"Eles deixaram equipamento marcando no ônibus deles num show, e a gente [Ratos de Porão] foi embora com tudo. Aí ele pegaram táxi e foram atrás. A gente já estava dividindo o "saque". Eles chegaram e pararam o ônibus na avenida Brasil. 'Pô, vocês roubaram!'. 'Roubamos nada. O motorista saiu e a gente estava com sono'. Mas na real a gente queria roubar mesmo. (risos)"
"Numa época eu trabalhei como barman naquela boate Napalm. E era aquela coisa de brasileiro mesmo, cara. Que gosta de levar vantagem em tudo, certo? [imita sotaque carioca] A gente está ali para levar vantagem, certo? A gente fazia um esqueminha e pegava no caixa. Como faz em todo lugar juiz, presidente, deputado. A gente estava ali como bom brasileiro pilantra."
"Quando o Nirvana veio, em 93, a gente saiu para uma balada muito louca num bar grunge. Também foi a Courtney e um povo que parecia sonho, sabe? O que mais me marcou foi o olhar dele. A camiseta escrito 'I hate myself I wanna die'. Com a gente ele até teve um pouco de alegria. Sorriu, ganhou camiseta, disco. Cheirou pra caralho. Fiquei triste quando ele morreu. Ele teve uma deprê monstro. Tinha raiva de ter ganhado US$ 30 milhões. Ele não queria isso."
Imagem: AP Photo/Robert Sorbo - Getty Images"Tive que entrevistá-lo, e a gente ficou amigo. É o tiozão mais legal do mundo. Também sou amigo do filho dele, que mora em Miami. Ele rasga mil sedas pra mim que eu fico até encabulado, cara. Quando ele começa a falar que sou o melhor pai do mundo, melhor marido do mundo, que sou a pessoa mais decente. Eu fico 'ah, que vergonha!'. Mas ele é demais. Eu já era fã dele na Jovem Guarda, na fase da macumba dos anos 1970. O cara ser meu amigo pessoal é muito legal. Fico feliz."
Imagem: Leonardo Benassatto/Futura Press/Estadão Conteúdo