
A eleição do senador Marcelo Crivella no Rio de Janeiro coloca o PRB no comando da segunda maior cidade do país. Esta será a primeira vez que o partido vai governar uma capital.
Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Crivella procurou refutar durante a campanha as críticas de que poderá privilegiar interesses religiosos à frente da prefeitura.
Eu gostaria de agradecer a todos e agradecer a Deus. Ninguém vence sozinho. A gente é apenas aquele que se elege, um representante. É um momento de enorme emoção, sobretudo para mim, que já vinha tentando em várias ocasiões ser prefeito do Rio de Janeiro. Foi um momento inesquecível.
Marcelo Crivella, prefeito eleito do Rio
Crivella derrotou o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), tendo liderado as pesquisas de intenção de voto durante toda a campanha.
No segundo turno, o candidato do PRB conseguiu o apoio de três dos adversários no primeiro turno: o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSC-RJ), o deputado federal Indio da Costa (PSD-RJ), e o deputado estadual Carlos Roberto Osorio (PSDB-RJ).
O PMDB, partido do atual prefeito, Eduardo Paes, e do governador, Luís Fernando Pezão, não indicou apoio oficial nem a Crivella nem a Freixo.
A campanha foi coletiva e é importante dizer aos adversários que não termina hoje. Nada termina hoje. É só o começo de uma luta muito grande e muito bonita.
Parabenizei pela vitória desejando a ele todo sucesso nessa honrosa função. Seguimos firmes aqui até o dia 31/12 trabalhando por esse incrível lugar e essa fantástica gente.
Entre o primeiro e o segundo turno no Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSOL) perdeu a liderança em três zonas eleitorais para Marcello Crivella (PRB).
No primeiro turno, Freixo venceu nas zonas 11 (Penha, Penha Circular, Olaria e Brás de Pina), 190 (Vila da Penha, Vila Kosmos, Irajá e Vicente de Carvalho) e 192 (Jardim Guanabara, Portuguesa, Galeão e outros bairros da Ilha do Governador). Nas três, teve cerca de 22% dos votos válidos, com vantagem de no máximo dois pontos para Crivella. Todas ficam na zona norte carioca.
Agora, na 11ª zona, Crivella venceu por pequena margem: 50,38% dos votos válidos, contra 49,32% para Freixo. Na 190ª, o placar foi 51,66% para o prefeito eleito e 48,34% para o candidato do PSOL. Na 192ª, a diferença foi mais ampla: 54,69% para Crivella, contra 45,31% para Freixo.
Crivella também venceu na 165ª zona (Ipanema), na zona sul, onde sequer tinha sido um dos três mais bem colocados no primeiro turno. Desta vez, teve 52,19% dos votos. Na primeira etapa da eleição, Carlos Osorio (PSDB) foi o mais votado na região, seguido por Freixo e Pedro Paulo (PMDB). Osorio apoiou Crivella no segundo turno.
Quem também apoiou o prefeito eleito na reta final da disputa foi Flávio Bolsonaro (PSC), o mais votado na 210ª zona (Vila Valqueire, Jardim Sulacap, Bento Ribeiro, Campo dos Afonsos) no primeiro turno, à frente de Freixo e Crivella, nesta ordem. Agora, o candidato do PRB teve 55,51% dos votos válidos.
Crivella ainda levou a melhor nas regiões lideradas por Pedro Paulo (PMDB) no primeiro turno. Agora, na 9ª zona (parte da Barra da Tijuca, Recreio, Camorim, Vargens e outros bairros), o prefeito eleito teve 60,94% dos votos válidos. Quadro semelhante ocorreu na vizinha 119ª zona (Barra da Tijuca, Itanhangá e Alto da Boa Vista), com Crivella recebendo 60,36% dos votos válidos. Pedro Paulo era o candidato do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e não declarou apoio a Crivella ou Freixo no segundo turno.
A abstenção eleitoral no Rio foi a maior entre as capitais no segundo turno destas eleições: 26,85% dos eleitores não compareceram às urnas. Este percentual representa 1.314.950 eleitores –mais que os 1.163.662 que votaram em Marcelo Freixo (PSOL).
A soma dos que se abstiveram e dos que votaram branco ou nulo neste segundo turno chega a 41,5% do eleitorado no Rio, ou pouco mais de 2 milhões de eleitores –mais que o número de pessoas que votaram em Marcelo Crivella (PRB).
