Assim como quem quer cultivar uma horta em casa, o produtor tem a preocupação de escolher um local com a insolação adequada, usar produtos biológicos e empregar técnicas sustentáveis como a compostagem para a fase da adubação. Outra similaridade é o cultivo protegido. Se na cidade grande as paredes da sua casa ou apartamento servem de proteção e deixam o ambiente para o plantio mais fácil de controlar, no campo os agricultores usam as estufas para o mesmo fim (é uma das maneiras preventivas de afastar pragas e se proteger de chuvas e intempéries, por exemplo).
Entre as diferenças, a logística após a colheita é uma das mais marcantes. Além da escala, produzir alimentos para fins comerciais envolve a preocupação com temas como armazenamento correto e higienizado, processamento e transporte até o consumidor final. Entre as frutas como a maçã, por exemplo, é comum a aplicação de ceras e outras coberturas comestíveis para que tenham mais vida útil e ganhem uma barreira que retarda a respiração do fruto e troca de CO2 e O2.
Nesse sentido, entre diferenças e similaridades, a proliferação das hortas urbanas ajuda as pessoas a ter mais consciência sobre o que é produzir um alimento.“Nós aprendemos mais quando estamos executando. A pessoa que mantém uma horta pequena de rúcula em casa tem a chance de fazer esse paralelo e imaginar as dificuldades que o produtor experimenta no processo. O tomate não nasce no supermercado. Tem um trabalho muito grande por trás até chegar ao hortifruti”, explica Fernando.