Jair Bolsonaro nasceu em Glicério (SP) no dia 21 de março de 1955, mas foi registrado em Campinas, também no interior de São Paulo. Depois que a família se mudou, foi criado no Vale do Ribeira, na região sul do estado. Pai de cinco filhos, ele está no terceiro relacionamento e é casado há 11 anos com Michelle, com quem mora em um condomínio na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Três de seus herdeiros são políticos. O primogênito, Flávio (PSL-RJ), 37, é deputado estadual e se candidatou ao Senado nas eleições desse ano. Em 2016, ele ficou em 4º lugar na disputa pela prefeitura da capital fluminense. O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), 36, foi eleito para o primeiro mandato na Câmara quando tinha 17 anos, no ano 2000. No último pleito, ele foi o parlamentar mais votado da cidade. Aos 34 anos, Eduardo (PSL-SP) cumpre o primeiro mandato como deputado federal. Ele é escrivão concursado da Polícia Federal e busca a reeleição. Os três são filhos de Rogéria Nantes, que foi vereadora do Rio por dois mandatos. A segunda mulher do presidenciável, Ana Cristina Valle, se candidatou a deputada federal em 2018, com o nome de urna de Cristina Bolsonaro.
Imagem: Pedro Ladeira - 9.dez.2014/FolhapressO próprio deputado se define publicamente como membro "baixo clero" da Câmara, como é conhecido o grupo de parlamentares de pouca influência política no Parlamento. Ao longo das sete legislaturas, Bolsonaro conseguiu aprovar apenas dois projetos de sua autoria. Viraram lei uma proposta que estendeu a isenção do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) para bens de informática e outro que autorizava o uso da chamada "pílula do câncer" -- a fosfoetanolamina sintética. Ele se notabilizou pelas declarações inflamadas em defesa do regime militar e pelos embates com deputados de partidos de esquerda, principalmente do PT. Um confronto, em particular, marcou pelas consequências jurídicas. Em 2003, ele discutia com a deputada petista Maria do Rosário (RS) quando disse que ela não merecia ser estuprada por ser ?muito feia?. Por conta da fala, repetida 2014, ele foi denunciado e se tornou réu em duas ações penais que tramitam no STF (Supremo Tribunal Federal), por injúria e apologia ao crime de estupro. O presidenciável tem afirmado que suas declarações estão resguardadas pela imunidade garantida a manifestações de parlamentares. Durante a votação do impeachment de Dilma, ele voltou a causar polêmica ao homenagear ao coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chefiou o DOI-Codi de São Paulo, um dos principais centros de tortura e repressão durante a ditadura militar. Na ocasião, o deputado federal disse ter votado "pela memória" de Ustra, "o pavor" da petista. No mês passado, o STF rejeitou uma denúncia por racismo apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por conta de declarações em palestra no ano passado.
Imagem: Sérgio Lima - 4.ago.1995/FolhapressJair Bolsonaro estreou na vida pública nas eleições municipais de 1988, quando entrou para a reserva do Exército ao se eleger vereador do Rio de Janeiro, onde se estabeleceu politicamente. Dois anos depois, ele foi eleito pela primeira vez deputado federal, cargo que exerce há quase 28 anos. Bolsonaro está na sétima legislatura consecutiva. Em três décadas como político, está no oitavo partido, para o qual migrou em março deste ano, para disputar a eleição presidencial. Antes de se filiar ao PSL, ele passou por PDC (de 1989 a 1993), PP (1993 e 2005 a 2016), PPR (1993 a 1995), PPB 1995-2003; PTB, 2003-2005; PFL (2005) e PSC (2016 a 2018). Destes, apenas PP, PTB e PSC continuam a funcionar sob as mesmas siglas.
