O ano em charges

Doze ilustrações que definem os acontecimentos da política mundial em 2017

Van Dam/Landsmeer/NYT

Este artigo faz parte do especial "Ano em transformação", do "The New York Times News Service & Syndicate", que o UOL publica exclusivamente no Brasil. Ao final desta página você encontrará outros artigos relacionados a esse especial.

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Janeiro

Conexões russas parecem ser um problema para Trump

Vários memorandos não oficiais compilados por um funcionário aposentado da inteligência britânica mostram que o Kremlin possuía informações comprometedoras sobre Donald Trump, gerando preocupações sobre o relacionamento do presidente com o governo russo.

Suspeitas sobre uma intromissão russa na política americana surgiram antes da eleição presidencial, quando agências de inteligência dos EUA envolveram o Kremlin na invasão de rede de computadores do Comitê Nacional Democrata. O Departamento de Justiça e o Congresso iniciaram vários inquéritos. Recentemente, dois conselheiros do presidente Trump foram processados e dois outros se disseram culpados e começaram a cooperar com a investigação.

Pismestrovic/Kleine Zeitung/NYT Pismestrovic/Kleine Zeitung/NYT

Fevereiro

Canadá e União Europeia ratificam acordo comercial

Em oposição à tendência protecionista que varre o Reino Unido e os Estados Unidos, o Parlamento Europeu aprovou um amplo acordo de comércio entre o Canadá e a União Europeia em fevereiro. O Acordo Econômico e Comercial Abrangente, que o Parlamento ratificou em 15 de fevereiro, destina-se a remover 98% de direitos aduaneiros sobre mercadorias exportadas.

Em 21 de setembro, o acordo entrou em vigor provisoriamente, mas todos os parlamentos nacionais da UE devem aprová-lo antes que seja totalmente efetivado.

 

Bleibel/Daily Star/NYT Bleibel/Daily Star/NYT

Março: Mubarak ganha liberdade no Egito

O ex-presidente Hosni Mubarak do Egito voltou para casa em 24 de março, depois de seis anos de detenção. Mubarak, cujo governo durou quase três décadas, deixou o hospital militar Maadi no Cairo quando o Tribunal Superior de Apelações do país o isentou de responsabilidade pelas mortes, causadas por policiais, de 239 pessoas durante a Primavera Árabe. Aos 88 anos de idade, ele enfrentou várias acusações legais, incluindo violações de direitos humanos e corrupção, desde a queda de seu regime em 2011. A maioria das acusações não deu em nada, mas a liberdade de Mubarak é precária: um dia antes de sua libertação, um tribunal do Cairo reabriu uma investigação de corrupção contra ele.

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Abril: Erdogan vence referendo na Turquia e consolida poder

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan garantiu novos poderes em um referendo em 16 de abril, quando os eleitores aprovaram 18 emendas constitucionais que iriam abolir o papel do primeiro-ministro e conceder poderes executivos ao presidente. Membros do Conselho da Europa e da Organização para Segurança e Cooperação na Europa expressaram preocupações sobre irregularidades relatadas na votação e condenaram as táticas repressivas de Erdogan durante a campanha. Líderes da oposição prometeram desafiar os resultados --51,3% a favor-- no Tribunal Europeu de Direitos Humanos.

Hajjaj/Ad-Dustour/NYT Hajjaj/Ad-Dustour/NYT

Maio: WannaCry provoca problemas no mundo

O caos irrompeu quando centenas de milhares de empresas, universidades e escritórios governamentais em todo o mundo sofreram um ataque cibernético em 12 de maio. O WannaCry, um tipo malicioso de "ransomware" transmitido por um vírus de computador, criptografou arquivos em mais de 200 mil sistemas, exigindo que os usuários pagassem um resgate para recuperá-los. Acredita-se que Rússia, Ucrânia, Índia e Taiwan tenham sido os países mais afetados. Agentes de segurança britânicos e americanos disseram suspeitar que o WannaCry pode ter se originado na Coreia do Norte.

