
O engenheiro e ex-ministro Rafael Greca (PMN), 60, assume a Prefeitura de Curitiba após uma campanha marcada por uma gafe com moradores de rua.
Ele disse ter vomitado por causa do "cheiro de um pobre" quando falava a estudantes sobre sua primeira experiência no serviço social. Depois se desculpou e disse ter sido mal-interpretado.
Também foi acusado de se apropriar de obras de arte desaparecidas do acervo municipal, o que ele nega, dizendo que são apenas reproduções comuns.
Mas conseguiu reverter esse cenário ruim atacando o deputado estadual Ney Leprevost (PSD) por sua coligação com partidos de esquerda como o PCdoB e se autodenominando "gestor experiente" contra o que ele chamou de "aprendizes de prefeito", numa crítica também à atual gestão de Gustavo Fruet (PDT).
A eleição em Curitiba também foi afetada pela ocupação de escolas por estudantes secundaristas, que fez com que cerca de 700 mil eleitores mudassem de local de votação.
Quero usar a verdade por método, a transparência por instrumento e o papa Francisco por modelo. Quero exercer a política como forma suprema de amor e caridade, de caridade fraterna – vou me inspirar muito em Sua Santidade, quero ser um prefeito muito simples, quero estar onde o povo está.
Rafael Greca, prefeito eleito
No Paraná hoje você tem a maior concentração de ocupação de escolas, por conta de um conflito do governador [Beto Richa, do PSDB] com professores e alunos. Se tornou um governador muito impopular. A despeito disso, o candidato dele ganhou a eleição. Acho que contribuiu para esse fenômeno o fato de que o PT lá é muito malvisto. É representado pela senadora Gleisi Hoffmann (PT), que está envolvida na Operação Lava Jato, o marido chegou a ser preso. A personagem atraiu para si toda a impopularidade do PT nacional.
Acredito que Beto Richa deve estar se sentindo muito vitorioso hoje, mas deve prestar atenção nos votos nulos, brancos, nas abstenções e também naqueles que votaram em mim, pois isso também reflete a desilusão dos paranaenses em relação a ele.
A Curitiba da Lava Jato não tolerou aqueles que quiseram transformar a prefeitura em uma trincheira.
No primeiro turno, subiram os votos nulos, que passaram de 4,79% em 2012 para 7,52% em 2016, uma alta de 57%. Os votos em branco também cresceram, embora em ritmo menor: de 2,98% para 3,99% do total de votos.
As abstenções ficaram em 16,44%, voltando ao patamar de 2000 e contrariando uma tendência de queda que já havia batido, em 2012, os 9%.
Já no segundo turno, a abstenção cresceu e chegou a 20,12%, a maior desde 2000. Houve ainda 3,48% votos brancos e 9,15% de nulos.
Esses percentuais de votos nulos e brancos consideram o total do eleitorado da cidade, e não o total dos eleitores que foram votar.
Integrar o transporte municipal ao metropolitano, fazendo acordo com o governo do Estado e com a Comec (Coordenação da Região Metropolitana)
Criar uma tarifa de ônibus diferenciada para quem usar ônibus em horários alternativos, a fim de reduzir a sobrecarga do sistema nos horários de pico
Reestruturar os 109 postos de saúde da capital e as unidades de saúde 24 horas. Implantar um Centro de Especialidades Metropolitano, no Portão, para o atendimento de especialidades. Criação do Pronto-Socorro Infantil Metropolitano e de uma unidade de estabilização psiquiátrica, com unidade de acolhimento
Criar uma estrutura de acompanhamento de serviços online, trazendo o conceito de "smart cities" para Curitiba. Aumentar a eficiência das câmeras de segurança, integrando a outras áreas, e permitir o agendamento de consultas nas unidades de saúde sem a necessidade de entrar em filas
Implantar uma Faculdade Municipal de Pedagogia para formar professores e criar a Academia do Professor, um programa voltado para capacitação e qualificação dos profissionais
Reduzir em 30% a conta de luz da prefeitura, com investimento em fontes de energia alternativas, como a solar. Trocar gradativamente as lâmpadas usadas atualmente pelas de LED
Revitalizar as ruas Riachuelo e Barão do Rio Branco por meio da ativação do circuito do bonde turístico entre o Passeio Público e a antiga estação de trens
Ampliar o programa de castrações gratuitas, dando prioridade aos animais de pessoas em vulnerabilidade social. Manter o uso do Castramóvel, veículo usado para realizar cirurgias em diversos bairros da cidade
Modernizar o ISS Tecnológico, fazendo com que os projetos aprovados pela prefeitura paguem 2% em vez dos 5% de imposto municipal em regiões estratégicas, como os bairros Rebouças e São Francisco, onde se pretende criar o "Vale do Pinhão", com incentivos para a ocupação de imóveis abandonados