"Todo guerreiro tem sinais de batalha. Eu tenho os meus"
A jornalista Carla Costa, 31, descobriu que portava uma doença autoimune no intestino, a retocolite ulcerativa inflamatória, em 2013. Um ano depois, antes que a doença começasse se manifestar, ela engravidou. A gestação foi difícil e, desde o início, a cesárea se mostrou como única opção para que sua filha, Nina, nascesse em segurança.
Carla tem outras quatro cicatrizes, que se confundem à do parto, na região do abdome. É que 11 meses após dar a luz, a jornalista passou por uma operação para retirar o intestino grosso. Aqui, ela fala sobre o que essas marcas representam agora.
"Tomo remédios pesados para controlar a doença e, por isso, não pude amamentar a Nina. Foi doído ver meu peito jorrando leite e não poder alimentá-la...
Minha filha não tinha nem um ano quando precisei ser operada. Foram 20 de UTI e 4 cicatrizes na barriga. Fiquei de cara para morte, mas disse: 'não vou!'. E voltei para casa poucos dias antes do primeiro aniversário dela. Organizei sua festinha no leito do hospital.
A doença agora se instalou no reto e sei que, em algum momento, terei que colocar a bolsa de colostomia. Será mais uma cirurgia. Tenho limitações, não posso ficar em locais fechados, nem com muita gente por causa da minha baixa imunidade. Mas sempre consegui cuidar da Nina sozinha. Somos apegadas.
Tenho orgulho das minhas cicatrizes. Elas representam a vida: a da minha filha e a minha. Não faço nada para escondê-las e amo muito mais meu corpo depois delas. O irônico é que antes de tudo isso, eu tinha um pouco de vergonha. Sempre achando que precisava perder uns quilinhos..."