Um homem arredio

Andrés Sanchez relaxa (um pouco) e conta tudo: das bobagens que fez como torcedor à decepção com Edu Gaspar

Luiza Oliveira e Vinicius Mesquita Do UOL, em São Paulo
TV UOL

Andrés Sanchez não leva desaforo para casa. Não tem medo de se impor ou de arrumar uma briga. Ele próprio se rotula como "super sincero" e acha que paga um preço alto por isso. Preço mais alto ele considera pagar por ter vindo de baixo, falar errado e não ser "doutor". Talvez a vida o tenha tornado uma pessoa arredia.

E dessa maneira, um tanto desconfiado, Andrés recebeu a reportagem do UOL Esporte em um restaurante italiano em São Paulo. Com poucos sorrisos e respostas secas, Andrés expôs suas várias facetas:

Contou sobre o menino que acordava de madrugada para trabalhar no Ceagesp, a raiva que teve do pai e a distância que manteve da família. Lembrou de seus tempos como torcedor "maloqueiro", quando fugia de casa para ver jogo e saia da lanchonete sem pagar. E comentou sobre as várias brigas que coleciona até com os mais queridos. Falou também sobre Lula, Ronaldo, a Lava Jato...Leia abaixo.

Fumante inveterado, fala errado e não é 'doutor'

Lucas Figueiredo/Mowa Press Lucas Figueiredo/Mowa Press

A decepção com Edu: "Vai ser difícil voltarmos a falar"

Andrés e Edu Gaspar eram feito unha e carne. Mas a amizade ficou abalada depois que Edu deixou o Corinthians para se tornar coordenador da CBF. Andrés está decepcionado com o amigo e diz que ele mentiu ao assumir o cargo.

“Estou chateado com ele. O Edu sabia de tudo, ele foi convidado antes e não me falou nada. Pelo contrário, falou que não era. É um grande amigo meu, conheço desde os 12, 13 anos de idade, mas me decepcionou”, disse. “Ele sabia sobre a contratação do Tite. Eu perguntei e ele ainda falou que não sabia de nada, mas é meu amigo”.

Andrés diz que será difícil reatar a relação e não acredita que Edu vá dar o primeiro passo. “Conheço a família dele, os pais dele, mas a decepção fica. Vai ser difícil voltarmos a falar. Vai me procurar pra que? Está tranquilo lá na CBF.”.

Andrés acha que as decepções no futebol são corriqueiras. “Muita gente me decepcionou e eu também devo ter decepcionado muita gente. A pessoa quando está com a carteira assinada e ganha R$ 300 mil por mês, você é a melhor pessoa do mundo e quando você tira, você é um bandido, filho da puta. É isso”.

A complexa relação com Tite

Andrés e Tite construíram juntos uma história de alegrias e tristezas: a demissão no Corinthians em 2004, a eliminação para o Tolima e o título brasileiro em 2011. Mas a amizade esfriou desde que Tite assumiu o comando da seleção.

“Quando ele estava no Corinthians era excelente (relação). Eu não falei mais com ele depois que ele foi para a CBF. Não nos procuramos. Não fiquei chateado".

Ele é muito melhor pessoa do que treinador. Como treinador ele é igual aos outros, não tem muita diferença. Estou afirmando. Ele já era o melhor treinador em 2014, mas isso não é porque ele sabe muito mais que os outros. Tem dez, 15 treinadores que são a mesma média, é gosto de cada um

Tite foi demitido do Corinthians por Alberto Dualib em 2005. Anos depois, Andrés o trouxe de volta. No fim de 2011 veio o título brasileiro. “Ficamos muito emocionados com o título. Porque sofremos muito naquele ano, perdemos para o Tolima e todo mundo falando que o Tite ia sair e eu falando que ele não seria. Ai é campeão brasileiro em cima do Palmeiras, então toda aquela raiva que ficou guardada daquele ano foi colocada para fora”.

Não há campos compatíveis a serem copiados. Não há campos compatíveis a serem copiados.

