Aos 16, Amara se viu bissexual e entendeu que poderia sentir atração por homens --e não só por mulheres, como o que fora imposto. Com as meninas era possível se relacionar à luz do dia. Com os meninos, não.
"Foi muito difícil e algo que só mudou pouco antes do início da transição, quando liguei o foda-se e assumi publicamente meu interesse por ambos."
Pouco tempo depois, conheceu algumas travestis. "Lembro do dia em que uma delas pediu para me maquiar, para ver como eu ficaria de mulher. Tive um surto: "Sou homem!" Preferia não descobrir.
Aos 22, escreveu poemas sob a perspectiva da mulher trans. "Eu me dei conta de que os poemas falavam sobre mim." Desse ponto até os 29, quando pediu para a primeira pessoa a chamar de Amara, chegou a tomar hormônio, mas desistiu.
"Descobri pessoas trans ocupando a sociedade, existindo, e isso me fez acreditar que eu também poderia."