Pragas virtuais

Elas querem tudo de você: desde tirar onda até seu dinheiro do banco

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Ainda não há consenso, mas acredita-se que uma das primeiras pragas virtuais da história foi criada na década de 1970. Batizado de Creeper, o programa malicioso foi desenvolvido para invadir computadores de grande porte da época com um único objetivo: trollar os usuários. Para isso, ele apenas apresentava a seguinte mensagem no monitor “I’m the Creeper, catch me if you can” (eu sou assustador, pegue-me se for capaz). Assim como os vírus biológicos, o Creeper também tinha o objetivo de “contaminar” o maior número de sistemas que conseguisse. 

Novas pragas foram aparecendo, principalmente a partir do final da década de 1980, quando os computadores pessoais começaram a se popularizar, mas os vírus não tinham a pretensão de infectar ou roubar informações dos usuários. O que seus criadores queriam mesmo era, assim como o Creeper, irritar o dono do computador com mensagens ou pequenas alterações no sistema.

O que era só diversão acabou virando uma atividade criminosa bastante lucrativa, principalmente depois do surgimento da internet. Os hackers começaram a enxergar um meio de roubar dados e manipular resultados e até invadir grandes sistemas usando essas pragas virtuais. Se em 1970 só existia apenas um vírus, em 1990 esses programas chegaram a 1.300. No último relatório divulgado pela empresa de segurança Symantec, só em 2015 foram descobertos 430 milhões de novas pragas virtuais — um número 36% maior que o registrado no ano anterior. Esse mesmo relatório mostra o Brasil na lista dos 10 países que mais produzem vírus no mundo, junto com China e Estados Unidos. 

De olho nos seus dados bancários

Entre os principais objetivos dessas pragas virtuais estão o roubo de dados bancários e de informações pessoais do usuário. Em 2015, os bancos brasileiros perderam quase R$ 2 bilhões com fraudes bancárias, de acordo com a Fenabran (Federação Nacional dos Bancos).

No mesmo ano, a cada R$ 100 movimentado em lojas de comércio eletrônico no país, R$ 3,98 eram referentes a tentativas de fraude, segundo a ClearSale, especializada em prevenção e detecção de fraude. Na maioria dos casos, esses vírus são instalados a partir de um descuido do usuário ao clicar em links suspeitos que vêm de mensagens no e-mail ou até mesmo de redes sociais, como o Facebook.

Ao acessar o endereço, o usuário abre as portas da máquina para que programas espiões roubem dados que já estão salvos no sistema e também passem a monitorar novas movimentações. Em versões mais sofisticadas, esses softwares maliciosos se espalham por meio de sites infectados e até por inteligência artificial, onde há a simulação de conversas em chats para convencer a vítima a clicar em algum endereço já infectado.

A quantidade de pragas virtuais criadas por dia é tamanha e suas finalidades são tão variadas que, no mundo da tecnologia, cada tipo recebe um nome. Conheça a seguir os principais tipos e os estragos que podem causar.

Pragas virtuais: tipos e estragos

  • Trojans e botnet

    As pragas do tipo "trojan e botnet" são especializadas em roubar senhas e dados. Eles agem na surdina e visam, principalmente, pequenas empresas, dados bancários de usuários e perfis de jogos online.

  • Backdoor

    Esse tipo de ataque abre uma espécie de porta de acesso para que o computador seja controlado à distância. Assim, é possível ter acesso a redes e sistemas e, inclusive, roubar dados.

  • Espiões (spywares)

    Alguns vírus convertem os computadores em verdadeiros espiões que, disfarçados, capturam telas, gravam conversas e até acessam a webcam do usuário.

  • Sequestradores

    O objetivo desse tipo de vírus é bagunçar o computador do usuário e roubar dados importantes para, em seguida, pedir uma espécie de resgate para devolvê-los.

  • Cavalos de troia

    Os famosos trojans são aparentemente inofensivos, mas carregam um outro programa maligno que provoca vários estragos no computador, como apagar o disco rígido e roubar dados.

  • Keyloggers

    São capazes de monitorar, armazenar e enviar todas as teclas digitadas pela vítima para um cracker. Atualmente, os keyloggers são incorporados em outros códigos maliciosos como trojans, para o roubo de logins ou dados bancários.

  • Hoax

    Vírus boato. São mensagens que geralmente chegam por e-mail alertando o usuário sobre um vírus mirabolante, altamente destrutivo ou notícias curiosas que servem como isca para o ataque.

