Imagine encontrar um planeta com uma temperatura de superfície confortável e uma atmosfera com quantidades substanciais não só de vapor de água, mas também de metano, o principal componente do gás natural. Embora nominalmente haja mais de uma maneira de produzi-lo, a principal forma de obter novas moléculas orgânicas e de gás é através dos processos naturais dos organismos – e aqui estou me referindo a micróbios que habitam os mares e os pântanos e os que vivem dentro de criaturas como nós.
Então onde devemos procurar se quisermos encontrar micróbios? Ou, melhor ainda, como fazer isso? Encontrar um planeta não muito diferente do nosso seria o ponto de partida lógico. O que diferencia a Terra de todos os outros que conhecemos bem – Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno – é a distância do Sol, que permite que haja água em estado líquido. Tem também uma pressão atmosférica adequada e temperaturas de superfície entre o ponto de congelamento e ebulição da água, de 0 a 100°C (ou entre 32 e 212 daquele “Fahrenheit” esquisito).
Os cientistas que encontraram o sistema Trappist-1 estavam procurando justamente isso – e acharam não um, mas sete exoplanetas – ou seja, fora do nosso sistema solar – em órbita ao redor da estrela. Desses, três parecem oferecer condições para a presença de água líquida em suas superfícies.