O Crea-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro) realizou, ao longo dos preparativos para os desfiles, um intenso trabalho de fiscalização nos barracões das 13 escolas do Grupo Especial. De acordo com o presidente da entidade, Luiz Cosenza, a ação deu resultados imediatos e as escolas de samba já estão fazendo seus carros alegóricos dentro de uma nova realidade.
"Garantimos que, nos barracões da Cidade do Samba, hoje existem profissionais de todas as áreas envolvidas na preparação do desfile: mecânica, civil, elétrica, segurança do trabalho, dentre outras. A Liesa assumiu um compromisso e ele está sendo cumprido em todos os barracões", assegura Cosenza.
De acordo com o conselheiro do Crea Marco Antonio Barbosa, a entidade visitou os barracões das escolas para entender como os carros alegóricos eram confeccionados. E encontraram um quadro que não era o desejado, com poucos engenheiros sendo responsáveis por mais de 60 carros alegóricos.
"Precisamos entender que as escolas de samba têm uma forma artesanal de construção nas alegorias. Fomos levar um pouco mais de técnica. Já existiam engenheiros, mas não na quantidade e nas especificações que achamos recomendável".
Segundo Barbosa, o número de engenheiros responsáveis pelas alegorias subiu de 6 para 18, o que é considerado aceitável pelo Conselho.
Em um segundo momento, o Crea-RJ visitou os barracões para verificar se as especificações estavam sendo atendidas. Este trabalho, iniciado em outubro, observou as condições de construção dos carros e sugeriu mudanças. Em seguida, atestou se os pedidos foram atendidos.
Também avançam as discussões para a criação de normas técnicas para carros alegóricos. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) criou uma comissão para debater o assunto. O grupo, que contará com integrantes das ligas das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, além de membros do Crea e outros órgãos, deverá iniciar seus trabalhos logo após o Carnaval.