As desavenças com Roberto e a fofoca que o afastou de Gobbi

Andrés Sanchez já foi aliado dos dois últimos presidentes do Corinthians, mas acabou se distanciando de quem esteve no comando nos últimos cinco anos. Ele discorda de muitas decisões da gestão de Roberto de Andrade e diz que as fofocas no clube o distanciaram de Mario Gobbi.

“Ele (Roberto) não me pergunta. Ele faz coisas que eu não concordaria, mas não ligo, não falo nada, fico quieto, porque ele é o presidente. Não vou falar aqui (quais coisas). Mas agora, eu administro de um jeito, ele de outro, cada um é de uma maneira. Se eu não concordo com algo eu vou lá e falar para ele, eu tenho a liberdade de ir falar para ele”.

Sobre Mario Gobbi, ele diz que os comentários no clube prejudicaram a relação. “Ele sumiu, eu sumi. Ele não me liga, eu não ligo. Um monte de coisas, não brigamos, não discutimos, não tem um fato específico por esse sumiço. A última vez que o vi foi na eleição do Roberto. Eu falei um pouco de tudo. Eu não estou decepcionado com ele, o tempo foi nos afastando. O disse que me disse, o dia a dia do clube”

“Tem muita fofoca. Dizem: 'Olha, cuidado que o Mário está falando isso’. Então essas coisas vão distanciando mesmo. E, como nós não sentamos para abrir o jogo mesmo, a distância foi afastando. O tempo vai dizer”

E mais broncas...

Almeida Rocha/Folhapress Almeida Rocha/Folhapress

A briga com Marco Polo: "Vou dar um soco?"

Andrés já esteve em guerra com Marco Polo Del Nero. O corintiano se sentiu traído e rompeu com o cartola depois que a CBF contratou Luiz Felipe Scolari para a seleção sem consultá-lo. ?Não adianta ficar com raiva a vida toda. Tinha que conversar com ele, explicar pontos que ficaram mal entendidos. Eu não gosto de ter raiva de ninguém não. Cruzei com ele na CPI uma vez só. Mas vou fazer o quê? Dar um soco? Ele vai me dar um soco? Ele está que nem eu, já teve muito mais (raiva) e com o tempo vai passando. Um dia vou ter que falar com ele, porque a relação era muito próxima"

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Ficou louco com Ney Franco por trocar a CBF pelo SP

Dos tempos de CBF, Andrés admite que ficou chateado com Ney Franco. Em 2012, o técnico deixou o comando da seleção sub-20 para assumir o São Paulo. Andrés diz que ele havia firmado o compromisso de permanecer na CBF. "Frustrante. Fiquei muito chateado com ele. Um dia antes tínhamos conversado e ele disse que ia ficar. E no dia seguinte ele saiu, mas aí teve o dedo do Marin, de acordo com o Juvenal. Maio ou menos obrigou: 'Ou você sai ou será demitido'. O São Paulo deu uma trucada no Marin e eles fizeram força para o Ney ir embora. e ele tinha falado um dia antes que ia ficar. Fiquei puto".

Fugia de casa pelo Corinthians e saía da lanchonete sem pagar

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Foi chamado para jogar no Palmeiras

Poucos sabem que Andrés foi jogador e teve chances de defender o Palmeiras. Ele foi convidado para fazer um teste no rival, mas não compareceu.

“Eu jogava no Real Madrid da Vila dos Remédios e as categorias de base do Palmeiras treinavam na Vila Hamburguesa. Eles me chamaram para treinar com eles, mas eu não fui. Não por causa do Palmeiras. Não fui porque já não tinha ficado no Corinthians, não ia ficar em nenhum lugar. Já sabia que minha vida de jogador seria curta”.

Andrés jogou na base do Corinthians como lateral e zagueiro. “Comecei no dente de leite do Corinthians e fui até o juvenil C. Mas pela madrugada que eu trabalhava, por fumar, por gostar um pouco de sair, infelizmente não tinha muito tempo e não tinha muito prazer em treinar”.

O trabalho no Ceagesp aos 11 anos e a raiva do pai por acordar de madrugada

Andrés, aos onze anos, já acordava de madrugada todos os dias para trabalhar. O menino recebia as caixas vazias no box de frutas que os pais tinham no Ceasa do Parque Dom Pedro e no Mercado Cantareira, em São Paulo.

