O L’Arpège é um dos restaurantes mais importantes da França. Tem três estrelas Michelin e lugar cativo nas cobiçadas listas de melhores do mundo. Seu chef, Alain Passard, é reconhecido pelo esmero com que trabalha (sobretudo e não somente) os vegetais. São famosos, também, os menus demorados. Ao custo de 145 euros por pessoa, o cardápio fechado ao modo confiança (quando o chef vai improvisando e expedindo os pratos sem que o cliente saiba o que está por vir) consiste em uma sucessão de combinações pautadas pela colheita da manhã, trazida do sítio do cozinheiro.
A conta em geral é alta, mas, como dizia o chef catalão Santi Santamaria (1957-2011), “o restaurante ideal é aquele que quando as pessoas vão embora se lembram do que comeram e até esquecem o quanto pagaram”. E as horas? Se lembram delas, é com prazer. Possivelmente, o tempo, em casos assim, é tido como bem empregado, e não “gasto” ou “perdido”. Não há cronômetros à mesa. Ninguém come olhando no relógio.