Foi em Nova York que a artista deu seus primeiros passos na carreira. Morena cursou o ensino médio em uma escola especializada em artes visuais e performáticas e, aos 17 anos, entrou na prestigiosa Julliard School, de onde saíram nomes como Robin Williams, Viola Davis e William Hurt. No ano seguinte à sua formatura, ela estreou nos palcos da cidade com a peça “A Gaivota”, de Anton Tchékhov, estrelada por Meryl Streep. A brasileira era a substituta de Natalie Portman.
Nem as credenciais nem o fato de ter passado a maior parte da vida em solo americano, entretanto, facilitaram a entrada de Morena na indústria cinematográfica, então a anos-luz das discussões sobre representatividade que se tornaram tão presentes nos dias de hoje.
Foi mais difícil quando eu comecei a carreira lá, porque embora eu não tenha sotaque nenhum falando inglês, eu tenho um nome diferente, aparência diferente. Isso foi 15 anos atrás, então Hollywood estava bem diferente.
Por conta desse estranhamento, ela acabou interpretando muitos seres de outro mundo no início da carreira. Seu primeiro grande papel foi como Inara Serra, uma das protagonistas de “Firefly”, a cultuada série de ficção científica de Joss Whedon. Mais tarde, ela viveu a vilã Adria em “Stargate SG-1”; e de 2009 a 2011 interpretou a bela e ameaçadora líder de uma raça alienígena que vinha visitar a Terra na série “V”.
As personagens latinas também apareciam bastante para a atriz no começo. “Queriam me encaixar nos papeis de hispanos, que também não dá certo para quem eu sou. Eu posso me encaixar em alguns, mas não é exatamente só você ser uma latina e fazer um papel só. Agora está abrindo, está bem diferente”.
E Holywood está mais aberta ao talento brasileiro, acredita a atriz, hoje bem acompanhada por nomes como Rodrigo Santoro, Alice Braga e seu amigo Selton Mello, que irá dirigir seu primeiro filme americano. “O mundo está ficando cada vez menor em termos de Hollywood, e atores de vários lugares estão trabalhando lá, como também fora. Acho muito boa essa troca”, diz ela.