De volta ao lar

Depois do fracasso do ano passado, Virada Cultural se reencontra no Centro de São Paulo

Do UOL, em São Paulo
Marlene Bergamo/Folhapress

A Virada Cultural de SP se reencontrou em 2018. Depois da desastrosa ideia da Prefeitura de confinar as atrações em palcos pouco atrativos em 2017, como o autódromo de Interlagos e o sambódromo do Anhembi, o evento retornou com força ao Centro. O público compareceu, lotando alguns shows, mas sem a mesma empolgação vista em anos anteriores. A impressão geral é de que a mobilização pelo evento perdeu, em um nível ainda difícil de mensurar, algo de sua intensidade.

"O que fizemos foi manter o espírito de ter uma descentralização, mas fortalecer o Centro. Conseguimos ajustar o ponto em relação ao ano passado. Fizemos uma mudança e, como em qualquer mudança, aprendemos com os erros. O que deu certo a gente manteve e o que não deu certo a gente mudou", disse André Sturm, secretário de Cultura de São Paulo.

Sem atrações internacionais de peso e com poucas novidades nos palcos, o que levou as pessoas para as ruas foi a nostalgia. Assim, não surpreende que as apresentações mais concorridas tenham sido de quem faz (ou fez) sucesso há muito tempo, como Rouge, Legião Urbana, Sidney Magal, Paralamas do Sucesso...

E, como não poderia deixar de ser, teve política. O "Fora, Temer" de outros eventos virou "Lula Livre" e gritos variados que iam do problema de habitação na cidade à PEC que pode liberar o uso de agrotóxicos no país.

Os discursos políticos

Fora, fascistas! Fora, fascistas!
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André Frateschi

André Frateschi, vocalista na turnê da Legião Urbana

Ninguém deve tirar um presidente da República de seu poder se ele foi eleito pelo povo.
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Sidney Magal

A galera tem que se mobilizar, o brasileiro tem que se mobilizar, não tem jeito.
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Fernanda Abreu

Não vamos esquecer que um prédio pegou fogo e pessoas moravam dentro.

Tarado Ni Você

Todo político é um filho da puta.
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Gabriel, o Pensador

Gabriel, o Pensador

Marlene Bergamo/FolhaPress  Marlene Bergamo/FolhaPress

A emoção de Netinho

Estar aqui de pé tem um significado muito grande, porque foi aqui [em São Paulo] que me curei.
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Netinho

Netinho, após passar por diversas internações nos últimos 4 anos

Xinhua/Rahel Patrasso Xinhua/Rahel Patrasso
Reprodução Reprodução

O lado ruim

Uma viatura do DPPC (Departamento de Polícia e Proteção à Cidadania) foi depredada de madrugada. Dois suspeitos chegaram a ser detidos, mas acabaram liberados por falta de elementos que os ligavam ao ato de vandalismo.

Além do carro danificado, dois prédios da Polícia Civil que ficam no centro também foram alvo vandalismo. O IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt) foi pichado, e o palácio da Polícia Civil teve a porta de vidro depredada.

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Eduardo Anizelli/Folhapress Eduardo Anizelli/Folhapress

Funcionou

  • Cortejos

    A rua da Consolação viveu uma espécie de Carnaval fora de época, com trios elétricos que contaram até com rock.

  • Acessibilidade

    Muitos palcos tiveram a presença de intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais), que deram um show à parte.

  • Segurança

    Poucos casos de brigas e furtos foram registrados pela polícia durante a Virada.

  • Parque de Diversões

    Público encarou até 1h de fila para brincar no carrinho de bate-bate e no barco viking.

Não funcionou

  • Temperatura

    Depois de dias com um clima agradável, São Paulo registrou muito frio na madrugada e na manhã de shows.

  • Samba em Itaquera

    A Arena Corinthians estava preparada para receber 20 mil pessoas, mas os shows só tiveram 3 mil de público.

  • Som ruim

    Bem pior do que em anos anteriores. Em alguns palcos o som estava abafado, não dando para ouvir os instrumentos ou a voz de quem estava cantando.

O que o público achou

Essa Virada está melhor do que a do ano passado. Mais segura, com mais policiamento, inclusive.

Clayton Souza, auxiliar de cabeleireiro

Os paulistanos precisam fazer umas aulas com os baianos para melhorar isso. É muito difícil ouvir o som.

Arina Alba

Terem voltado à região central foi bom pra gente conseguir curtir mais.

Romary Amorim

Só tem um porém: Tem pouca informação em relação aos shows, não tem muitos panfletos.

Camilla Boschetto

Achei bastante seguro também, a gente viu bastante segurança. Perto dos outros anos, esse tinha bastante policial

Douglas Santos

Mariana Pekin/UOL Mariana Pekin/UOL

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