Em um mundo confuso e caótico, livrar-se da bagunça de nossas vidas começa com uma simples pergunta: como escolher o que nos faz felizes?
A palavra japonesa "tokimeku" significa "centelha de alegria". Aqueles que forem seguir meu método de arrumação devem adotá-la e se perguntar: "Isso me traz alegria?" Essa pergunta é a única base para escolher quais objetos manter em casa e quais descartar.
Então, será que podemos aplicar essa noção de alegria em uma escala maior?
Vivemos em um mundo caótico e desorganizado, grande parte dele fora de nosso controle. Li recentemente que mais de 80 bilhões de artigos de vestuário são produzidos a cada ano, mas insignificantemente poucos são reciclados. Conforme os hábitos de compra das pessoas mudam e a tecnologia leva quase tudo para a nuvem, as pessoas começam a valorizar as experiências em detrimento de coisas materiais. Alguns chegam até mesmo a dizer que atingimos um ponto crítico em termos de consumo de massa —chegamos ao pico material.
Embora às vezes pareça que as coisas ameaçam dominar nosso mundo, podemos concentrar nossa energia e determinação na escolha do que nos faz felizes e, finalmente, mudar nossas vidas. O fato de nos perguntarmos se algo nos traz alegria parece ser um processo muito simples —tão simples que muita gente questiona sua real eficácia. A força do padrão de "centelha de alegria", no entanto, reside em sua ambiguidade.
Vamos considerar, apenas como argumentação, padrões mais precisos para a manutenção ou descarte, mesmo de algo tão básico quanto uma peça de roupa. O número de jaquetas que possuímos deveria ser menor do que dez? Devemos descartar as roupas que não usamos há mais de três anos?
As regras que adotam valores numéricos concisos podem parecer mais práticas, e é por isso que a sociedade muitas vezes nos impõe normas específicas, como a quantidade de dinheiro que devemos ganhar, o peso ideal que temos que manter ou a quantidade recomendada de alimentos a ser consumida todos os dias. Mas o que faz alguém feliz, confortável e saudável varia de uma pessoa para outra, por isso seu padrão ideal individual só pode ser determinado através de sua própria perspectiva. E é aí que a pergunta mágica —isso me traz alegria? — entra em jogo.