O primeiro Código Eleitoral brasileiro, de 1932, já previa a criação de uma "máquina de votar" -- foi ele também que garantiu o voto secreto e o feminino.
Só mais de 50 anos depois, o conceito começou a virar realidade com estudos para a criação de uma máquina para eliminar a intervenção humana -- sujeita a falhas e manipulações-- no processo eleitoral.
A premissa básica era evitar erros na contagem de votos e também evitar a coação dos eleitores -- por isso, o eleitor entra sozinho para votar, e os mesários acompanham o processo, como se fossem vigias.
Além disso, a urna eletrônica permitiu maior acesso dos analfabetos à eleição. Como era preciso ler e, principalmente, escrever o nome dos candidatos --nos casos em que havia muitos candidatos como vereadores e deputados -- esse direito ficava limitado. Por isso, um dos objetivos da urna era também tornar o voto mais fácil para essa população.
"A ideia era a urna ser usada de forma intuitiva, então fizemos as teclas na mesma posição do telefone, para facilitar para o analfabeto e o deficiente visual. O sistema é baseado em números, que são familiares para os analfabetos. Ele visualiza a foto do candidato, e o verde confirma. A tecnologia é inclusiva" Giuseppe Janino, do TSE
Em 1996, apenas um terço dos eleitores usou a urna eletrônica, ou 32 milhões de pessoas em 70 mil urnas espalhadas por 57 cidades. Em 1998, foram dois terços com votação eletrônica, e, apenas no ano 2000, todos os eleitores escolheram seus candidatos por meio eletrônico.
Já em 2004, foi a vez de introduzir o registro digital do voto. Assim, cada urna gerava um registro dos votos de maneira aleatória, que poderia ser útil em caso de recontagem. Até então, não havia um documento com os votos totais por urna.