Aos 16 anos, trocou o Ceagesp pelas feiras quando a família comprou algumas bancas de frutas e legumes. Não era fácil montar barraca às 3h30 da manhã e encarar sol e chuva. Mas o aprendizado foi recompensador.

“Imagina um garoto de 16 anos que tinha que acordar de madrugada para ir todos os dias na feira para ganhar merreca. Merreca na minha cabeça, né?  É claro que você fica com bronca do seu pai, talvez eu tenha ficado algum tempo sem falar com ele por causa disso, mas depois que eu cresci e amadureci, eu vi que isso fez muito bem para a minha vida pessoal", disse. "Eu aprendi a dar muito mais valor às coisas. Por mais condições materiais que você tenha, você não sabe o dia de amanhã".

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Chorou quando torcedores perseguiram a filha e assume ser um pai ausente

Futebol cobrou um preço alto a Andrés. O mais doloroso foi ver a sua família perseguida. A filha Marina virou alvo de torcedores depois de ter o número de telefone publicado em um blog.

“Você acha que é justo colocar o telefone da tua filha no blog? Colocar o meu telefone no blog? Esses são jornalistas… Imagina minha filha com 15, 16, 17, 18 anos… Ligava um torcedor de outro time para ela e imagina o que ele falava… Imagina o que ele deixava de recado para a minha filha. Imagina sua filha sendo cobrada por coisas que ela não é responsável… O presidente é o pai dela”.

A dedicação ao clube transformou Andrés em um pai ausente. Ele não se sente culpado, mas lamenta ter perdido momentos importantes. “Eu sou um pouco ausente com meus filhos, infelizmente. Até pelo trabalho que eu tinha e tenho nas empresas da minha família e também por ter sido presidente do Corinthians. Eu, em quatro anos e meio, deixei eles para ir nos jogos, fui em todos nessa época. Então você perde aniversário, evento... Estou tentando recuperar, e meus filhos entendem isso,”

O choque com a doença da mulher

O Corinthians encurtou o tempo dos filhos e também atrapalhou a vida conjugal. O ex-dirigente foi casado com Maria Bernadete Gomes, com quem teve os filhos Lucas e Marina. Mas o clube sempre foi prioridade e Andrés nunca escondeu isso. Eles se separam em 2001 quando já estava envolvido na política do clube.

Me dou bem com ela, é uma grande mãe, uma grande mulher. Mas desde a época de namoro sempre é Corinthians e sempre foi difícil separar as paixões, porque talvez a maior de todas seja o Corinthians. Pelo menos para mim

“O cara, para ser presidente do Corinthians, tem que largar a esposa dele, a família dele, as coisas dele. Tem que frequentar o clube três vezes por semana, ir em todos os finais de semana. Quem quer fazer isso? Não é chegar no clube 10 horas e ir embora às 14. Eu chegava 7 horas da manhã e ia embora 22 da noite”.

Andrés deixou a desejar no momento mais difícil da ex-mulher. Ela teve um câncer de mama em meados dos anos 2000 e precisou retirar 100% do seio. Hoje ela está recuperada. “É aquele choque. Já estava separando. Mas muitas coisas que ela tinha que fazer, não pude ir junto, tinha que estar presente, mas não pude. Meus filhos cobraram muito na época, mas hoje eles entendem.”

Fabio Braga/Folhapress Fabio Braga/Folhapress

Não gostava de briga de torcida. Mas já viu morrer gente

Andrés fazia o tipo torcedor "maloqueiro". Na adolescência, viajava e fazia loucuras para acompanhar o time. Viu muitas brigas. A mais emblemática nunca vai sair da cabeça.

“Em 1988, lá em Campinas, contra o Guarani, que morreu uma pessoa… Invadiram lá para o lado errado da torcida do Guarani, que teve uma morte, foi a pior, me assustou muito. Eu estava próximo. Não me senti ameaçado, eu corri para onde podia, para onde olhava, estava todo mundo assustado, foi uma coisa muito forte”.

