O tamanho do bitcoin

A moeda virtual ganhou manchetes e deixou de ser só "coisa de nerd". Entenda como ela pode mudar sua vida

Bruna Souza Cruz, Gabriel Francisco Ribeiro e Pedro Henrique Lutti Lippe Do UOL, em São Paulo
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Passado, presente e...

Bitcoin. O termo que define um tipo de “dinheiro da internet” pode ainda não ser tão familiar para muita gente, mas este, talvez, seja o melhor momento para saber mais sobre o assunto.

A criptomoeda - ou seja, moeda virtual protegida com criptografia - existe no mundo digital há cerca de dez anos, mas foi sua supervalorização ao longo deste ano que chamou a atenção de todo mundo. No fim de novembro, um bitcoin ultrapassou US$ 11 mil (algo como R$ 36 mil).

No início, o bitcoin atraía muito mais gente que entendia de tecnologia, mas este cenário está mudando: como as transações são feitas de usuário para usuários, sem intermediários ou a interferência de bancos ou órgãos reguladores, cada vez mais pessoas aderem ao bitcoin. E o futuro promete toda uma economia regida por transações online sem intermediários.

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21 milhões de moedas sem "pai"

A mais famosa das criptomoedas foi lançada em 2009 por Satoshi Nakamoto. Quem é ele (ou são eles)? Ninguém sabe ao certo, já que este é um pseudônimo. Seja quem for, quer permanecer no anonimato.

O bitcoin é uma moeda eletrônica e faz parte de um sistema digital baseado num "livro" de transações que ficam públicas na internet. Sua fabricação envolve uma espécie de competição entre computadores, que tentam repetidamente resolver cálculos matemáticos que contribuem para manter o histórico de transações seguro. Esse processo é chamado de mineração: assim atestam a segurança da rede e como recompensa ganham alguns bitcoins. 

Mas a grande sacada é que existe um limite numérico para a geração de unidades da criptomoeda, e esse é exatamente um dos fatores de sua supervalorização.

Em uma tentativa de criar um sistema financeiro livre de inflação (impactada pela emissão excessiva de moedas no mercado) e sem a regulação de governos, Nakamoto criou uma combinação finita de números. Ao todo, o mundo só poderá ter 21 milhões de unidades de bitcoins. Até o momento, mais de 16.719.925 bitcoins já foram gerados - faltam menos de cinco milhões, segundo o site Coinmarketcap.

A estimativa de Nakamoto é que a produção das criptomoedas chegará a seu fim no ano 2140, já que sua geração se torna cada dia mais difícil. Diante da finitude do bitcoin, seu sistema financeiro acompanha o processo de outras moedas em que quanto maior a procura, mais alto tende a ser o seu valor de mercado. 

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Como obter o bitcoin

Para ter acesso aos bitcoins é preciso ter uma carteira virtual, que pode ser criada gratuitamente na internet - as moedas podem ser armazenadas na internet ou localmente em seu HD. Você faz um cadastro e em seguida terá uma identidade única, composta por cerca de 30 caracteres.

É com esse “endereço” criptografado que será possível fazer transações com outros usuários, investimentos e trocar a criptomoeda por dólar, euro, real, entre outros.
Uma facilidade do bitcoin é que é possível adquirir frações dele. A menor parte do bitcoin vale 0,00000001 BTC. Ou seja, cada bitcoin pode ser dividido por cem milhões, o que amplia o seu volume de circulação.

Produzir a moeda em seu computador exige muita capacidade de processamento e energia, por isso, hackers "tomam emprestado" computadores de outras pessoas para ajudarem na mineração, sem os donos saberem e receberem a moeda. Dados de setembro da Kaspersky indicam que pelo menos 1,6 milhão de computadores no mundo foram infectados só neste ano com malware para mineração

Mas se você não é hacker e nem quer ter todo esse trabalho, o jeito mais fácil é comprar a moeda em casas de câmbio ou por meio de corretoras.

