Fernandinho tem lugar de destaque entre as maiores revelações da história do Atlético-PR. Mas o primeiro momento em que ele mostrou capacidade para atingir o nível atual foi em 2003, na Copa do Mundo sub-20 disputada nos Emirados Árabes. Foi dele o gol do título na vitória por 1 a 0 sobre a Espanha de Iniesta e Juanfran a três minutos do apito final. O que não é muito mencionado é o fato de que o atleticano não foi titular em nenhuma partida daquele torneio. Na final, inclusive, saiu do banco aos 25 do segundo tempo. O titular era Juninho Arcanjo.
"Só tenho lembranças maravilhosas daquela seleção, eram grandes jogadores. Fernandinho, Daniel Alves, o Adriano lateral-esquerdo, Jefferson, Nilmar, Dagoberto... Eu ganhei a posição nas oitavas de final, aí na final o Fernandinho entrou no meu lugar para fazer o gol do título. Essa geração toda ficou marcada. Faz 15 anos isso. O tempo voa. Foi fantástico", se derrete o meia, naquela época revelação do Atlético-MG.
Juninho já era profissional do Galo desde 2002, promovido por Geninho. Aí jogou Sul-americano e Mundial sub-20 e ganhou moral no clube. Atuou em 2003 e 2004 e no ano seguinte foi emprestado ao Fluminense, onde foi campeão estadual. Em novembro rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito e ficou oito meses parado. "Foi o que atrapalhou minha caminhada, mas faz parte do futebol", reflete. Em 2007 ele voltou ao Atlético-MG, mas não teve chances e começou a rodar: esteve no Nacional da Ilha da Madeira, em Portugal, no Daegu, da Coréia do Sul, daí Rio Branco, Guaratinguetá, Anápolis, Parauapebas, Remo, Tricordiano, Macaé, Uberlândia, Patrocinense e por fim o ASA-AL, onde disputou a Série D do Campeonato Brasileiro em 2018.
O ASA não se classificou e já encerrou atividades na temporada. Juninho tem contrato até agosto, mas espera novas oportunidades em outro clube.
Estou na luta, com 35 anos, mas graças a Deus com saúde e força para jogar. Por onde passei eu joguei, ajudei e consegui títulos, é o que fica marcado. Enquanto eu tiver forças vou continuar. Alguns jogadores da minha geração tiveram oportunidades melhores. Eu poderia estar em outro patamar, mas não tenho arrependimento. Futebol não é fácil, nunca foi. Se eu não me machuco em 2005 eu poderia ter sido vendido e a história que você está contando seria diferente. Mas tudo bem. Ficam as lembranças boas e a gratidão
Juninho Arcanjo e Fernandinho se viram depois de muito tempo em 2017, quando a seleção estava em Belo Horizonte para um amistoso contra a Polônia. Ele foi ao hotel da seleção e lembra de ter sido bem recebido. "Conversamos muito. Ele continua muito humilde, a mesma pessoa".