Divulgação/Fluminense Divulgação/Fluminense

Andrés encostaria Levir e Siemsen "na parede"

Andrés não gostou dos comentários do presidente do Fluminense, Peter Siemsen, e do treinador Levir Culpi após a eliminação do time carioca nas oitavas de final da Copa do Brasil para o Corinthians. Após o jogo, Levir reclamou, questionou o fato de os jogadores do Corinthians aquecerem perto do bandeirinha e ainda falou mal do vestiário.

“O futebol gostoso é isso, é reclamar. É o choro gostoso do Peter, do ridículo o que o Levir passou, isso faz parte. Essas horas dá vontade de ser presidente do Corinthians. Se eu pego o que o Levir e o Peter, que é meu amigo, falaram… Você está de brincadeira… pegava na parede. Ele pegou pesado não só com o Corinthians, ele pegou pesado com o futebol brasileiro e com a cidade de São Paulo. Então não pode isso, tem que responder à altura”.

Encheu a cara com Ronaldo e fechou acordo fumando no banheiro

Alan Marques/ Folhapress Alan Marques/ Folhapress

Expectativa sobre a Lava Jato

Andrés diz que não teme a Lava Jato, nem que seu nome apareça entre os envolvidos no escândalo de corrupção. Mas admite que a investigação prejudica a venda dos namings rights do estádio.

“O problema são as polêmicas: está ou não está na Lava Jato, a obra está investigada? Isso deixa as empresas com o pé atrás. Por isso, que acabe as investigações o mais rápido possível, acabe a auditoria o mais rápido possível. E se tiver alguma coisa de errado, o Corinthians é vítima e vai cobrar até o último centavo".

Andrés diz que o clube criou uma auditoria própria para investigar irregularidades. “Se nós devemos um bilhão de reais, é tudo o Corinthians quem vai pagar. Se sobrefaturaram, pegaram propina ou qualquer coisa, o Corinthians é vítima. Por isso já estamos fazendo auditoria,”

Andrés não acredita mais em datas para naming rights

Quando se fala na Arena Corinthians, o ponto mais discutido é como o estádio será quitado em uma dívida estipulada hoje em cerca de R$ 1,2 bilhão. Andrés Sanchez reitera que pretende vender os Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs) e os namings rights para quitá-la. Mas admite que a Lava Jato prejudica as negociações e que já não acredita mais em datas para a venda do nome da arena.

"Eu falei uma vez há dois e meio que estava próximo de fechar e sou cobrado até hoje. Então ficam falando toda a hora que eu falei que ia fechar. E não tem mais ninguém do que eu querendo fechar logo isso, ninguém mais do que o Corinthians. O plano financeiro a se pagar é o CID e o naming right. (O CID) está vendendo já, mas teve o processo judicial, que está na primeira instância. Tudo isso atrapalha, quem quer comprar assim? Até eu já não acredito mais nas datas."

Andrés admite o atraso na negociação e até promete 10% de comissão para os torcedores que tentarem vender os naming rights. “Não falei três, falei que estamos negociando com várias pessoas. Não só eu, é o Corinthians, tem o marketing...Olha e para quem tiver incomodado com isso, torcedor, sócio… Ajuda. Cada um conhece um monte de empresa, vai lá tentar vender e o Corinthians paga 10% e comissão, ninguém vai trabalhar de graça não…”

Leonardo Soares/UOL Leonardo Soares/UOL

O trabalho para ser presidente da CBF em 2018

Andrés carrega o desejo de assumir a presidência da CBF, mesmo ressaltando que não é um sonho. Ele adota o discurso de que tem a colaborar com o futebol brasileiro e cogita se candidatar em 2018.

“Estou trabalhando nisso, estou no meio do futebol, tenho um grupo que fala disso. Mas não é objetivo, vamos ver em 2018. É preciso que os clubes, as federações te queiram como presidente. E não é só meu nome, é um grupo de pessoas. Vamos ver o melhor nome. Eu não falei que estou fora, mas que não tenho isso como objetivo de vida."

