Passou fome para continuar jogando
A obsessão pelos treinos de Oscar começou a aparecer quando ele deixou a família em Brasília para defender o Palmeiras. Em São Paulo, morava com oito jogadores em uma república e treinava em três categorias diferentes. Mais do que cansaço, nos primeiros meses ele teve de superar a fome para vencer no basquete.
“Quando era moleque, treinava com o infanto-juvenil, o juvenil e o adulto. E morava em uma república. E você sabe: em república todo mundo é inimigo na hora de comer. Ninguém guarda nada para ninguém. Então, comiam tudo! Quando eu chegava não tinha feijão, só arroz. Eu não comia nada. Só um misto frio. E aquilo lá não forrava. Entrava em desespero e ia dormir com fome”, lembra.
"Sabe o que é dormir com fome? Um cara que treina para cacete ir dormir com fome? Se meu pai soubesse que estava faltando alguma coisa para mim vinha me buscar na hora. Minha carreira ia acabar”.
As coisas só melhoraram depois de seis meses. “Um dia eu não aguentei. Ele [Claudio Mortari, então técnico do Palmeiras] me viu chorando no vestiário e contei para ele. Daí em diante a minha vida mudou. No dia seguinte, fui conhecer o doutor João Marino [diretor de basquete do clube], que perguntou quanto me deviam. O cara colocou numa caderneta de poupança que ele tomava conta. Minha vida mudou da água para o vinho”.