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É comum as pessoas comprarem seguro de automóvel sem refletir se as coberturas contratadas de fato atendem às necessidades do dia a dia.
E, quando surge um imprevisto, podem não estar totalmente protegidas. Essa situação pode ser evitada com um exercício simples: conhecer o seu próprio perfil de motorista.
Para Gutemberg Viana, professor de responsabilidade civil na Funenseg-SP (Fundação Nacional de Seguros), pensar na rotina de uso do automóvel, no modo de dirigir e nos principais riscos que se corre no dia a dia é essencial para saber o que não pode faltar na apólice.
"Como eu conduzo? Em quais regiões circulo? Onde meu carro fica parado? Onde pernoita? O motorista precisa dedicar um tempo para descrever e entender as suas próprias necessidades antes de contratar o seguro. O momento mais importante da contratação do seguro é o antes. É antes que se determinam todas as condições do contrato", afirma o professor.
Segundo Salvador Edison Jacintho, coordenador da Comissão de Automóvel do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguro), se o perfil do motorista não estiver bem traçado e não corresponder ao real uso, há o risco para o segurado de não estar coberto, por fugir das regras do contrato.
Ele dá um exemplo: "Uma pessoa que no meio do contrato começa a atuar como motorista de aplicativo vai ficar sem cobertura se tiver sinistro e não fizer a revisão do contrato, porque a seguradora está considerando que ele é um condutor comum."
Veja a seguir os principais perfis de motoristas e as coberturas que não podem faltar em cada caso, segundo especialistas:
O motorista que gosta de viajar sabe que os riscos são constantes e, se houver colisão, o prejuízo pode ser alto. Além disso, quando o carro percorre grandes distâncias, ficar na mão na beira da estrada por qualquer problema no veículo é outro fator que causa transtorno e compromete a segurança pessoal.
"Para quem utiliza o veículo para percorrer grandes distâncias, é importante pensar no limite de quilometragem do plano de assistência, de preferência acima de 500km. Isso pode fazer a diferença para que o encaminhamento do veículo avariado ser reparado em uma oficina de sua confiança", recomenda Arnaldo Odlevati Junior, presidente do Clube dos Corretores de Seguros do ABC (CCSABC).
Para o motorista que usa o carro diariamente para ir e voltar do trabalho, qualquer imprevisto que o deixe a pé, mesmo que temporariamente, pode significar um enorme transtorno. Além disso, ele está exposto com mais frequência aos vários riscos do trânsito, principalmente problemas mecânicos e colisões.
Por causa do risco de acidentes, Raquel Silva, head de affinity da corretora Willis Towers Watson, aconselha a esses motoristas atenção também aos possíveis danos a terceiros no seguro. "Aqueles que utilizam o carro no dia a dia devem considerar a importância de uma substancial cobertura para danos a terceiros, lembrando que, além dos danos ao próprio veículo, uma colisão pode atingir veículos e pessoas e causar grandes prejuízos."
Muitas pessoas estão preferindo deixar o carro na garagem a maior parte do tempo e aderindo ao transporte público, ou mesmo à bicicleta, para se locomover no dia a dia. Sair de carro tem sido uma escolha mais eventual, apenas para realizar passeios casuais e familiares, ou tarefas cotidianas em que o veículo é necessário.
Segundo Arnaldo Odlevati, esse perfil de motorista pode contratar um plano mais econômico de assistência 24 horas, por exemplo, já que raramente fará viagens de longa distância.
Mas ele alerta que, mesmo com exposição menor, a proteção do seguro ainda é necessária. "De qualquer forma, imprevistos podem acontecer a qualquer momento, um sinistro pode ocorrer em um momento que realmente você esteja precisando do veículo", afirma.
O motorista prático é aquele que usa o carro para facilitar o dia a dia. E, para isso, quer poder estacionar o veículo em qualquer lugar, sem perder a tranquilidade. Como batalhou pela conquista do carro, quer zelar pelo seu patrimônio.
"Muitas pessoas sofrem para conquistar um patrimônio, dedicam horas de suas vidas, e depois nem dão bola para protegê-lo. Existem momentos que melhor do que aumentar o patrimônio, é proteger. E a forma de fazer isso de maneira sólida e tranquila é contratando um seguro", afirma o professor Gutemberg.
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