Para alcançar o objetivo, Andrés precisa de apoio das entidades estaduais. Porém, ele passou a ser visto com desconfiança pelas federações após incentivar a implosão do Clube dos 13. “Essa minha posição não atrapalha mais. Todo mundo entendeu que o Clube dos 13 tinha que acabar mesmo. Acabou sendo melhor para todos os clubes”. 

Junior Lago/UOL Junior Lago/UOL

"Sacanearam" a Dilma e o PT "não fez nada de errado"

Andrés foi o deputado mais votado do PT e sabe que a imagem do partido está manchada pelas denúncias de corrupção envolvendo o partido. Mas ainda assim saiu em defesa da legenda e culpa as pessoas pelas irregularidades.

"O PT não fez nada de errado. Algumas pessoas fizeram errado. PT é uma instituição. PT não tem mão, braço, cabeça, dente, tem pessoas e pessoas erram como em toda a sociedade”, analisa.

“O cara que acha que a imagem não está manchada é ser hipócrita. Mas acho que o maior julgamento que Lula, o partido e outros envolvidos terão nisso tudo será a história, será o tempo”.

Andrés votou a favor de Dilma Rousseff no processo de impeachment. "Acho que foi uma sacanagem tirar uma presidente eleita… Esse negócio de ‘o povo está na rua’, era um milhão de pessoas, nós somos 200 milhões de pessoas, não era nem 1%", disse. "A Dilma foi cassada porque não deu cargo e não cumpriu acordos que se tinha".

Não fuja dessa

Arquivo pessoal Arquivo pessoal

Pavilhão 9

"Como tinha acontecido aquela tragédia no Pavilhão 9 e tinham algumas pessoas que moravam nos Remédios e que estavam no presídio, aí colocaram Pavilhão 9. Mas eu não fui consultado, nem nada sobre esse nome. Foi decidido assim. Não foi formada no Carandiru, nada disso, é mais uma lenda essa história. Tinham alguns presos que estavam no Pavilhão 9 e moravam nos Remédios"

Mário Angelo/Folhapress Mário Angelo/Folhapress

Balada com Zago

"O problema foi com a esposa dele, com a família dele, esse foi o grande problema. Isso da balada não afetou nossa amizade, mas subsequentes dias depois sim, porque envolveu família, envolveu tudo. Você tem irmã, cunhada? Então, imagine pegar seu amigo no puteiro e tua cunhada sabia e não te contou nada, imagina como fica o ambiente. Vai ficar igual? Tudo isso aí mexe"

Roberto Setton/UOL Roberto Setton/UOL

Intimidade com Lula

"Na época falaram que eu ia ser presidente da CBF porque o Lula queria. Falaram que o Corinthians tinha ganhado o estádio. O Lula não vai dar conselho, ele vai ver o país, não vai ver CBF, futebol. Não vai ficar: 'Andresinho!' Ele nunca falou: 'Olha, vai por esse caminho aqui que você vai ser presidente da CBF. Olha, vai por esse caminho aqui que vai ser presidente do Corinthians'. Isso não existe"

Mandei mal nessa

Leonardo Wen/Folha Imagem Leonardo Wen/Folha Imagem

Arrependimento com Juvenal

"A coisa que mais me arrependo foi o dia que ofendi o Juvenal Juvêncio (ex-presidente do São Paulo) pessoalmente. Não é certo ofender uma pessoa assim. Foi um grande erro meu como pessoa. Mas só passamos do limite uma vez, com ofensas pessoais. Mas fora isso, ia sempre jantar com ele, tomar um uísque, que ele também gostava. Foi um dos caras que mais respeitei no futebol. Agora, eu defendi meu clube e ele defendeu o clube dele". Juvenal disse que Andrés tinha "mobral inconcluso": "Foi a pior coisa que tinha para mim na época. E foi quando eu respondi mal para ele no pessoal também. Depois daquilo, claro que voltamos a falar".

