Desde que resolveu colocar uma boina, arriscar uns passinhos no palco e cantar sobre o amor, Mano Brown deu um nó na cabeça do público. É como se aquele homem, que um dia meteu a mão na cara do sistema, não pudesse sorrir e cantar o amor com a mesma contundência. Para Brown, é um yin yang da mesma revolução:
"Eu mudo a batida, mas a luta pela Justiça é a mesma".
É a bordo de "Boogie Naipe", seu primeiro disco solo lançado em 2016, indicado ao Grammy Latino e eleito melhor show pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), que Mano Brown volta ao festival Lollapalooza. Desta vez em horário nobre: às 18h20, no entardecer de sábado (24), pouco antes dos shows de Imagine Dragons e Pearl Jam.
O clima de instabilidade política e as notícias de extrema violência não devem lhe tirar o foco. Acompanhado por 14 músicos no palco, o show é pura celebração da música negra. Algo que, para ele, é a salvação para tempos tão obscuros.
Na leitura a seguir, Mano Brown comenta quatro assuntos que têm norteado seus últimos dias. Mas alerta:
Eu não estou querendo dizer muita coisa. Eu já disse muita coisa, para falar a verdade. Já falei coisa pra caralho. E hoje em dia é o seguinte: quem fala demais dá bom dia pra cavalo, tá ligado? Agora só a música pode nos salvar