Procurada pela reportagem por meio de sua assessoria de imprensa, a campanha presidencial do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) encaminhou o programa de governo registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e afirmou que suas "pautas para a economia já foram entregues".
No documento, uma das principais propostas para a área econômica é a criação de uma carteira de trabalho diferente, verde e amarela em vez de azul, que sobrepõe o acordo entre empregador e empregado à legislação trabalhista. Dessa forma, valeria o que foi combinado, desde que sejam respeitados os "direitos constitucionais" (décimo terceiro salário e férias remuneradas).
O objetivo é que, assim, com menos exigências e garantias legais, fique mais fácil conseguir combater o desemprego. A nova carteira de trabalho seria opcional por parte do trabalhador, que manteria a prerrogativa de continuar com a carteira azul, que segue a legislação trabalhista.
Outro ponto sobre economia apresentado no plano de governo de Bolsonaro fala sobre a criação de um "superministério" da economia e a independência do Banco Central. "Para atender ao objetivo de enxugamento do Estado, mas, também, para garantir um comando uno e coeso para a área, o Ministério da Economia abarcará as funções hoje desempenhadas pelos Ministérios da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio, bem como a Secretaria Executiva do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos)", diz o documento, ao acrescentar que "as instituições financeiras federais estarão subordinadas ao ministério".
O plano promete também combater o déficit fiscal. O texto diz que todos os recursos obtidos com privatizações e concessões deverão ser obrigatoriamente utilizados para o pagamento da dívida pública.
'Quebraremos o círculo vicioso do crescimento da dívida, substituindo-o pelo círculo virtuoso de menores déficits, dívida decrescente e juros mais baixos. Isso estimulará os investimentos, o crescimento e a consequente geração de empregos. Esse processo de redução de dívida será reforçado com a realização de ativos públicos', diz o texto.
"Daremos especial atenção ao controle dos custos associados à folha de pagamento do governo federal. Os cortes de despesas e a redução das renúncias fiscais constituem peças fundamentais ao ajuste das contas públicas", acrescenta o documento.
No plano de governo, Bolsonaro promete ainda uma reforma da Previdência, com a implementação de um fundo de capitalização para sustentar os benefícios.