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Ele perdeu 2 bitcoins - ou quase R$ 80 mil

Influenciado por um amigo e pela própria curiosidade, H. N., que mora em São Paulo e preferiu não se identificar, resolveu começar a usar o computador que tinha em casa para minerar bitcoin. Isso aconteceu em 2010: “diziam que era o dinheiro do futuro”.

“Como tínhamos o costume de deixar o computador ligado o dia inteiro, resolvemos entrar na brincadeira - afinal, não tínhamos nada a perder,” diz. “Bastava instalar o programa adequado e escolher o hardware que iria trabalhar na mineração.”

Ele explica que, como a concorrência para minerar bitcoin na época era pequena, em pouco tempo conseguiu ‘centavos’ da criptomoeda mesmo com uma máquina modesta. “Acabei conseguindo 2 bitcoins”, relembra.

Mas o investimento de tempo de H.N. acabou refém de um imprevisto: “Um dia, logo que liguei o computador, ouvi um barulho de algo arrastando e em seguida quebrando. Deu um problema no disco rígido - e era justamente nele que eu armazenava a minha carteira de bitcoin. Fiquei triste, mas como o bitcoin só vendia por uns 20 ou 30 dólares na época, nem valia a pena investir o dinheiro para tentar recuperar as informações.”

Atualmente, os dois bitcoins perdidos por H.N. chegaram a valer em alguns momentos quase R$ 80 mil, lembrando que a criptomoeda tem cotação bem volátil. “Não gosto nem de lembrar”, admite.

Nos primórdios do bitcoin, não existiam bancos virtuais para a criptomoeda, e cada usuário precisava armazenar as informações localmente. “Por causa do trauma de perder as moedas e os crescentes casos de roubo de bitcoins que estavam aparecendo na época, nunca mais pensei em investir nisso. Agora, observando os valores atuais da moeda, confesso que a mão coça.”

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Ele pode trocar de carro graças a bitcoins

Em 2014, o cartomante Dênis Maapelli deu uma entrevista ao UOL Tecnologia. O motivo? Na época, aceitava pagamentos de consultas online feitas via Skype em bitcoins. Três anos depois, voltamos a procurar o cartomante em meio à febre pela criptomoeda. Será que ele já está milionário?

“Dá pra trocar de carro”, diz, sobre as moedas que continuam guardadas em sua conta virtual. “Virou pra mim uma poupança. Tenho moedas de 2014 que renderam 40 vezes o valor. É uma parte pequena que entra pelo bitcoin que passou a me render muito. Já pensei em vender [agora com a valorização]. Eu acho que está em um momento bom”, conta Dênis.

Talvez não pelas cartas, mas o cartomante de alguma forma previu e foi esperto ao lidar com bitcoins. Na conversa com a reportagem, o gaúcho mostrou entender do tema ao comentar sobre seus investimentos. Ele diz ter usado pouco de suas moedas - certa vez, comprou um baralho de cartomancia em loja online do exterior com a moeda virtual.

Dênis Maapelli diz que de 2016 para cá houve um grande aumento de pagamentos via bitcoins. A renda com criptomoeda vem principalmente de clientes do exterior e agrada os dois lados pela transação ocorrer imediatamente – é só transferir de uma carteira para a outra online. O cartomante vê um preconceito e temor menor em relação ao negócio atualmente.

“Antes era ainda mais visto do que hoje como uma ‘moeda pirata’. Tem muita gente descobrindo agora o bitcoin, está virando moda. As pessoas estão acreditando mais. Deveria ter uma oferta maior de serviços que aceitam, mas está engatinhando isso”, diz.

O cartomante tem até dicas valiosas: comprar apenas pela manhã e em fins de semana, quando a moeda está desvalorizada, e observar a movimentação do mercado lá fora para saber a hora de vender os bitcoins. Antes, ele tinha até um preço fixo para consultas pagas na moeda virtual, mas com a volatilidade desta semana passou a ver a cotação do momento.

Até onde isso vai? Para o cartomante, longe. “Não sei se conseguiria fugir do bitcoin. O que eu faria hoje? Venderia, pegaria a grana, esperaria ter uma queda e voltaria ao mercado de novo”.