Ernesto Rodrigues/Folhapress Ernesto Rodrigues/Folhapress

Inimizades no Corinthians

"Eu deixei muitos amigos meus de velha guarda do Corinthians fora de um momento histórico do Corinthians, que seria ganhar os títulos que ganhou na minha época. E eu deixei eles fora do projeto. Eram conselheiros, sócios, mas não faziam parte da diretoria e isso é uma coisa que me arrependo muito. Perdi mais amigos do que fiz no futebol do Corinthians. (...) Isso incomodava muita gente, amigos meus e também quem não é amigo. Porque no Corinthians e nos clubes de futebol tem muita dessas coisas: 'Pô, eu to aqui há 30 anos e quem é esse cara?'. E obviamente só sobra para quem colocou no cargo, e essa pessoa fui eu, as porradas foram em mim."

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  • Sérgio Moro

    "Uma pessoa que apareceu e ninguém sabia quem era e, no momento que o país está vivendo, está sendo muito importante para o Brasil. Com exagero aqui, exagero lá. Porque todas ações tem reações, mas está sendo importante. Nem conheço ele, mas está fazendo o trabalho dele."

    Imagem: Heuler Andrey/Dia Esportivo/Estadão Conteúdo
  • Jair Bolsonaro

    "Se o Bolsonaro está lá é porque tem muitas pessoas que concordam com ele. A democracia é isso. Eu posso não concordar, mas respeito. Acho até que tem algumas coisas que ele fala que tem sentido. Não pode um país, que um cidadão toma dois tiros no peito por causa de um relógio ou um tênis."

    Imagem: Myke Sena - 21.jun.2016/Framephoto/Estadão Conteúdo
  • Datena

    "Cara formidável. Infelizmente saiu do esporte para outra via, para a vida pessoal dele deve ter sido boa. Tenho um carinho por ele. É um cara sincero como eu, e que às vezes paga um preço caro."

    Imagem: Divulgação
  • Galvão Bueno

    "Muito bom, mas também já está chegando no final. Mas é um dos caras ícone da televisão para o país."

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  • Zagallo

    "Um cara histórico para o futebol brasileiro."

    Imagem: Reprodução/Globo
  • Ronaldinho Gaúcho

    "Um cara formidável com a bola nos pés. Fez sucesso em todos os clubes que passou. Conheço, mas não tenho relação."

    Imagem: Getty Images
  • Felipe Melo

    "Pai de família. Conheço muito bem, todos falam bem. Queria ter ele no Corinthians. O que falam dele aí só por uma entrada mais dura é coisa do futebol, o cara errou, e falam que é um criminoso, mas não é assim. Eles são seres humanos. Mas é um pai maravilhoso e uma boa pessoa."

    Imagem: AP Photo/Bob Leverone
  • Ricardo Teixeira

    "Foi um cara muito importante para o futebol brasileiro, mas como tudo, o tempo no poder desgasta qualquer um. Acho que se ele tivesse ficado menos tempo, seria o melhor presidente da CBF. Pegou a CBF quando estava quebrada e levou até hoje."

    Imagem: Steffen Schmidt/Efe

Boas frases da entrevista

Ele (Cássio) teve problemas familiares, pessoais e isso afeta. Jogador de futebol é um ser humano. Mas ele tem que voltar a trabalhar mais, se esforçar mais, é um grande goleiro, tem uma história muito bonita no Corinthians e no futebol brasileiro. Vai voltar a ser o Cássio que ele era

Andrés Sanchez

Andrés Sanchez, sobre a má fase do goleiro

Amizade total, meu amigo. O tempo vai dizer, ele não era diretor do Corinthians, ele nunca participou de nada da Arena, ele não tinha contato com ninguém da Odebrecht. Isso aí é o tempo que vai dizer. Ele falou para mim que não sabe de nada, e assim vamos continuando a vida.

Andrés Sanchez

Andrés Sanchez, sobre a investigação de André Negão na Lava Jato

Cheguei no Neymar 20 dias atrasados. Eu ia pagar a multa contratual dele, R$ 116 milhões. Ele não foi porque já estava acertado com o Barcelona, por pessoal, por gosto, ele preferiu jogar lá. Ele seria o maior jogador da história do futebol brasileiro jogando no Corinthians.

Andrés Sanchez

Andrés Sanchez, sobre a tentativa de contratar Neymar e a 'pipocada' do atacante

E mais: por que jogador é a pior raça do mundo

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