Como é a busca milimétrica pelo salto perfeito
Fabiana é atleta, mas poderia ser matemática tantas são as contas que ela faz diariamente para ser bem-sucedida em seu esporte. Tem na sua cabeça os 18 passos que precisa coordenar para passar bem pelo sarrafo. Estes não são os únicos números que passam pela sua cabeça no dia. Primeiro, são dez passadas de aquecimento. Depois, os saltos preparatórios têm 13, 15 até a meta para competição: são 18 passos para se superar o sarrafo. A meta é chegar perto dos 5 metros. Hoje, seu recorde é 4,85 m. Faltam 15 centímetros.
Eu sei que eu tenho que tentar ser perfeita o máximo possível mesmo nos dias que eu estou cansada. Porque quando eu estiver bem, quando eu estiver descansada, estiver veloz, essas coisas que eu estou fazendo vão acontecer muito melhor
Ela calcula também as horas de deslocamento. Ou melhor: os minutos. São 40 entre sua casa, em São Paulo, e o centro de treinamento em São Caetano do Sul. Com trânsito, esse tempo sobe para uma hora. E os minutos perdidos têm de ser compensados em algum momento. Cada sessão de treinos tem quatro horas. A fisioterapia diária dura mais uma hora. A saída é subtrair o tempo de descanso.
Depois, conta os treinos. São sete dias na semana e entre dez e 12 sessões de treinamento. O número varia em cada etapa de preparação. Hoje, a poucos meses para os Jogos Olímpicos, está mais próxima dos dez. Mas nem por isso o esforço é menor. Ela divide esse número entre treinos específicos de salto com vara, um treinamento geral de atletismo, musculação e movimentos de ginástica.
A última conta são os números de saltos. Cada treino específico tem uma meta. São seis, oito, dez saltos. Bons ou ruins, o limite nunca deve ser superado. O corpo precisa disso para sobreviver à maratona.