 troféus conquistados. Os mais marcantes foram os bicampeonatos da Libertadores e do Mundial de Clubes, faturados de forma consecutiva, em 1992 e 1993.

Arquivo Santos FC Arquivo Santos FC

Santos

Zetti comprou o próprio passe e deixou o São Paulo na virada de 1996 para 1997. Escolheu jogar pelo Santos, que não ganhava um título desde 1984. Mesmo aos 32 anos, o goleiro conseguiu boa performance na Vila Belmiro e logo ajudou o time a ser campeão do Torneio Rio-São Paulo. Na segunda temporada pelo Peixe, mais uma taça com boas atuações: a Copa Conmebol. A trajetória na equipe santista terminou em 1999, com 188 jogos oficiais.

Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians

Legado de Zetti faz o Corinthians ter goleiro de seleção na base

O Corinthians foi o único grande de São Paulo que não contou com os serviços de Zetti como atleta. Nem por isso não pôde tirar proveito do estilo marcante do icônico goleiro. É no Timão que a academia Fechando o Gol conseguiu emplacar seu primeiro jovem talento em clubes de elite. Matheus Donelli está no sub-17 corintiano e foi vice-campeão sul-americano sub-15 com a seleção brasileira no ano passado.

"Ele é nossa referência. Começou na academia com sete, oito anos e fez toda nossa metodologia. Vê-lo na seleção e no Corinthians é ótimo, é nosso grande orgulho. Você passar o conhecimento e saber que tem esse retorno é especial. Mesmo que não chegue a um grande clube, mas que consiga ser o melhor da escola, da pelada, do amador", comemora Zetti.

A academia começou como uma brincadeira. Várias personalidades começaram a me procurar para ver se eu podia treinar os filhos goleiros ou pedir que eu levasse para o São Paulo, para o Palmeiras. Mas não é bem assim, né? Vou indicar se for bom. O menino tem que ter qualidade, perfil de goleiro. Assim, criamos uma forma de melhorar as qualidades das crianças, ensinar os fundamentos. Isso que é legal. 'Olha, pega a bola assim. Cai assim. A bola rasteira você tem que fazer esse movimento, bola alta...'

Zetti

Zetti, sobre a academia Fechando o Gol

Antônio Gaudério/Folhapress Antônio Gaudério/Folhapress

Sonho e festa do tetra amenizam frustrações pela seleção brasileira

O começo da década de 1990 reservou os melhores momentos da carreira de Zetti. Os títulos pelo São Paulo dão essa dimensão. E também o levaram à seleção brasileira. Só que era preciso disputar posição com outro gigante da época: Taffarel. Uma competição respeitosa que Zetti perdeu, mas prefere não lembrar como uma derrota pessoal. Mas sim com a gratidão de quem viu o concorrente ser decisivo na Copa do Mundo de 1994.

"Se você perguntar se eu lamento não ter jogado uma Copa do Mundo, se eu sou triste por isso, a resposta é não. A Copa foi como tinha de ser. Agora, em 1993, nas Eliminatórias, aí sim era o meu momento. Era o auge da minha carreira, uma fase maravilhosa, perto de ganhar o segundo Mundial pelo São Paulo. Aquela era a minha Eliminatória. Se eu tivesse jogado mais, poderia ter sido titular na Copa. Agora, em 1994, o Taffarel estava muito bem. Ele foi demais! Mas me sinto tão campeão quanto ele. Pude ajudar de alguma forma", exalta.

A geração de goleiros à disposição de Carlos Alberto Parreira, técnico canarinho da época, ainda tinha nomes como Gilmar Rinaldi, Velloso e Ronaldo. Para Zetti, todos tinham potencial para repetir o desempenho de Taffarel: "Seríamos campeões de qualquer jeito".

Taffarel foi para o gol sem a informação precisa de como o Baggio batia. A decisão seria dele. A gente só dava força e falava para não sair antes. Mas acho que, por terem jogado na Itália, ele sabia como o Baggio gostava de bater. Foi um momento da decisão dele e eu acho que o Taffarel foi muito bem nas decisões que tomou. Ele sempre foi muito bom em pênalti. Sempre teve essa fama de esperar, porque era muito rápido, ágil. Então, ele esperava e conseguia, na velocidade, chegar no canto e fazer a defesa

Zetti

Zetti, sobre a disputa de pênaltis contra a Itália na final da Copa de 1994

Arquivo/saopaulofc.net Arquivo/saopaulofc.net

Chá despretensioso quase gerou suspensão por doping

"Foi uma semana de tensão. Eu fui sorteado para o exame anti-doping no jogo contra o Universidad Católica, no Morumbi, final da Libertadores. E, logo depois, fiz de novo em um jogo das Eliminatórias, na Bolívia. Na mesma semana, dois exames. Já na outra, na Venezuela, fui sorteado de novo. Até brincava que minha bolinha estava fria. Foi uma coincidência muito grande.