 

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Junho

Londres chora pelas vítimas do incêndio da torre Grenfell

Em 14 de junho, o pior incêndio no Reino Unido em mais de cem anos matou 71 pessoas e feriu cerca de 70 na torre Grenfell, um complexo habitacional no oeste de Londres.

Moradores disseram que já haviam relatado violações de segurança no complexo inúmeras vezes. A polícia de Londres atribuiu a rápida propagação do fogo a materiais inflamáveis da nova fachada do edifício. Autoridades britânicas descobriram materiais perigosos semelhantes em moradias públicas por todo o país.

Royaards/Cartoon Movement/NYT Royaards/Cartoon Movement/NYT
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Agosto: Trump tuíta e Coreia do Norte testa mísseis

Durante os meses de julho e agosto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tuitou sua frustração com os testes de mísseis balísticos intercontinentais e armas nucleares do líder norte-coreano Kim Jong-un. Em comentários a repórteres, Trump alertou a Coreia do Norte em termos ásperos. "Eles receberão fogo e fúria como o mundo nunca viu", disse Trump. Sua administração impôs novas sanções contra o país asiático em agosto no Conselho de Segurança das Nações Unidas, ampliando-as, além de incluir a Coreia do Norte em sua lista de países que patrocinam o terrorismo.

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Setembro

Mais vitórias para a extrema direita

Angela Merkel, a chanceler alemã, foi eleita para seu quarto mandato no dia 24 de setembro, mas sua vitória foi prejudicada pela ascensão do Alternativa para a Alemanha, partido anti-imigração de extrema-direita que chegou ao Parlamento comprometendo-se a lutar contra a "invasão de estrangeiros", ao mesmo tempo em que promove uma identidade nacionalista sem remorso, amplamente vista como tabu na Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial.

O Alternativa para a Alemanha ganhou 13% dos votos, tornando-se o terceiro maior partido político no governo. Essa vitória reproduz a da extrema-direita da Frente Nacional, da candidata Marine Le Pen na França. Dois meses depois, as negociações para formar um governo de coalizão fracassaram, trazendo perspectivas de novas eleições.

Schrank/Basçer Zeitung/NYT Schrank/Basçer Zeitung/NYT

Outubro

Divisões se ampliam na Espanha

A Espanha enfrentou sua maior crise política em décadas quando habitantes da Catalunha, que inclui a cidade de Barcelona, votaram, em 1º de outubro, na possibilidade de criar um estado independente.

A dissidência entre os catalães, que têm sua própria língua e cultura, deu origem a um movimento separatista liderado pelo presidente catalão Carles Puigdemont, que argumenta que o governo de Madri tem muito poder. Depois que o parlamento catalão declarou a independência, o governo espanhol resolveu processar 20 membros da liderança e Madri assumiu a administração do território.

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Novembro: Arábia Saudita limpa a casa

Uma limpeza sem precedentes abalou a Arábia Saudita, quando o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman ordenou as prisões de mais de 200 figuras influentes no que acredita-se ser uma tentativa de recuperar centenas de bilhões perdidos para a corrupção durante a atual recessão do país. Alguns dos príncipes, ministros e milionários, que se imaginavam imunes a esse tipo de repercussão, estão detidos --muitas deles em hotéis de luxo-- e receberam ofertas para comprar a sua liberdade através do pagamento de somas não reveladas. O governo saudita disse que a maioria concordou em pagar; alguns observadores afirmam que as prisões visavam intimidar e silenciar os críticos do príncipe herdeiro.

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Dezembro: O conflito no Iêmen se amplia

Em 4 de dezembro, combatentes rebeldes houthis mataram o ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, poucos dias depois de este ter denunciado o grupo e iniciado negociações de paz para se opor às forças lideradas pela Arábia Saudita. Saleh liderou o país por quatro décadas, antes de ser forçado a abandonar o poder em 2011, sendo substituído por seu antigo vice, Abed Rabbo Mansour Hadi. Sua morte encerrou a aliança entre suas forças e os houthis, que juntos lutavam contra uma coalizão que incluía a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos desde 2014. A coalizão está determinada a restabelecer Hadi ao poder, que havia sido afastado.

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