Como funciona seu trabalho de técnico assistente?
A minha parte envolve bastante acertar os detalhes de macro e de micro, de estratégia. Por exemplo, se você está jogando uma composição mais recuada, voltada para push, a minha função é acertar os pontos que faltam para a composição rodar de forma fluente.
Existem organizações que possuem apenas um coach, qual o impacto e a diferença que uma organização pode ter com a presença de alguém especializado neste cargo que você exerce?
Esta pessoa ajuda a determinar diferentes funções, então aumenta a eficiência. Outro exemplo que posso dar é na parte do draft, onde uma pessoa pode estar focada só em questão de draft enquanto outra se empenha na parte de micro. No meu caso, eu tenho de ficar na parte do coletivo, como eles rodam no fim do jogo. Portanto, dou mais atenção especial para isso, então a solução dos problemas acontece mais rápido e mais frequente.
Houve um caso recente, dentro do Rainbow Six, em que uma organização dispensou a função do coach. Na sua opinião, é possível que um time com cinco ou mais membros consiga se organizar sem um assistente ou um coach?
Eu não conheço direito como funciona nos outros jogos, mas no League of Legends isso é muito difícil, porque há muitos fatores para pensar em questão de dependência, e no LoL não há como não ter pelo menos uma ou duas das pessoas trabalhando na equipe.
Sobre sua longa estrada como técnico e analista, o que você aconselha para aqueles que jogam há bastante tempo e querem iniciar nesta profissão?
Precisa ser organizado, você precisa assistir uma carga de outros jogos, de outras partidas de outros times jogando para ver o que eles estão fazendo, quais são as tendências que estão acontecendo. Para você ter uma boa ideia da parte mais fundamental do jogo, é muito importante você ser bem didático, mas não ser básico, você ser profundo nas coisas que você sabe em relação ao jogo como funciona e como é jogar.
Ainda sobre a sua carreira, você veio de outras organizações. Como foi a sua trajetória até chegar ao Submarino?
Nas equipes brasileiras, eu já passei pela KaBuM, pela CNB, pela Keyd, também trabalhei no LAS, na equipe da KLG, que é uma equipe bem tradicional lá, e aqui no Brasil também a última equipe que eu estive foi na TShow, onde estive por 2 splits.
Quais resultados positivos você conquistou junto de times do exterior?
Com a KLG nós fomos campeões de LAS e jogamos o Wildcard 2016. Com a equipe da Big Gods chegamos nas semifinais da Challenger Series, da LCS norte-americana.
E no Brasil? Como foram as conquistas em equipes daqui?
No Brasil trabalhei com a Keyd em 2016, quando fomos vice-campeões, na CNB eu entrei para trabalhar no auxílio, a campanha que tivemos não foi muito boa, e na TSHOW assumi o cargo do time assim que desceram do CBLoL para o Desafiante.
Em situações onde o head coach precisa se ausentar durante os treinos, o técnico assistente assume sua posição?
Sim, mas não há como suprir 100% das coisas que ele faz no time. Mesmo assim, é possível dar continuidade do trabalho que é feito, já que entendo como funcionam as dinâmicas do time.
E falando em dinâmica do time, como coach secundário o que você espera do time para os próximos confrontos?
Quando cheguei, acreditei que a equipe estava um pouquinho mais crua do que era, então estou bem contente com a base que estamos tendo para começar a trabalhar. Acredito que virão jogos bem difíceis porque este Circuito está bem disputado, tem a Team One, paiN Gaming e a equipe da própria TSHOW (que agora é a Redemption). Ambas são três equipes muito fortes e as outras também estão em um nível decente, então será bem complicado, e a minha expectativa é que a cada semana o Submarino Stars melhore e que tenhamos melhores condições para a desejada classificação.