Tour em Marte

Planeta Vermelho tem rotas de rovers e atrações únicas no Sistema Solar

Fernando Cymbaluk Do UOL, em São Paulo
Nasa

Que tal planejar umas férias no Planeta Vermelho?

Viagens tripuladas para Marte ainda estão longe de acontecer. A Nasa (agência espacial dos EUA) só planeja levar astronautas até lá em 2030. Mas os planos dos cientistas para uma futura colonização humana do planeta vizinho e o fascínio que Marte desperta nos permite sonhar com férias marcianas. Desde os anos 1990, robôs-cientistas passeiam por lá e dão informações do que vamos encontrar. 

 

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O que conhecer?

Marte não é tão grande --possui cerca de metade do diâmetro da Terra--, e sua paisagem avermelhada e árida fazem do planeta um grande deserto gelado. Sim, gelado. A média de temperatura fica em torno de -63°C, e os locais mais quentes registram no máximo 20°C no verão. Contudo, Marte possui atrações únicas, que incluem vulcões titânicos, cânions gigantescos e canais que contam a história de grandes inundações --quando a água corria em toda a sua superfície.

Reprodução Reprodução

Monte Olimpo (Olympus Mons)

Esse vulcão é o maior que pode ser encontrado em todo o Sistema Solar. Hoje está extinto, mas pesquisas indicam que ele ficou ativo por mais de 2 bilhões de anos. Seu formato de escudo com imensa cratera ao centro possui tamanho equivalente ao da França. A altura de 22 km faz dele quase três vezes mais alto que o monte Everest. 

Nasa/JPL Nasa/JPL

Região vulcânica de Tharsis

A região de Tharsis, localizada no que seria a "linha do Equador" de Marte, é um imenso planalto repleto de vulcões. Os três principais --Monte Arsia, Monte Pavonis e Monte Ascraeus-- estão alinhados, lembrando as pirâmides de Gizé --alinhadas no deserto do Saara e também visíveis do espaço, apesar de bem menores. 

Nasa/JPL/Arizona State University Nasa/JPL/Arizona State University

Vales Mariner

Os Vales Mariner são o Grande Cânion de Marte, mas muito maiores que os desfiladeiros localizados nos EUA. Possuem mais de 4.000 km de comprimento, 200 km de largura e até 7 km de profundidade. Em comparação com o que existe na Terra, só perdem no quesito comprimento para o Rift Valley, a fenda localizada na África (com 5 mil km). Os pesquisadores se dividem ao explicar a origem dos cânions, sugerindo que tenham sido formados por uma grande "rachadura" tectônica na crosta marciana, por enxurradas de água ou pela erosão causada por lava de vulcões.

Nasa/JPL Nasa/JPL

Local de pouso do Sojourner

Em 4 de julho de 1997, a missão Pathfinder da Nasa tocou o solo marciano na região do Ares Vallis. Ela levava o rover Sojourner, veículo robô utilizado para a exploração de astros e planetas. Com o auxílio do Sojourner, a missão Pathfinder transmitiu para a Terra dados que incluíam imagens, análises químicas de rochas e solo e informações de ventos e do clima de Marte. 

Nasa/JPL-Caltech Nasa/JPL-Caltech

Local de pouso do Spirit

Os carrinhos robôs Spirit e Opportunity partiram para Marte em 2003 em uma mesma missão. O Spirit chegou primeiro, em 4 de janeiro de 2004. O local de desembarque foi chamado de Estação Memorial de Columbia em homenagem aos sete astronautas mortos no acidente com o ônibus espacial Columbia, que se desintegrou no ar ao voltar para a Terra em 2003. Na foto, o Spirit analisa os arredores da região com seu braço robótico. O solo brilhante na metade esquerda da imagem é composto por areia macia, marcado pela roda esquerda do rover.

Nasa

Opportunity, o guia mais experiente

NASA/JPL/MSSS/Ohio State University NASA/JPL/MSSS/Ohio State University

Em 25 de janeiro de 2004, o Opportunity desembarcou na região marciana conhecida como Meridiani Planum. Esse ponto encontra-se do lado oposto ao local de pouso do rover Spirit, que participava da mesma missão. A missão do rover era explorar a geologia de Marte, procurar evidências da presença de água líquida no passado e avaliar se os ambientes antigos eram propícios à vida.

NASA/JPL/MSSS/Ohio State University NASA/JPL/MSSS/Ohio State University

Para cumprir sua missão, o Opportunity enfrentou um terreno pedregoso e deparou-se com algumas crateras. Esperava-se que o rover perderia contato com a Terra, como ocorreu com o Spirit, que atolou em Marte em 2009 e cortou comunicações em 2010. Mas o Opportunity surpreendeu em sua ânsia exploratória e está ativo até hoje, após 14 anos e 40 km de caminhada!

Nasa/JPL-Caltech/MSSS Nasa/JPL-Caltech/MSSS

Local de pouso do Curiosity

O rover Curiosity desembarcou na cratera Gale, em Marte, em 6 de agosto de 2012. Com um diâmetro de 154 km e um pico central de 5,5 km de altura, a cratera foi escolhida como o local quando a Curiosity estava orbitando Marte. O motivo da escolha foram evidências de que o local pode ter contido grande quantidade de água líquida no passado.  

Nasa/JPL-Caltech/Univ. of Arizona Nasa/JPL-Caltech/Univ. of Arizona

Calotas polares de Marte

O planeta Marte possui calotas de gelo permanente em seus polos. Há nessas regiões água congelada coberta por camadas de CO² congelado (gelo seco). No verão, quando há incidência de luz solar, o CO² congelado sublima, criando enormes ventos que atingem até 400 km/h. A camada de água congelada possui diâmetro de cerca de 1.000 km no polo norte e de 350 km no polo sul. Os cientistas estimam que juntas atingem volume de gelo que ultrapassa os 2,85 milhões de quilômetros cúbicos de gelo da Groenlândia.

Para finalizar, um pôr do sol visto de Marte

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