Longe de polêmicas
Depois de gravar a última cena, o elenco comemorou a finalização do projeto e partimos para uma entrevista coletiva com o diretor e todos os protagonistas de "Elite" -- exceto Jaime Lorente, o que é uma pena. A pergunta sobre ele ser fã de Elza Soares fica para a próxima.
Na sabatina com um grupo de aproximadamente dez jornalistas da Espanha e América Latina, à exceção da espanhola Maria Pedraza e da estrela teen mexicana Danna Paola -- um poço de simpatia e eloquência -,- os atores não se mostraram muito animados para tocar em temas polêmicos do seriado como discriminação racial, conflitos da adolescência, machismo ou bullying.
Ao serem questionados pela reportagem sobre qual foi o maior incômodo deles durante a fase escolar, as respostas dos atores coincidiam: ninguém se arriscou a contar nada muito cabeludo para além do medo de não serem suficientemente populares, do incômodo de estudar aquilo que não serviria para nada no exercício das artes cênicas ou da pressão de pais e professores por bom desempenho.
Miguel Herrán foi o único a ficar em silêncio diante da pergunta e, quando cobramos a resposta, contou que sofreu bullying durante toda a vida escolar por ser muito baixinho -- ele mede 1,66 m.
Só me dei conta da maneira errada como revidei aos colegas de escola rodando a série. Eu chamava os negros de negros, fazia piadas sobre bombas com colegas do Oriente Médio e por aí vai. Quem sofre agressão sempre acaba virando agressor, não é?