O desafio final conseguiu ser bem bacana graças à forma como uniu os conceitos de IoT, Containers e Machine Learning (Deep Learning) além de permitir usar a plataforma OpenShift da RedHat, que é líder no mercado. A definição é de Rafael Gomes da Silva, 23 anos, de Goiânia (Goiás). "O mais difícil para mim foi a pressão do tempo curto, ter que fazer o desafio o mais rápido possível porque cada segundo poderia ser decisivo. Eu nunca havia trabalhado com essas ferramentas anteriormente", conta Rafael.
A sensação de estar entre os Top 5 ainda é quase um sonho. "Não consigo descrever, ainda não parece real. Espero adquirir bastante conhecimento, com certeza será uma oportunidade incrível", comemora Rafael. Ele está cursando os últimos semestres do curso de graduação em Ciência da Computação na PUC Goiás, mas ainda não tem experiência de trabalho na área. "Já desenvolvi algumas aplicações no meu tempo livre, mas nada profissional. Tenho certeza de que as oportunidades virão, e por isso sou muito grato à IBM", destaca Rafael.
Com a mão no código
"Este último desafio certamente foi o mais difícil e o mais interessante. Foi o único em que tivemos que por a mão no código e programar diretamente", conta Carlos Pavanetti Silva do Prado, de 24 anos e que veio de São José dos Campos (SP). Além disso, o desafio teve uma linguagem e tecnologias que não fazem parte do seu dia a dia e tampouco do dia a dia de quase todos os participantes com quem conversou. "As tecnologias que usamos são bem recentes e boa parte do desafio foi baseado no fato de ninguém conhecer tudo o que utilizamos neles. Mas a área de desenvolvimento é muito dinâmica e nós desenvolvedores não podemos ter medo de aprender as novas tecnologias que chegam", assegura Carlos.
Ele afirma que, antes mesmo de ser escolhido entre os Top 5, o fato de estar entre os 100 selecionados para a prova final já tinha sido uma emoção muito grande, com a oportunidade de estar junto de tanta gente boa e entusiasmada por tecnologia e desenvolvimento. "Depois de sair o resultado final, o reconhecimento dos colegas de Maratona após a competição foi algo muito bacana. Mostrou que mesmo que estivéssemos competindo momentos atrás, saímos dali todos amigos e temos compartilhado muitas dicas e informações desde então".
Quanto à viagem de imersão, suas expectativas são bem positivas. "O Vale do Silício é um lugar que exala tecnologia e empreendedorismo. Pelo que estou sabendo, as ferramentas que utilizamos no decorrer dos desafios são desenvolvidas no laboratório de lá e esta é uma grande oportunidade de aprender mais sobre elas", aposta Carlos. Ele cursou o ensino médio junto do curso técnico em mecatrônica no mesmo colégio, em São José dos Campos. "Os meus colegas tinham mais facilidade com mecânica ou eletrônica, e sempre que precisavam de ajuda com programação eu era a referência".
Nesse período, Carlos teve a oportunidade de fazer sua primeira viagem internacional para participar da competição de robótica FIRST. "Após o curso eu iniciei um estágio com eletrônica de aeronaves, mas logo entrei no curso de ciência da computação da Unifesp em tempo integral e não conclui o estágio". Agora ele está terminando o curso na faculdade e faz estágio em uma startup edtech há cerca de 1 ano e meio.
A Maratona, diz Carlos, permitiu estar em contato não só com novas tecnologias, mas também com suas aplicações reais. "Às vezes nós sabemos como fazer, mas não conhecemos todos os problemas que podemos resolver. E nem temos como conhecê-los todos. Outra parte desse evento de que eu gostei bastante foi poder conversar com o pessoal das empresas patrocinadoras".
Foi essencial poder ouvir sobre os desafios tecnológicos que essas empresas enfrentam e fazer contato com os profissionais envolvidos em resolvê-los. "Essa é uma porta profissional muito importante que foi aberta para todos os competidores presentes ao último desafio", conclui Carlos.
Tecnologias diferentes
O elevado grau de exigência colocado a cada participante foi uma das marcas da prova final, afirma o Top 5 Vítor Cézar de Lima. Aos 23 anos de idade, vindo da cidade de Raul Soares (MG), Vítor conta que o desafio demandou dos competidores conhecimento de diversas tecnologias: "Este foi o fator mais interessante, por exigir que conhecessemos tecnologias diferentes como IoT, Aprendizado de Máquina (Machine Learning/Deep Learning) e Openshift, que estão sendo cada vez mais utilizadas na área de TI".
Analista de TI no laboratório Smart Sense da Universidade Federal de Minas Gerais, Vítor já tem contato diário com Aprendizado de Máquina, até porque uma de suas áreas de estudo no curso de mestrado é Visão Computacional. "As novidades para mim foram IoT e Openshift, que precisei aprender para ser bem sucedido no desafio final", diz Vítor.
A sensação de chegar aos Top 100, que já era excelente, ficou ainda melhor ao entrar para os Top 5. "Imagine disputar com tanta gente boa e ficar entre os primeiros, além de ganhar uma viagem para conhecer o laboratório da IBM em São Francisco! É muita felicidade!", comemora Vítor. Será uma semana especial em que ele contará com a oportunidade de aprender o que há de melhor na área da computação: "Estou ansioso por essa viagem, que será minha primeira fora do Brasil".
Ele não tem dúvida de que esse evento será importante para o seu futuro profissional. "Tivemos contato com diversos líderes de grandes empresas que atuam no mercado brasileiro e conversando com eles percebemos que há uma grande busca por profissionais de tecnologia. A Maratona nos colocou em destaque entre esses, o que terá um impacto positivo na nossa vida profissional", garante Vítor.