
O Palmeiras não assumiu a ponta do Brasileirão neste domingo (30) só por ter vencido o Cruzeiro no Pacaembu e por ter visto, horas mais tarde, o São Paulo cair perante o Botafogo no Engenhão, vendo o goleiro Saulo fazer milagre no finalzinho. A tabela do campeonato, hoje, reflete muito mais dois processos: a arrancada do novo líder e a desidratação gradual do antigo, que já caiu logo para o terceiro lugar.
Nas últimas cinco rodadas, ninguém teve campanha melhor que o invicto time de Luiz Felipe Scolari: são 11 pontos, com três vitórias e dois empates. Para comparar, a equipe de Diego Aguirre somou apenas seis pontos. São quatro pontos a menos que o Internacional, agora vice-líder, depois de bater o Vitória em casa, de virada. Ainda no páreo, o Grêmio ganhou os mesmos dez pontos de seu arquirrival.
Em sua escalada, o Palmeiras tem assumido basicamente um discurso de "vamos ver". Envolvido antes em outras duas competições, tocava o Brasileiro do jeito que dava, mas fazendo uso de um elenco mais qualificado. Do outro lado do muro, seu vizinho no bairro da Barra Funda se apegava como podia ao fato de ainda estar em primeiro --Diego Aguirre dizia ainda na sexta não estar preocupado--, a despeito da queda de rendimento. Não só pela perda de pontos, mas de futebol também.
Agora sabe do que mais? No próximo sábado, há um Choque-Rei marcado para o Morumbi, onde o Palmeiras não vence há 16 anos. Caso quebre esse tabu, o time de Scolari pode ter, repentinamente, cinco pontos de vantagem sobre o rival. Ou melhor: nem tão repentinamente assim.
Voltou a ser titular e foi ovacionado. Tratou de organizar as ações ofensivas do Inter, acertou a trave em falta e fez o gol da virada
Sempre perigoso nas jogadas individuais, infernizou pela direita, criou várias chances e deu assistência: após bonita tabela com Marcos Rocha, cruzou na medida para Hyoran
Imagem: Marcello Zambrana/AGIFO gigante uruguaio anotou seu primeiro gol pelo Brasileiro, brigou bastante pela bola e diminuiu o prejuízo da equipe
Imagem: REUTERS/Sergio MoraesO irregular meia dessa vez cumpriu bem sua função de articulador. Deixou o campo aplaudido com um gol e uma assistência na conta
Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MGFoi um dia para o veterano esquecer: fez pênalti, falhou feio no quarto gol do Atlético-MG e ainda foi expulso pela 1ª vez em quatro anos
Imagem: Fotos: JC Imagem e Williams Aguiar/SportO jovem atacante abusou das tentativas de cavar pênalti e desperdiçou bons contra-ataques, algo que irritou até o técnico Renato Portaluppi
Imagem: Thomás Santos/AGIFCometeu falha grave em lance simples, que acabou no segundo gol do Botafogo, cabeceando bola lenta para a direção da área
Imagem: Alexandre Loureiro/Getty ImagesO zagueiro pôs o time a perigo com um gol contra bizarro logo no início. "Faltou comunicação com [o goleiro] Lomba", afirmou
Imagem: Ricardo Duarte/InterNão penso no jogo do São Paulo, pelo amor de Deus! Quarta tenho Libertadores. Vamos priorizar as duas competições
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Tenho companheiros que me chamam de velhinho. É assim mesmo, o velhinho está indo. E estava até com saudade [de confusão]
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Empatar fora às vezes é bom, mas não quando precisa dos três pontos. Precisamos voltar a vencer e temos jogos decisivos pela frente
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Sou um doido da paz. É uma loucura o que faz a torcida do Ceará. Vamos juntos. Faltam quatro vitórias e dois empates
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Mostramos coisas bonitas. Aqui e ali levamos umas bolas diagonais. Mas tivemos momentos espetaculares
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Um dado que pode animar o palmeirense? Nas últimas seis edições do Brasileiro, o líder da 27ª terminou como campeão. Para encontrar uma temporada em que o primeiro colocado deixou a taça escapar a essa altura, precisamos voltar a 2011. Na ocasião, o Vasco (da foto acima) estava à frente, mas acabou ultrapassado pelo Corinthians, que vinha em segundo. Para constar, os dois times brigaram até a rodada final pelo título, com o time então dirigido por Tite prevalecendo por dois pontos (71 a 69).
