Um gol comemorado como título mundial
O economista Paulo Nogueira Batista Junior testemunhou um desses momentos. Assim ele o descreveu em um texto no jornal “Folha de S. Paulo” de 4 de março de 1999:
“Um dia, fui ao Maracanã assistir a um jogo importante do Fluminense. Estádio lotado, logo no começo da partida, o Cafuringa fez uma das suas: driblou todo mundo e isolou a bola. Toda a torcida do Fluminense (e até a torcida do outro time) levantava os braços para o céu (e Deus, lá de cima, respondia: calma, calma).
Aí aconteceu o grande momento. Pela enésima vez, o Cafuringa fez uma linda jogada e atravessou a defesa adversária inteirinha. O goleiro saiu do gol para fechar o ângulo, só que, dessa vez, o nosso ponta-direita colocou a bola exatamente no fundo das redes!
Vocês não imaginam a explosão. Foi uma coisa impressionante. É impossível descrever a emoção que tomou conta do Maracanã naquele instante. Foi tão forte, mas tão forte que, até hoje, mais de 20 anos depois, eu me emociono de novo ao relembrá-la. Quando o Cafuringa correu para o lado das arquibancadas em que estava a torcida do Fluminense e se ajoelhou, o estádio inteiro nadava em lágrimas.”
Quando os pontas começaram a ser mais cobrados por balanças as redes, Cafuringa e seu trauma de gol foram perdendo espaço. Ele foi vendido ao Atlético-MG e depois ao Deportivo Táchira, da Venezuela.