O rosto de Jobson fica sério quando precisa lembrar dos momentos em que passou preso. Foi mandado três vezes para a cadeia, Além dos 69 dias em 2016, ficou detido dois meses e 23 dias em 2017 e mais sete meses entre o final de 2017 e abril de 2018. As duas últimas prisões foram por descumprir regras da liberdade condicional.
Jobson contou sobre ameaças que sofreu de presos, os processos obrigatórios que a mulher e a mãe precisavam passar quando iam às visitas e o medo de morrer no cárcere.
“Não desejo isso a ninguém. Tem que fazer procedimentos, passar humilhação. Sua esposa, sua mãe. Tiram a roupa, as pessoas te olhando como coitado. Um cara que estava fazendo gol em todo o Brasil, preso. Teve um dia que minha mãe foi me visitar e eu chorei. Eu perguntei: ‘O que eu fiz de tão errado na minha vida? Isso aqui é o fundo do poço’. Mas eu sempre falei para ela: ‘Fica tranquila que eu vou sair daqui e jogar bola. Vou provar na Justiça que eu não fiz isso. A senhora sabe que não foi isso que aconteceu’”.
Ele não quis receber visita dos filhos no tempo em que ficou preso. Hoje, ele tem quatro: três meninos e uma menina. As crianças têm 8, 7 e 5 anos e o bebê, seis meses de idade. O mais novo se chama Jobson Júnior.
“Eu não queria que meus filhos me vissem preso, nenhum deles. Meu filho mais velho chorou quando eu saí da prisão, aquele choro da ânsia, do desabafo. Desde o que aconteceu, eu nunca mais tinha visto o menino. Ele sofreu muito. Por isso eu tenho medo”.