Depois de um período de baixa nas batalhas de rimas, entre 2007 e 2008, Emicida estava entre o sucesso anterior, quando foi chamado de "novo nome do rap", e o sonho de transformar sua música em realidade. "Teve uma fase em que eu fiquei meio amaldiçoando. Pensava: 'Não quero fazer freestyle pelo resto da vida'". A última cartada era lançar "Triunfo".
Foi todo mundo tocar suas vidas e eu tava abraçado com a minha mochila, combinando com os caras, falando de umas estratégias mirabolantes, que ia fazer o rap virar, porque o Jay Z fez isso, o Puff Daddy fez aquilo. Mas na nossa realidade, a gente mal tava conseguindo pagar a condução
Enquanto alguns parceiros pularam do barco, Emicida tinha vídeo com 1 milhão de visualizações no YouTube, mas não ligava. "Eu pensei o que qualquer um ia pensar: 'Grande bosta. Se cada uma dessas pessoas me desse 1 real, eu não tava nessa bosta'". Mas ele percebeu que era uma forma de divulgar o show de lançamento, escrevendo sua conquista nos flyers e cartazes.
O local já estava certo. Ou quase. "Faltando 20 dias pro barato, o tiozinho [dono do local] começa uma reforma?". E ainda deu de ombros: "Depois a gente remarca".
"Já tava com a divulgação inteira na rua, todo o dinheiro que a gente tinha foi ali. Não tinha como ter uma segunda data. Juntamos nossos parceiros, fomos na porta do mano, dar a entender que ele ia apanhar, ia morrer se não cumprisse com o combinado dele. Mas a gente era uns moleque mó legal, bando de nerd, fã de quadrinhos, fingindo de bandido", ri o rapper, da falsa ameaça.
O show lotou, os 300 CDs produzidos foram vendidos, e uma nova era começou.