Victor teve de evitar baladas e amadurecer na marra
Victor Penalber era uma promessa do judô brasileiro quando um exame em 2008 acusou furosemida, substância ilegal por mascarar outros tipos de doping. Seriam dois anos de suspensão e outros dois até que ele voltasse a competir internacionalmente. O baque foi imediato. Sem poder focar em competições, como resistir às tentações da vida de um adolescente normal?
“Ele tinha 18, 19 anos. Essa época é a da loucura. Eu fiquei muito ligado nas maluquices dele. Quando ele queria aprontar eu falava: ‘vou contigo’”, diz Vinicius Monteiro, amigo de longa data, que se recorda de um momento-limite. “Foi uma competição lá no Sul. Me machuquei uma semana antes, mas já tinha pago tudo. A gente foi a lazer. No fim da viagem, depois de uma noite maluca, lembro que a gente falou: ‘Já deu. Acho que agora é a hora de focar”, lembra o amigo.
O controle das tentações é, obviamente, só uma das lições que ele tirou do processo. “Ele ficou muito chocado. Tinha vergonha de encarar as pessoas no começo”, conta o pai Jorge. A solução foi mergulhar ainda mais no judô, ajudando no treino dos amigos e treinando todos os dias. Demorou, atrasou, frustrou, puniu... Mas o próprio Victor admite que ter tomado um medicamento para emagrecer sem autorização médica mudou sua vida. Para melhor, como ele mesmo diz:
Eu não sei se eu teria chegado se eu não tivesse aquilo no meu caminho. Faz parte da minha trajetória e me fez evoluir