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O poder do blockchain

A existência e o funcionamento do bitcoin estão diretamente ligados à tecnologia do blockchain (cadeia de blocos), que é considerada uma grande revolução e deve ser olhada como algo muito além do bitcoin e de outras criptomoedas.

Basicamente, o blockchain funciona com uma espécia de livro de contabilidade gigante que registra todas as transações entre os usuários, garantindo a segurança por meio da criptografia, autenticação e rastreabilidade das moedas virtuais. Outro grande diferencial é que todas as transações feitas ficam públicas na internet e qualquer pessoa pode acessar.

Essas características têm chamado a atenção de muitos especialistas, que acreditam que a estrutura tecnológica criada pelo blockchain será responsável por mudar o sistema bancário como conhecemos hoje. É um sistema "anti-corrupção" pela facilidade de rastrear transações, e pelo fato de as informações armazenadas no blockchain estarem replicadas em milhares de computadores na rede, o que torna qualquer tentativa de hackear praticamente impossível.

Além disso, por ser um sistema online que liga uma pessoa a outra, sem intermediários, mais pessoas teriam acesso a um tipo de "sistema bancário" -- estima-se que 3,6 bilhões de pessoas no mundo não têm relação com bancos. Na África do Sul, por exemplo, houve um pedido expresso a companhias e pessoas para aderirem ao blockchain.

O blockchain ainda é muito associado ao mercado financeiro, mas muitos acreditam que ele vai evoluir para outros segmentos, como cartórios que trabalham com um grande fluxo de autenticação de documentos, empresas de logísticas que necessitam ter formas cada vez mais seguras e otimizadas para rastrear seus serviços, entre outros.

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Dá para comprar um imóvel

Na prática ainda são poucos os estabelecimentos no Brasil que aceitam bitcoins como formas de pagamento, mas isso já é uma realidade. Empresas como Dell e Microsoft já aceitam bitcoins para o pagamento de alguns de seus produtos.

A Tecnisa, empresa do segmento imobiliário, passou a aceitar, em 2014, bitcoins como parte da entrada de imóveis comercializados por ela. Se quiser, o usuário também pode comprar um carro. Sim, uma concessionária de São José dos Campos (SP) aceita desde julho bitcoins como pagamento para os seus veículos.

No segmento de turismo, também já é possível notar o uso de bitcoins para o pagamento de alguns pacotes de viagens e para fazer reserva em hotéis e pousadas.

No exterior, o uso de bitcoins é mais difundido. Segundo o professor Arthur Igreja, em torno de 300 empresas aéreas pelo mundo também já aceitam a criptomoeda. Outros usos mais comuns são compras em sites de comércio eletrônico e de vale-presente online.

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Como algo que "não existe" se tornou tão valioso

Compreender como os investimentos em bitcoins têm conquistado pessoas em todo o mundo é uma tarefa ainda difícil, mas existem alguns indícios que parecem explicar o fenômeno da criptomoeda.

Profissionais do mercado financeiro e especialistas em criptomoedas ouvidos pela reportagem acreditam que a possibilidade de ganhos altos, pouca burocracia para investir e fazer transações e a praticidade tecnológica que permite movimentar o dinheiro virtual em qualquer lugar do mundo são os grandes atrativos para o crescimento de investidores e usuários de bitcoins.

“Você ser o próprio dono do seu dinheiro, ter certeza que não estão emitindo moedas de forma desenfreada, ajudou o bitcoin a também ter visibilidade fora do público de tecnologia e de ideologia libertária, como está ocorrendo hoje”, afirma Guto Schiavon, sócio fundador da empresa brasileira que trabalha com bitcoins Foxbit.

O aspecto de ser uma “novidade tecnológica” também tem atraído novos investidores, principalmente os mais jovens, segundo os especialistas.

Para Arthur Igreja, professor da FGV e sócio investidor da multiplataforma de inovação AAA (Triple A), essa valorização recente do bitcoin está absolutamente ligada ao fato de muita gente querer fazer parte desse momento de inovação. “Todo mundo está fascinado pelo assunto e isso gera uma reação desenfreada de valorização, todo mundo comprando muito”, explica Igreja.