O novo prefeito foi eleito no segundo turno com 1.700.030 votos, o que representa 59,36% dos votos válidos --mas 47,4% dos votos totais e 34,7% do eleitorado total. No total, 4,8 milhões de cariocas estavam habilitados a ir às urnas.
Esta eleição também teve a maior proporção de brancos e nulos no segundo turno na cidade desde 2000: 14,69% do total do eleitorado, sendo 3,06% brancos e 11,63% nulos.
O segundo turno em eleições municipais existe desde 1992. A maior proporção de brancos e nulos na história da segunda fase da eleição carioca foi registrada em 1996, com 15,62% dos votos. Os dados são do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Na apuração, são levados em conta apenas os votos válidos --ou seja, somente os votos em candidatos, sem levar em conta os brancos e nulos. Quanto mais gente votar em branco ou anular, menos eleitores são necessários para que o primeiro colocado ultrapasse os 50% dos votos válidos, condição para ganhar as eleições.
Apesar de o PRB ter eleito apenas três vereadores, Marcelo Crivella chega à Prefeitura do Rio de Janeiro com maioria na Câmara. Trinta e três dos 51 vereadores eleitos na cidade já declararam apoio ao novo prefeito, de acordo com levantamento feito pelo UOL.
Outros dois se disseram neutros, um preferiu não abrir o voto e seis não responderam à reportagem. Há também sete vereadores que haviam declarado apoio ao deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).
Os dados levam em conta os posicionamentos dos vereadores até o dia 25 de outubro.
Será que a essa hora tem um pessoal na Lapa fumando maconha pra tentar curar a ressaca?
Kkkkkkkkkkk
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) October 30, 2016
Parabéns Crivella! XAU ideológicos abortistas defensores de drogas! Ganhou o rio pic.twitter.com/
— magno malta (@MagnoMaltaOfc) October 30, 2016
Marcelo Crivella eleito prefeito do Rio. Tenho certeza de que será um bom governo. Parabéns, @MCrivella!
— Indio da Costa (@indio) October 30, 2016
Minha cidade q tanto amo: sinto muito pelo q fizeram com vc! Vou continuar te amando e lutando pelo melhor! ... https://t.co/
— Paula Lavigne (@PaulaLavigne) October 30, 2016
2.034.352 cariocas votaram branco, nulo ou não foram às urnas. Contribuíram para a eleição de um prefeito que ñ foi escolhido pela maioria.
— Leandra Leal (@leandraleal) October 31, 2016
Construir 20 clínicas para especialidades médicas como oftalmologia e otorrinolaringologia até 2020.
Implantar o "terceiro turno" nos hospitais municipais, com operações de madrugada e nos fins de semana.
Aumentar em até 20% o número de leitos nos hospitais municipais até 2018.
Criar 40 mil novas vagas em pré-escolas e 20 mil novas vagas em creches até 2020.
Construir nove estacionamentos subterrâneos na cidade até o final de 2020.
Ampliar para três horas o prazo de utilização do Bilhete Único Carioca e estender seu uso para o metrô até o final de 2018.
Colocar um guarda municipal em cada escola da rede pública da cidade durante o horário de funcionamento das unidades.
Reduzir o número de secretarias e órgãos ligados diretamente ao prefeito de 29 para, no máximo, 15.
Estabelecer a Zona Franca Social, para que empresas não paguem impostos municipais em áreas com UPPs.
Criar, até o fim de 2019, um parque entre Bangu e Campo Grande, na zona oeste.
Crivella promete a interrupção imediata do processo de racionalização das linhas de ônibus na cidade.
Quer concluir as obras do BRT TransBrasil, estender o BRT Transcarioca para o centro da Ilha do Governador e ampliar a frota em 20%.
Planeja manter, ampliando de duas horas e meia para três horas o prazo de utilização, e estender seu uso para o Metrô Rio.
Mantém, mas planeja uma auditoria em todas as empresas contratadas pela prefeitura.
Quer recuperar as dez unidades existentes e incorporar outras dez nas zonas norte e oeste.
Mantém o projeto e promete ampliar em 50% o número de alunos dos anos iniciais em horário integral.
Mantém, mas diz que nenhuma nova unidade será construída até todas estarem "funcionando satisfatoriamente, com médicos, e não apenas enfermeiros".
Mantém o apoio da prefeitura aos desfiles das Escolas de Samba e o patrocínio aos blocos de rua, mas quer parcerias para a captação de recursos pelos blocos.
Quer liberar o Uber e passar a recolher ISS sobre as viagens.