Com o perdão da obviedade, porém, é bom que se diga que cada campeonato é uma história, de todo modo. Basta dizer que, nesta década, a disputa pela primeira posição nunca foi tão equilibrada. Nem mesmo em 2011. Naquele ano, seis pontos separavam os cinco primeiros. Agora temos só quatro pontos de distância do primeiro para o quinto. Quer dizer: há mais concorrentes, ameaças ao líder.
De 2012 para 2017, o cenário ao final da 27ª rodada era o seguinte:
Vocês viram a gritaria. No momento em que a CBF anunciou que a arbitragem do Brasileirão não contaria com o apoio do sistema de vídeo, sabia que cada erro crasso, de solução fácil com uma simples consulta ao monitor, seria motivo de chiadeira. O mesmo vale para os clubes participantes, que deram anuência. Que todos aguentem.
Nessa longa ficha corrida de reclamações, a 27ª rodada ganhará espaço considerável. Muito por conta de dois pênaltis assinalados por toque na mão de defensores indiscutivelmente fora da área. Detalhe: os lances, que não tinham nada para gerar polêmica, aconteceram justamente nas partidas envolvendo os dois primeiros colocados.
No Beira-Rio, o árbitro Sávio Pereira Sampaio viu corretamente o toque na mão de Lucas Fernandes após cobrança de falta de Camilo. Lucas até estava dentro da área na barreira. Mas deu um passo à frente. Do seu lado, todavia, o Inter também pode apontar impedimento mal marcado minutos antes em jogada que terminaria com gol anulado de Nico López...
Mais cedo, em São Paulo, os palmeirenses simplesmente não acreditaram quando Dewson Fernando Freitas da Silva deu pênalti para o Cruzeiro depois de Gustavo Gómez espalmar a bola ainda mais distante da linha da grande área. Até o diretor de futebol Alexandre Mattos entoru em campo para protestar. Veja os lances:
Na Vila Belmiro, o Santo bateu o Atlético-PR por 1 a 0 com um gol de pênalti nos acréscimos. Dessa vez a discussão não ficou em torno de um ato de bola na mão. Mas de um choque entre o atacante Rony e o lateral Dodô. Para o árbitro Max Augusto Vieira, foi falta. Assista:
Esse juiz, que não sei o nome e não quero nem saber, veio para nos atrapalhar. É uma situação delicada
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Não vi [se foi pênalti]. No Brasileiro está tendo muitos erros. Foi importante o time não desistir em nenhum momento
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O que está acontecendo com a CBF? Ex-presidentes presos, caracterizando toda uma desonestidade
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Não aconteceu nada. Se todo contato dentro da área for pênalti, então o futebol acabou
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Ricardo Oliveira, 38, já deixa bem claro por seu desempenho dentro de campo que idade realmente não é um impedimento. Contra o Sport, ele fez seu 11º gol no campeonato, se isolando na vice-artilharia. Está a um gol de Gabriel, do Santos. Agora, para não deixar dúvida sobre sua forma física, o veterano centroavante decidiu inovar em sua comemoração, vendo o mundo de cabeça para baixo:
No momento em que marcou o gol da dramática vitória do Santos sobre o Vitória, o uruguaio Carlos Sánchez tinha à sua frente uma linha de três atacantes, da qual dois eram adolescentes. Se Rodrygo, 17, uma das revelações do campeonato, já até está negociado com o Real Madrid, a notícia ficou por conta da estreia de Kaio Jorge, de apenas 16 anos.
Kaio entrou no lugar de Bruno Henrique nos minutos finais. O titular voltou a preocupar, aliás, por conta de uma pancada que levou no olho direito, o mesmo que o deixou de molho por vários meses nessa temporada. O atacante ainda joga amparado por um contrato de formação com o Santos. Ele está em longa negociação para firmar seu primeiro contrato profissional com o clube. Seu empresário é Giuliano Bertolucci, um dos mais influentes do país.
Ver Rodrygo acompanhado por um atleta ainda mais jovem, todavia, não é algo nesta temporada. Afinal, o centroavante Yuri Alberto, 17, já disputou oito partidas no campeonato.