Ponto de virada

Histórias reveladoras de quem mudou de vida

oferecido por Selo Publieditorial

Parece assustador jogar tudo para o alto em busca de uma vida nova? As mudanças costumam gerar dúvida e insegurança, principalmente pela incerteza do que virá pela frente. Mas, abrir mão da rotina que não satisfaz, em troca de outra totalmente prazerosa, é mais comum do que se imagina. Em busca de melhorar a qualidade de vida, todas as opções devem ser consideradas.

Conheça, a seguir, 5 homens que decidiram mudar de rota em busca da felicidade

  • Ronaldo Gasparian, 49 anos, São Paulo (SP)

    "Fiz parte da primeira turma do curso de Computação na minha faculdade, em 1987. Trabalhei muitos anos nessa área, só que cheguei num ponto em que me vi totalmente infeliz. Tive depressão e dormi por quatro dias seguidos. Na segunda-feira seguinte, fui pro trabalho bem cedo, agradeci e pedi demissão. Meu plano era trabalhar como DJ, numa época em que ninguém nem sabia direito o que era isso. Sempre curti música. Desde adolescente gravava fitas para os amigos tocarem nas festas. Então, investi o pouco que tinha em umas caixas de som e passei a alugá-las para festas. Também comecei a discotecar. Carregava uns 300 discos numa caixa enorme e pesada, além do restante dos equipamentos. Eu montava e desmontava tudo sozinho. Minha família surtou. Tinham medo de eu 'ficar solteiro pra sempre' e 'virar drogado' por trabalhar à noite. Nada disso, é claro, aconteceu. Depois de muito trabalho, posso dizer que vivo exclusivamente disso há 25 anos. Sou casado e tenho uma família feliz. Hoje, uso computador para tocar, e tenho uma equipe grande que monta, carrega e desmonta os equipamentos. Meu trabalho é divertido, mas tem muita responsabilidade também. As festas são só a ponta bonita do iceberg - tem reunião, trabalho estratégico, marketing, pesquisa, impostos, empresa, contador, funcionários, pra tudo parecer 'divertido' na hora."

  • Otávio Janecke, 40 anos, Jaraguá do Sul (SC)

    "Sempre estive acima do peso e passei por todas as experiências ruins que pessoas como eu passam. Ganhar apelidos, não querer sair nas fotos, evitar se olhar no espelho, ter receio de se aproximar de uma mulher. Até que, um dia, uma amiga que trabalhava em uma confecção me convidou para fazer fotos para um catálogo e esse foi meu ponto de virada. Quando fui para frente da câmera, em menos de dois minutos conseguimos imagens muito boas. Percebi que, se eu estava ali, era porque a marca precisava de alguém com minhas características. Engatei o segundo trabalho nessa mesma semana. Enquanto esperava o início da sessão, conheci uma modelo plus size com mais de uma década de experiência, que me incentivou a investir na carreira. Vi que não haviam muitas referências masculinas plus size e resolvi criar um blog, chamado O Plus Size, que pudesse trazer um olhar positivo e consciente para o homem gordo que quer se sentir bem. Eu, que jamais tive espelho em casa, agora estou procurando um bem grande para poder me enxergar de corpo e alma e servir de inspiração para muita gente que passa por situações semelhantes." A valorização da própria imagem fez com que Otávio conquistasse uma vida muito mais plena depois dessa virada que veio para durar muito.

  • Rodrigo Rabello, 38 anos, São Paulo (SP)

    "Lembro de, ainda criança, observar meu avô paterno cortar fumo de corda com um canivete automático, peça que me fascinava. Foi ele também que me ajudou a fazer minha primeira espada, esculpida em peroba rosa e com cabo de cano metálico. Mas nunca achei que essa paixão pudesse, de fato, virar meu principal ganha-pão. Me formei em Desenho Industrial e trabalhei 17 anos em uma agência de comunicação. Aos finais de semana eu me dedicava à cutelaria, em casa. Cheguei a participar de feiras e, logo na primeira, ganhei o prêmio de melhor iniciante. Até que, na agência, fui promovido a diretor de criação. Aumentaram as responsabilidades e eu não tinha mais tempo para a cutelaria nem para estar com a minha família. Comecei a ficar descontente. Apesar do bom cargo, decidi pedir demissão e trabalhar apenas com cutelaria. Há três anos, esse é meu trabalho em tempo integral. Faço facas, machados e canivetes, onde busco a alta performance e a excelência na criação e execução das peças. Meu trabalho é autoral, não tenho funcionários. Minha oficina fica em casa, então consigo estar mais próximo da minha família. Além disso, minha esposa, que é designer, faz esculturas de animais em algumas peças. Mesmo com as dificuldades que tivemos no início, eu jamais voltaria a trabalhar em agência."

  • Cleverson Cassel, 35 anos, Boca Raton, Florida (EUA)

    "Eu trabalhava como programador para uma plataforma brasileira de interação social, mas sentia que meu lugar não era ali. Tentei investir em um projeto que não foi para frente por causa da complexa burocracia brasileira. Então, aceitei um convite de trabalho nos Estados Unidos. No entanto, depois de um ano, estava desempregado. Fiz de tudo para me sustentar: entreguei pizza, trabalhei em loja de pretzels e até num famoso fast food. Em paralelo, fui desenvolvendo um outro projeto: um site que facilita o envio de dinheiro para o Brasil, o Câmbio Real. Meus amigos achavam que eu era maluco por investir em uma ideia incerta. Mas eu sabia que estava criando um serviço inovador, que a comunidade brasileira no exterior precisava muito. O caminho foi árduo, mas hoje estou colhendo os frutos. Minha empresa tem mais de 50 mil clientes em 26 países. Nos últimos anos, diminuí minha jornada de trabalho, mudei pra uma cidade de praia, tenho muito mais qualidade de vida e aquela sensação de dever cumprido. Mas não me acomodo, não. Todo dia penso em criar algo novo."

  • Paulo Tadeu, 53 anos, São Paulo (SP)

    "Eu tenho uma editora e, até 2007, meus livros eram direcionados ao público adulto. Mas aí aconteceu uma virada. Guilherme, meu filho, estava com seis anos e eu comecei a contar piadas para ele. Anedotas inteligentes, próprias para a idade. Foi uma festa. Ele pedia que eu contasse várias vezes a mesma. Depois decorava e saía repetindo. Até que, um dia, pensei: vou reunir essas e outras piadas num livro. Publico uma quantidade pequena. Se vender, ok. Se não vender, tudo bem também. O importante é ter esse registro. Lancei, então, o livro Proibido para Maiores (ed. Matrix). Em um mês, a edição se esgotou. Achei que fosse sorte. Imprimi mais um pouco. Em quinze dias, se esgotou de novo. Tive que fazer uma tiragem maior. Em pouco tempo o livro alcançava a lista de mais vendidos, onde ficou por 52 semanas e alcançou a incrível marca de mais de 170 mil exemplares comercializados. Depois, vieram muitos outros. Certa vez, diante da dificuldade do Guilherme em decorar uma tabuada, criei um livro-jogo que o fizesse aprender se divertindo. Comecei a ser convidado para ir às escolas falar aos pequenos leitores. A partir daí, resolvi fazer um espetáculo de teatro. E criei o Proibido para Maiores - o primeiro stand-up infantil do mundo, que eu já apresentei em vários teatros de SP e do interior. Hoje tenho 78 obras publicadas, 30 delas voltadas para o público infantil. E tudo isso graças às primeiras gargalhadas do Guilherme, há dez anos, em cima das piadas."

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