Uma das mais populares drags que já passou pelo "Ru Paul's Drag Race", Shangela entrou no palco ovacionada. Ela foi uma das primeiras do elenco a se apresentar no Brasil, em 2014, quando apenas festas temáticas, como a "Priscila", a mais famosa na capital paulista, viabilizavam os shows em clubes noturnos.
O sucesso dessas festas --e o barulho que Pabllo Vittar fez quando ultrapassou a própria Ru como a drag com mais visualizações no YouTube e com o maior número de seguidores no Instagram-- fez com que a produtora Voss, responsável pela turnê oficial do programa, abrisse os olhos para um fabuloso público consumidor.
Durante as três datas pelo país, sendo uma delas no Rio de Janeiro, viu-se fãs das mais diferentes classes sociais: desde aqueles que economizaram moedas durante meses aos VIPs, que pagaram até R$ 900 por um pacote com direito a lugar na primeira fileira e ao meet and greet, o ingresso para conhecer pessoalmente as artistas antes do show.
A cantora Julia Abrão era uma delas. Ela assistia ao show pela segunda vez e estava ansiosa pela performance burlesca de Violet Chachki, vencedora da sétima temporada do reality, que causou ovação ao fazer acrobacias aéreas em um arco. "Para mim é um show completo. E o mais legal é que cada uma delas vai por uma vertente", observa.
Abrão acompanha RuPaul desde os anos 1990, quando a drag se tornou uma celebridade pop com programa de entrevistas e músicas nas paradas. "Eu comecei a brincar de maquiagem por causa dela. Nenhuma mulher me incentivou a me maquiar", conta ela.
A cena está mais popular. Eu pego minha mãe e meu pai, que são exemplos mais extremos, falando de drag, sem ser aquela coisa de medo, sem usar termos bizarros. Existe mais respeito pela cultura drag. É um puta avanço bacana