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Bitcoin é rastreável, mas permite anonimato

O fato de o bitcoin não ser controlado por bancos, governos e empresas e ainda permitir o sigilo dos usuários gera potencial para criminosos.

Rastrear as transações feitas entre bitcoins é possível, mas identificar os usuários que as fizeram não. Por isso, pessoas mal-intencionadas têm se aproveitado desse anonimato para organizar lavagem de dinheiro, comercializar produtos ilegais, facilitar o tráfico de drogas, entre outros crimes.

É possível saber de qual carteira virtual o bitcoin saiu e para onde ele foi em um determinado dia e horário, mas os autores dessas transações utilizam uma identidade criptografada para movimentar suas “moedas” digitais.

É por isso que um dos golpes que têm se tornado mais comuns envolvendo as criptomoedas é o ransomware. Os criminosos "sequestram" computadores e condicionam a liberação de seu conteúdo mediante ao pagamento de resgate em bitcoins. Em maio, um ciberataque mundial afetou diversos países, incluindo o Brasil. Empresas como a Telefônica e hospitais no Reino Unido tiveram seus sistemas invadidos pelo malware Wannacry, que pediu resgate em bitcoins.

Por conta desse anonimato, vários países têm discutido possíveis regulações e formas de identificação dos usuários que possuem e comercializam bitcoins. Mas o cenário ainda é incerto.

Você pode perder tudo

Riscos, vulnerabilidade e cuidados ao ter bitcoins

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Roubo

As "moedas" virtuais podem ficar armazenadas no computador pessoal ou na internet. No primeiro caso, é importante sempre realizar backups para evitar a perda de todos os seus bitcoins caso o seu HD pare de funcionar. Outra questão está relacionada à vulnerabilidade do seu equipamento. Se você não tiver um bom sistema de segurança instalado e atualizado, hackers podem invadir o seu computador e roubar suas criptomoedas.

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Falência

As transações entre bitcoins são seguras do ponto de vista da tecnologia usada, mas, como se trata de algo com valor financeiro, a vulnerabilidade infelizmente existe. Caso decida usar uma corretora financeira para administrar seus bitcoins, pesquise muito bem o histórico da empresa. Todo cuidado é pouco, pois as chances de corretoras iniciantes falirem por aí existem. Com isso, você pode perder tudo o que investiu em bitcoins.

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Falsos programas

Nada no mundo virtual é realmente 100% seguro. Outro tipo de golpe envolve programas maliciosos que passam a funcionar em nossos computadores para minerar criptomoedas. Com isso, a capacidade de processamento das máquinas é usada para gerar bitcoins. Tudo isso sem o dono dos computadores nem imaginarem o que está ocorrendo com o dispositivo.

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É bolha ou não é?

O crescimento do bitcoin nos últimos meses acabou intensificando as discussões sobre a existência ou não de uma bolha financeira. Há um ano atrás a criptomoeda custava cerca de US$ 753. No final de novembro, esse valor subiu para US$ 11 mil (R$ 36 mil). A alta, para alguns, está atrelada à confirmação pela bolsa de Chicago do lançamento de contratos futuros da moeda, o que dá mais estabilidade ao investimento. 

Os profissionais entrevistados pelo UOL Tecnologia se mostraram divididos quanto aos riscos. Uma parte acredita que a ascensão acelerada do bitcoin deve ser temporária e que a moeda virtual pode perder valor em breve. Outros acreditam que ainda é cedo para fazer previsões.

Fernando Marcondes, do grupo de investimentos GGR, acredita investir em bitcoin tem um altíssimo risco e por isso é preciso avaliar bem antes de qualquer ação. “Quem investe [em geral] só enxerga que esta moeda tem potencial de valorizar cada vez mais, nunca cair e isso é um erro que pode custar caro”, destaca.

Já Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, acredita sim na existência de uma bolha e há riscos reais de um colapso no futuro. “Em algum momento a demanda pelo bitcoin vai sumir, seja por fraudes, falhas no sistema, ou até mesmo pela inevitável concorrência com outras moedas virtuais,” explica.

