Mulheres que resistem

Confira tudo o que aconteceu no segundo dia da Campus Party

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Clara Averbuck, internet e resistência feminista

"Ter medo não significa recuar. Ter medo significa reagir"

Escritora com sete livros publicados e criadora do site Lugar de Mulher, Clara Averbuck acredita que o movimento feminista ampliou seu alcance pelas redes sociais porque, antes, as mulheres não conversavam muito com a outra. “A gente é criada para competir. O mundo é heteronormativo e criam as meninas para serem belas, recatadas e do lar”, diz. “Nos últimos cinco anos o feminismo ficou inevitável. Vão ter que nos escutar. Vão ter que nos engolir”.

Durante o workshop que ministrou no TNT Lab, Clara incentivou as mulheres na plateia a buscar outras mulheres para conversar, participar de coletivos feministas com que se identificam e a ocupar espaços de fala para fazer o discurso chegar aonde der. “Conversem com suas amigas, enviem textos para suas amigas. Sem informação a gente não vai a lugar nenhum”. Para os homens, também deixou um recado: “Tá na hora de ouvir. Não tá na hora de falar”. 

Mulheres e a tecnologia

As dificuldades que mulheres enfrentam na tecnologia não são individuais, mas estruturais

Criado por Bárbara Paes e Fernanda Balbino, o projeto Minas Programam visa combater a desigualdade de gênero no ramo da tecnologia e dar visibilidade às mulheres (resistentes!) que já atuam nesse campo. A iniciativa une mulheres que já trabalham com tecnologia como professoras a outras mulheres que ainda estão se desenvolvendo na área. “A gente recebe muitas mulheres que recebem ataques constantes ao seu intelecto. No curso, vimos várias mulheres que já sabiam programar um pouco mas não tinham confiança no conhecimento que elas já tinham”, disse Bárbara.

Depois de citar uma reportagem que diz que meninas de seis anos não se sentem tão inteligentes quanto os meninos da mesma idade, Fernanda salientou que a ausência de mulheres na tecnologia e nas engenharias é uma construção que vem da infância. ”Desde o início as crianças começam a ser projetadas para atividades diferentes, e isso influencia nas capacidades que elas vão ter. Mulheres com relações interpessoais e meninos com coisas. Começa aí o gap de gênero”.

Sexualidade, pornografia e tecnologia

Em um mundo em que a pornografia passa pela mesma crise das editoras e produtoras de conteúdo, qual é a melhor saída para renovar o mercado do sexo? No TNT Lab, a resposta passou pelas mulheres. “Será que a pornografia influencia a cultura do estupro ou a pornografia é assim porque reproduz o que a sociedade faz? No fim são as duas coisas. Uma coisa influencia a outra e vice versa”, disse a pesquisadora Rita Wu.

Em um debate comandado por Marie Declercq, repórter da Vice, Rita, Mayara Medeiros (da produtora de conteúdo adulto Xplastic) e Mayumi Sato (diretora de marketing da rede social Sexlog, que possui mais de 6 milhões de usuários) conversaram sobre as questões que a indústria do sexo tem experimentado e a renovação pela qual ainda precisa passar. “Não tem como você produzir coisas melhores se você não se questiona”, disse Mayara. 

Maíra Medeiros

Para fazer sucesso na internet, é preciso "achar o meio do caminho entre o que as pessoas querem ver e o que você quer fazer"

Dona do canal do YouTube Nunca Te Pedi Nada, Maíra Medeiros usou o TNT Lab como espaço para apresentar projetos legais que acompanha na internet. “Tem muita gente que faz muita coisa da hora e que não é divulgado”, disse. Ao mesmo tempo também explicou que, na disputa entre qualidade de conteúdo, visibilidade e número de seguidores, a primeira questão é a que mais importa.

“Não existe uma fórmula secreta. Quando comecei o meu canal, comecei sem pensar em número. O lance do YouTube é produzir com muito coração e com muita verdade. A partir do momento que um conteúdo seu tem um alcance melhor, as pessoas vão investigar os seus conteúdos anteriores. Aí seu canal começa a crescer, e foi exatamente isso que aconteceu no meu”.

Mente influencia matéria?

Como a ciência pode explicar coisas que a ciência (ainda) não explica

A Física já tem teorias como a da relatividade, da evolução e do Big Bang. Ainda assim, Gabriel Guerrer tem a sensação de que tem algo faltando nesse processo de entender o mundo. Cursando o pós-doutorado, o cientista pesquisa a possibilidade da mente influenciar a matéria à distância.

Para isso, ele ultrapassa o paradigma materialista, que entende que é o cérebro é o gerador de consciência, para investigar a possibilidade do cérebro ser o receptor de uma consciência que é um fenômeno não local, que acontece fora do espaço tempo. Seu campo de estudos suporta questões como xamanismo, telepatia e psicocinese, que a Física Quântica não explica, mas não proíbe de acontecer.

Celebrações

Slam das Minas

Ancestralidade, racismo, machismo, feminicídio, desemprego e violência policial. Quando as minas pegam o microfone e começam a declamar suas poesias, as experiências que vivem ganham voz. O empoderamento feminino e a sororidade tomam forma de versos. Não é à toa que, antes de cada apresentação, as manas gritam em uníssono. “Slam das Minas. Monas. MONSTRAS”.

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Batekoo

Livre de preconceitos e democrática, a festa tocou do funk que é o hit do verão às músicas gringas que não deixam o corpo ficar parado. Do início ao fim, cumpriu a promessa: fazer todo mundo requebrar até o chão ao som dos ritmos black.

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