"Traffic Jam Assist" é o nome oficial do assistente de congestionamento, um prático sistema de auxílio à condução que na linha Audi estreou na segunda geração do A5 Sportback. O item funciona em conjunto com o piloto automático adaptativo (que mantém uma distância pré-programada do carro à frente a partir de uma velocidade programada) e o assistente de permanência em faixa.
Mesmo no Brasil, o acesso a tecnologias de ponta é onipresente quando o assunto é o setor automotivo. O brasileiro é um consumidor ultra-conectado e preza a última palavra em termos de equipamentos e estilo. Claro, isso não sai barato e também contribui para que modelos locais tenham valores ainda maiores quando comparados aos de mercados similares: uma picape média topo de gama aqui custará mais caro do que na Argentina, não só porque temos carga tributária e margem de lucro mais altos, mas porque o nível de equipamentos é obrigatoriamente maior. Da mesma forma, um modelo de marca premium não será vendido por aqui com rodas pequenas e de desenho mais simples.
Isso está sinalizado na lista de finalistas da categoria "Tecnologia/Inovação": temos dois modelos com tecnologia semi-autônoma, Audi A5 e Volvo XC60, sendo que um deles foi o eleito do júri, enquanto outro ficou na segunda colocação. Temos outro que inova no conceito de vendas no exterior, sem pacotes pré-determinados (você pode ter a versão mais barata com o banco mais caro, por exemplo) -- no Brasil, porém, o Range Rover Velar tem alto nível de luxo e equipamentos avançados em todas as versões. Mesmo sendo de categoria mais barata, foi lançado por aqui com diferença de menos três meses para o mercado europeu, trazendo o mesmo painel totalmente digital e até um visual mais arrojado, fruto de mudanças que são necessárias para fazer sucesso por aqui -- na Europa, onde é hatch de acesso, o Volkswagen Polo dispensa um visual tão instigante. E, no caso do Renault Kwid, mesmo sendo um dos dois modelos mais baratos do Brasil, sofreu mudanças de segurança em relação ao original indiano e por isso inovou: foi o primeiro compacto de entrada a ter quatro airbags em qualquer versão, bem como reforços estruturais que o fizeram ter nota (mediana) acima do esperado no Latin NCAP -- o rebu, porém, veio das facilidades de compra, com entrada parcelada no cartão de crédito como se fosse um eletrônico... algo tão bom que até a Volkswagen copiou com o Polo.
Voltando ao vencedor A5, uma vez programado, o sistema "Traffic Jam Assist" assume o controle do veículo a uma velocidade de até 65 km/h, controlando freio e acelerador seguindo a movimentação do veículo adiante. O sistema evita colisões em desacelerações bruscas e até impede atropelamentos se a velocidade não estiver acima de 30 km/h. Se o condutor ultrapassar os 65 km/h ou o trânsito ao redor se dispersar, um alerta no painel sugere que o motorista reassuma a direção.
Tantos recursos precisaram de quase um ano e meio de homologação para utilização no Brasil. Além de instigante, o assistente de congestionamento ajuda a reduzir o estresse do condutor nas situações de trânsito pesado tão comuns nos grandes centros.
Na prática, o A5 atua de forma semiautônoma, permitindo uma viagem em ambiente urbano de forma até... futurista. Pena que isso dura pouco: apenas 20 ou 30 segundos a cada turno (depois o motorista precisa religar o sistema). Ainda assim, mostra toda tecnologia que um carro da marca alemã pode oferecer.