Andrew Ross Sorkin: Você fala sobre a ideia de imortalidade física e que isso vai ser possível até 2045. Você poderia explicar isso tudo?
Ray Kurzweil: Nunca vou ser capaz de dizer que vivo eternamente, porque nunca será assim, mas vou falar sobre três pontes para uma extensão radical da vida.
A primeira ponte é o que você pode fazer agora para ficar saudável, à moda antiga, para poder chegar à segunda ponte. A ideia-chave é que a tecnologia da informação avança exponencialmente, e saúde e medicina agora são tecnologia da informação. Por exemplo, hoje você pode consertar um coração ferido –ainda não por causa do amor, isso necessita de alguns desenvolvimentos mais em realidade virtual. Podemos agora consertar os corações danificados de sobreviventes de ataques cardíacos ao reprogramar células-tronco adultas. Estamos cultivando órgãos, com êxito, transplantando-os com o DNA do próprio paciente em animais, e seremos capazes de fazer isso em humanos em breve. O que agora é um vazamento, provavelmente será uma inundação em 10 anos. Essa é a segunda ponte.
Ela nos levará à terceira, onde teremos nano robôs médicos –pequenos robôs computadorizados do tamanho de células do sangue– basicamente completando o trabalho do sistema imunológico. Temos células sanguíneas, as células-T, que nos mantêm saudáveis, mas elas evoluíram [quando] não havia qualquer interesse na espécie humana para que tivéssemos uma vida muito longa. Elas não reconhecem o câncer, por exemplo, porque isso ocorre mais tarde na vida. Podemos terminar o trabalho das células-T com estes nano robôs médicos. Há projetos detalhados de como ir atrás de todas as doenças uma vez que tenhamos esses dispositivos. Este é um cenário para 2030.
No fim das contas, vamos nos mesclar com a inteligência artificial.