Imagem: Wilson Dias - 16.dez.2014/Agência BrasilA formação de Bolsonaro como oficial do Exército ocorreu na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), em 1977, mesmo ano em que se tornou paraquedista. Nove anos depois, ele escreveu artigo para a revista Veja em que pedia aumento salarial para a categoria sem consultar os superiores. Pelo ato, foi preso por 15 dias. Também de acordo com a Veja, em 1987, Bolsonaro disse estar envolvido em um plano para explodir bombas-relógio dentro de quartéis no Rio de Janeiro. Considerado culpado por um conselho do Exército, o militar foi absolvido em recurso pelo STM (Superior Tribunal Militar). O candidato nega as acusações e costuma dizer que a publicação viabilizou sua entrada na política, por torná-lo mais conhecido.
Imagem: Ricardo Moraes - 22.jul.2018/ReutersFernando Haddad tem 55 anos e nasceu na cidade de São Paulo. Ele é casado há 30 anos com Ana Estela, com quem tem um filho e uma filha. É formado em Direito, com mestrado em Economia e doutorado em Filosofia pela USP(Universidade de São Paulo). Enquanto universitário, trabalhava na loja de tecidos do pai no centro da capital paulista. Sua atuação política começou no centro acadêmico do curso de Direito da universidade. Formado, trabalhou como analista de investimento do então Unibanco, hoje fundido ao Itaú, e consultor da Fipe (Fundação de Pesquisas Econômicas). O candidato é professor concursado do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP desde 1997, mas licenciou-se ao longo dos anos para dedicar-se à carreira política. Em março de 2015, voltou a lecionar na universidade. Em maio de 2017, pediu nova licença para dar aulas no Insper, instituto privado em São Paulo.
Imagem: Marlene Bergamo - 21.dez.2016/FolhapressEntre funções anteriores como assessor especial em governos petistas, ele foi ministro da Educação de 2005 a 2012 nas gestões de Lula e Dilma Rousseff. No cargo, sua principal bandeira foi a ampliação do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e o lançamento do Reuni (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais). Quando titular da pasta, também estimulou a expansão de institutos federais voltados a cursos profissionalizantes e técnicos. Críticos levantam o fato de que o Fies hoje tem inadimplência em mais de 50% dos contratos, segundo dados do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento à Educação), e teria sido responsável por aumentar de maneira considerável o lucro de empresários de educação.
Imagem: Sergio Lima/FolhapressHaddad foi eleito prefeito da cidade de São Paulo em 2012, vencendo o tucano José Serra. Ele governou de 2013 a 2016. A passagem pela prefeitura ficou marcada pela abertura da avenida Paulista a pedestres aos domingos e feriados, implantação de faixas exclusivas de ônibus à direita das vias, redução dos limites de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros e pelo estímulo à criação e ao uso de ciclovias pela cidade. Ele tentou a reeleição para o executivo municipal, porém, perdeu para João Doria (PSDB) no primeiro turno.
Imagem: Avener Prado - 28.jun.2015/FolhapressHaddad se filiou ao PT em 1983. Na vida partidária interna, identificava-se com uma corrente minoritária (Mensagem ao Partido) até meados deste ano, quando ingressou na corrente majoritária da sigla (Construindo um Novo Brasil), de olho em obter apoio para se firmar como sucessor de Lula. O ex-presidente e petistas históricos, como José Dirceu, fazem parte desta ala. Enquanto prefeito de São Paulo, enfrentou críticas internas que diziam que diziam que ele não se voltou à periferia da cidade e saía pouco às ruas. Nem quando especulado como plano B do PT obteve unanimidade. Haddad disputou o cargo de "segundo poste de Lula", conforme falam adversários, como o ex-governador da Bahia Jacques Wagner, o ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa Celso Amorim e a senadora Gleisi Hoffmann, atual presidente do partido. Após Haddad ser oficializado como substituto de Lula, Manuela D'Ávila (PCdoB) desistiu da candidatura própria e foi anunciada como vice na chapa. Fernando Haddad é réu em uma ação de improbidade administrativa que apura supostas irregularidades na construção de ciclovia em São Paulo e foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por suposto enriquecimento ilícito de maneira indireta ao ter dívidas de campanha eleitoral de 2012 pagas pela empreiteira UTC. Ele nega qualquer irregularidade.
Imagem: Jorge Araújo - 2.jun.2012/Folhapress