Só que, quando chegamos na Bolívia para esse primeiro jogo com a seleção, eu fui dividir quarto com o Taffarel. Ele ia tomar chimarrão e eu resolvi acompanhar com um chá que tinha no hotel. Era chá de folha de coca, tinha em todos os quartos. Depois, no café da manhã, eles serviram e eu tomei de novo.

Aí, já na Venezuela, um repórter que eu gostava muito me procurou e falou: 'Zetti, você tomou chá de folha de coca? Tenho uma notícia para te dar'. Eu falei que tinha tomado, naturalmente, porque era algo comum nas viagens, não era algo proibido. Então ele me contou que o exame anti-doping feito lá na Bolívia mesmo tinha acusado vestígio de cocaína.

A notícia correu rápido. Cheguei na diretoria da CBF, liguei para explicar a meus parentes... Foi muito tenso. A CBF optou por não pedir contra-prova, porque se desse novamente o vestígio, eu poderia me prejudicar. Eles optaram por mostrar os exames que eu tinha feito anteriormente e tinha passado sem problemas. Isso provava que eu não usava drogas. A partir disso, muita gente passou a testar o chá de coca para ver se realmente caía como doping, o que foi comprovado e, depois, proibido de vez pela Fifa".

Neto faz de tudo para "frango" não ser esquecido

Há goleiros que tomam um gol em clube grande e não conseguem manter. Não vou citar nomes, acho que fica até deselegante. Mas acontece. Em time pequeno, faz um excelente campeonato porque leva chute toda hora. Faz milagres e perde por 1 a 0. Não sai como culpado. Em clube grande é diferente, se você pega duas, três bolas e o time não toma gol, você sai como herói. É outra responsabilidade

Zetti

Zetti, sobre as dificuldades dos goleiros em clubes de maior porte

O lado B de Zetti

Fernando Santos/Folha Imagem Fernando Santos/Folha Imagem

Melhor técnico de São Paulo

Em 2004, Zetti conduziu o modesto Paulista de Jundiaí à final do Campeonato Paulista. A campanha contou com vitória emocionante na semi, contra o Palmeiras, mas terminou com derrota para o São Caetano, de Muricy Ramalho, na decisão. Ainda assim, o ex-goleiro se orgulha: "Estava começando a carreira de técnico, só tinha passado pela base do São Paulo. Fui considerado o melhor treinador do Estado, fui vice do Paulistão e pensei 'é isso o que eu quero!'. Só que foram apenas oito anos como técnico".

Marcio Komesu/UOL Esporte Marcio Komesu/UOL Esporte

Testes frustrados na Europa

Entre o fim da passagem pelo Palmeiras, em 1989, e a chegada ao São Paulo, no ano seguinte, Zetti tentou se aventurar pela Europa. "Comprei meu passe e fiquei um mês na Suíça, treinando no Servette. Depois, estive no Atlético Madrilenho, uma espécie de time B do Atlético de Madri. Não tinha vídeo, então levei recortes de jornais com matérias sobre mim. Aí o presidente, que se chamava Severiano Gil, disse: 'Se é tão bom assim, porque não joga no Brasil? Por que quer vir para cá?'. Isso pouca gente sabe", recorda.

Reprodução Reprodução

Comentarista... de rúgbi?

Zetti tem uma longa relação com os canais ESPN. Hoje, é tratado como único comentarista específico de goleiros, analisando o trabalho dos arqueiros rodada a rodada. Mas nem sempre ele pôde falar sobre o que domina: "É engraçado. Eu não gosto de rúgbi, não sei a regra, mas tive que comentar rúgbi (risos). Foi uma coisa de outro mundo, acho que pela Rádio Bradesco, no estádio do Nacional. Até comecei a achar um esporte bacana, muita gente gosta, mas eu não entendia nem a regra".

Eduardo Anizelli / Folhapress Eduardo Anizelli / Folhapress

Quem foi melhor: Zetti ou Rogério Ceni?