De olho nas extensões

Todos os arquivos que contém códigos executáveis podem espalhar vírus. Por isso, é preciso ficar atento com as três letras que aparecem sempre após o ponto nos nomes dos arquivos. Elas mostram que tipo de “categoria” eles pertencem. Os .doc, por exemplo, indicam arquivos de texto (.jpg são imagens, .mp3 são áudios etc). Na família dos executáveis estão as extensões .exe, .sys, .dat, .xls.

Outros tipos de vírus, conhecidos como “vírus de macro”, podem infectar documentos que usam códigos para automatizar tarefas repetitivas dentro de um programa (conhecidas como macros).

Como remover o vírus do seu computador ou celular

O comportamento inesperado do computador - como janelas com propagandas que surgem do nada, sites desconhecidos que abrem na tela do navegador ou lentidão inexplicável - é o primeiro sintoma de que ele, possivelmente, está infectado por algum programa malicioso. Ao menor sinal de malwares em seu computador ou PC, tente seguir as seguintes etapas.

Tentativas de salvação

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    Instale um bom antivírus em seu computador

    Ter um bom programa de proteção na máquina é o primeiro passo não só para evitar que o computador seja infectado, mas também para remover as pragas, como o do UOL Segurança Digital.

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    Faça uma varredura completa

    Abra o antivírus de seu computador e clique no botão correspondente ao da varredura completa. Isso fará com o programa comece a buscar programas maliciosos em todos os "cantos" da máquina. Em alguns softwares, é possível determinar onde a varredura deve ser feita (no computador, celular, navegador). O processo pode ser demorado, mas muito eficaz.

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    Siga as instruções do antivírus

    Se uma praga virtual for encontrada, o antivírus vai informar os próximos passos. Geralmente há três alternativas: deletar o arquivo contaminado, limpá-lo ou enviá-lo para quarentena.

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    Tente limpar o arquivo

    Das três opções que costumam surgir quando se localiza um vírus, a mais segura é limpar o arquivo. Algumas vezes, no entanto, não dá para fazer isso, porque o tipo de vírus impede a limpeza.

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    Mova para quarentena

    A quarentena funciona de modo semelhante aos procedimentos seguidos quando há suspeita, no mundo real, de doenças contagiosas perigosas: o indivíduo fica isolado por um tempo até se ter certeza de que não oferece perigo.

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    Delete o arquivo

    Se nenhuma das duas opções anteriores for possível, o jeito é apelar para a última alternativa. Remover o arquivo definitivamente acaba com a praga, mas também detona as informações que estiverem no documento. Por isso, essa opção radical só deve ser adotada em último caso.

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    Atualize o sistema e os programas

    Depois de passar o antivírus e eliminar as pragas digitais, certifique-se de que o sistema operacional e todos os programas estejam atualizados. Isso diminui a vulnerabilidade do seu computador e evita que novas pragas apareçam.

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Tem vírus por aí?

Sinais de problema

  • É fantasma?

    O computador fica parecendo filme de terror onde portas se abrem sozinha, objetos caem no chão sem explicação. No caso do PC, o navegador fecha sozinho, a página principal deixa de ser a pré-configurada por você, pop-ups indesejados não param de aparecer e novos programas aparecem no desktop sem ser instalados (pelo menos sem o seu consentimento).

  • Uma verdadeira "carroça"

    A máquina começa a ficar excessivamente lenta, travando com frequência. Isso acontece porque os vírus costumam destruir arquivos importantes do sistema operacional, fazendo com que o desempenho do computador despenque.

  • Internet lenta

    Alguns tipos de programas maliciosos usam a sua internet para baixar dados ou transformar seu computador em uma máquina "zumbi". Por isso, se a rede estiver bastante lenta, mesmo quando você está apenas fazendo atividade corriqueiras, desconfie.

  • Falsos programas de segurança

    Alguns vírus mostram mensagens na tela avisando que o computador está infectado e que basta um clique para que a máquina seja analisada e limpa, como se fosse um antivírus. Desconfie das ofertas exageradas, evite clicar nas mensagens e use seu antivírus "oficial" para remover o programa.

  • E-mails e posts suspeitos

    E-mails não solicitados ou com conteúdo estranho podem ser uma isca para instalar um malware no computador. Desconfie sempre de mensagens que prometem "as últimas fotos da festa" ou "revelar aquele segredo", por exemplo. Nas redes sociais, fique atento à mensagens suspeitas de amigos ou solicitações de aplicativos.

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