Christo: Cada projeto é uma viagem. A obra de arte é essa viagem, quer demore dois anos ou seis ou 26. Trabalhamos nos desenhos e esboços e seguimos para o lado físico: o vento, o sol, a água, o medo, o prazer. A obra de arte completa são esses dois estágios reunidos.
Quando começamos a trabalhar no projeto completo no Lago Iseo, fomos responsáveis por mil coisas, desde o tráfego até a circulação de pessoas e a segurança dos trabalhadores. Tivemos 600 pessoas trabalhando contra o relógio, em turnos de seis horas, que precisavam ser alimentados com café da manhã, almoço e jantar. Alugamos um hotel inteiro.
Todo tipo de gente apareceu quando "The Floating Piers" foi aberto ao público — jovens e velhos. As pessoas andavam pela plataforma sozinhas; algumas trouxeram seus cães. Havia deficientes; havia crianças; havia bebês engatinhando.
Eu mesmo andei muito por ela, mas à noite, quando havia pouca gente por perto. Eu saía com meus amigos por volta da meia-noite e cruzava toda a extensão. Ficava lindo sob as luzes. Não era como estar em um barco; não era como estar na praia, com a água de um lado e a terra do outro. Você literalmente estava andando sobre a água.