Apesar de Rogério Ceni ser tratado como Mito e maior ídolo da história do São Paulo de forma quase unânime, muitos torcedores do clube defendem a tese de que, debaixo das traves, Zetti foi melhor. Ele evita entrar nessa dividida, mas aposta: se tivesse permanecido por mais tempo no Morumbi, certamente teria a mesma dimensão de seu sucessor.

"Putz, não tem como responder isso e nem gosto muito de comparações. Eu tive o meu momento, por quase sete anos, no São Paulo. Foram 432 jogos. Fiz parte de uma geração muito boa com Telê Santana. Vivi grandes momentos, mas em pouco tempo. Já o Rogério teve uma passagem muito longa. E foi fantástico também, conseguindo ser líder e participando ativamente dos títulos".

"Na minha opinião, [Ceni] é um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro. Do São Paulo, acho que é o maior atleta. Mas eu tenho a minha história, também (risos). Se eu ficasse mais tempo no São Paulo, com certeza estaria junto com ele aí. O Rogério representa muito, muito mesmo no cenário do esporte. É uma figura que lutou muito pelas cores do São Paulo. Acho que isso é muito legal", compara. 

Sempre falei isso: seria importante para o Rogério começar como técnico na base. Mas não acho que ele fez errado, não. Jamais! A base seria bom para ele ver como os jogadores nascem hoje. Não foi uma etapa queimada, mas teria feito bem. Mas ele estudou, se preparou, tem uma influência muito grande, inclusive no cenário internacional, e tem tudo para ser um dos maiores treinadores do Brasil

Zetti

Zetti, sobre Rogério Ceni ter iniciado carreira de técnico no São Paulo

Eu fiquei feliz demais quando o Rogério fechou com o Fortaleza porque também passei por lá. Fui vice-campeão, subi para a primeira divisão. Foi uma ótima passagem. É um ambiente muito bacana. Quando a torcida gosta do cara e os dirigentes têm profissionalismo, é um clube que vai embora. As coisas vão dando certo, como estão dando agora. A carreira do Rogério já está lapidada

Zetti

Zetti, sobre a coincidência de ter treinado o Fortaleza, agora dirigido por Ceni

Eduardo Anizelli/Folhapress Eduardo Anizelli/Folhapress

Convite de Raí fez Zetti quase retornar ao São Paulo

Na virada de 2017 para 2018, Raí foi contratado para ser diretor-executivo de futebol do São Paulo e reestruturar um clube que flertara com o rebaixamento na temporada anterior. O ídolo tricolor resolveu se cercar de outras figuras importantes para o clube, como Ricardo Rocha e Diego Lugano, e via em Zetti uma grande opção para tornar essa retaguarda mais forte. O convite, no entanto, acabou não avançando.

"Raí me procurou para entender como eu poderia ser útil, sempre ligado aos goleiros e preparadores. Ser dirigente seria bacana. Acho que é a única coisa que eu não fiz ainda, né? E estudei gestão do esporte. Eu iria, pelo que ficou definido, coordenar todo o trabalho dos goleiros. Mas não deu prosseguimento, o foco estava em contratar jogadores e ter resultados rapidamente no Campeonato Paulista. Vida que segue", conta Zetti. 

O ex-goleiro ainda sonha em retornar ao clube onde mais brilhou, mas entende que é preciso deixar mais portas abertas se quiser, de fato, ingressar na carreira de dirigente: "Eu quero ajudar da melhor forma o São Paulo. Mas não só o São Paulo. Pode ser um outro clube também. Eu, hoje, não tenho cor de camisa. Tenho o conhecimento sobre a posição de goleiro e isso é muito bom".

O posicionamento da diretoria do São Paulo já melhorou. Raí conseguiu dar um norte para o clube. Ele conseguiu montar um planejamento, um ideal. E acho que o discurso não pode ser para este ano. O elenco está sendo montado para ser campeão nos próximos anos. Agora é hora de errar, acertar, dar experiência a quem vem da base. É preciso paciência. Se for campeão, ótimo! Esse elenco será muito forte

Zetti

Zetti, sobre o momento do São Paulo

O São Paulo chegou a ter quase 20 jogadores com menos de 22 anos, formados no clube. Todos têm muita qualidade, inclusive os goleiros. Esses garotos podem ser trabalhados. É preciso dar responsabilidades para que eles se tornem adultos no time. Eles precisam aprender a assumir as decisões. Há potencial, mas não sei o porquê de não terem dado uma sequência para eles ainda. Eles são o futuro

Zetti, sobre os jovens no elenco atual do São Paulo

Um metaleiro perdido no futebol

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