Do ponto de vista de transações comerciais, o professor Arthur Igreja também se diz preocupado. Ele destaca que muita gente ainda não acredita no valor de moeda de troca que o bitcoin possui. Além disso, boa parte de quem tem está preferindo guardar seus bitcoins na esperança de que eles se valorizem ainda mais. Com isso, a circulação da criptomoeda como algo para o pagamento de produtos e serviço fica prejudicado.

Um fato importante é estar atento ao 'efeito manada'. Assim como no passado quem investiu no Facebook, Google e Uber hoje está rico, outros que investiram em investimentos que subiam consistentemente e pareciam 'sem erro', perderam tudo o que investiram

Fernando Marcondes, do grupo de investimentos GGR

O bitcoin virou febre com uma narrativa sedutora. O indivíduo que não está negociando em bitcoin ganha a pecha de estúpido, porque a criptomoeda é o que há de mais moderno. É uma moeda libertária, não controlada pelo governo. É atraente, mas não passa de uma mania social, que caracteriza uma bolha

Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos

As pessoas não estão vendo o bitcoin como moeda [de troca] e sim como oportunidade de enriquecer muito rápido. O bitcoin tem riscos técnicos e sistêmicos e semana que vem pode não valer nada. Tudo ainda é muito instável

Arthur Igreja, professor da FGV e sócio investidor da multiplataforma de inovação AAA (Triple A)

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Não são só bitcoins

Não pense que o bitcoin existe sozinho em seu nicho. Até o momento, são mais de 1.320 tipos de moedas virtuais sendo comercializados, segundo sites especializados em cotações das criptomoedas. Ethereum, ripple e litecoin são alguns dos rivais do bitcoin.

A facilidade de uso, o avanço tecnológico e as baixas taxas de transação são três fatores que têm justificado a existência e o crescimento das criptomoedas.

Alguns especialistas do mercado financeiro acreditam que o sistema econômico atual ficará irreconhecível daqui a cinco anos diante das inovações tecnológicas que virão. Muitos afirmam que as criptomoedas vieram para ficar e que o bitcoin é apenas uma das moedas virtuais que devem contribuir para essa transformação.

“O bitcoin representa quase 50% do total de criptomoedas existentes no mundo. Como foi o primeiro, ele adquiriu uma relevância muito grande. Mas uma série de problemas é que é uma tecnologia que está se tornando obsoleta”, afirma o professor Arthur Igreja sobre a possibilidade do bitcoin ser superado por outras criptomoedas.

O risco de uma bolha financeira envolvendo o bitcoin estourar também é mais um motivo para o crescimento de outros tipos de dinheiro virtual, segundo alguns especialistas.

O que esperar do futuro?

O comportamento do bitcoin no último ano e o crescimento de outros tipos de criptomoedas não podem mais ser ignorados.

Para o professor de finanças do Insper Ricardo Rocha, os investimentos em moedas virtuais vão crescer em todo o mundo. Para Fernando Marcondes, do grupo de investimento GGR, as pessoas devem começar a olhar para as moedas virtuais como uma nova forma de transação eletrônica.

O uso do blockchain, que permite que as transações sejam mais seguras, práticas e mais baratas, é outra realidade que deve se expandir nos próximos anos para outros segmentos.

Segundo alguns profissionais do mercado, os bancos já estudam desenvolver um blockchain privado para permitir transações bancárias mais seguras e rastreáveis entre seus clientes.

As moedas virtuais - e a forma como estão sendo usadas - estão longe de serem perfeitas. Elas envolvem uma tecnologia em expansão que ainda precisa depender menos de computadores potentes e resolver a questão do anonimato, mas é um caminho sem volta.

Há a expectativa de que as criptomoedas e principalmente o blockchain possam inaugurar uma nova era. Então, não ache estranho se em poucos anos, apenas com um aparelho conectado à internet, você possa fazer negócios e transferir valores sem precisar de banco, nem converter o gasto para o real.

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