Alelopatia
O nome vem do grego – allélon quer dizer mútuo e pathos remete a prejuízo –, e é praticado naturalmente pelos ecossistemas (e pelos agricultores) desde os tempos mais remotos. É automático: de acordo com as substâncias químicas que produzem e liberam via raízes, decomposição ou com as lavagens do sereno e água da chuva, plantas são capazes de beneficiar ou prejudicar, direta ou indiretamente, umas às outras.
Batizadas de plantas companheiras, as espécies que se ajudam quando plantadas no mesmo local também podem se combinar, entre outras coisas, para um melhor uso da terra. Nas hortas de temperos, por exemplo, tomilho e alecrim costumam se dar bem pois gostam de pouca água, solo arenoso e não disputam os mesmos espaços. O primeiro tem raízes mais rasas, enquanto o segundo pede vasos maiores e mais fundos.
Outro exemplo muito conhecido de planta que convive bem e até deve ser plantada nos arredores de outras é a flor cravo-de-defunto (ou tagete). Como tem propriedades capazes de repelir insetos, o cravo ajuda suas vizinhas a evitarem as pragas. Por outro lado, entre as plantas antagônicas, é comum encontrar espécies que são capazes até de atrapalhar a germinação de outras árvores e hortaliças: o eucalipto, que cresce rápido e tem gana por água e nutrientes, é um grande exemplo. Não à toa, pequenos agricultores são desestimulados a manter hortas próximas de áreas reflorestadas.