Segundo o coordenador do Obvio, Ivenio Hermes, o problema da violência nas cidades da Grande Natal é antigo e complexo, e foram feitos alertas à gestão da segurança pública do RN, que não teria se preparado para evitar o aumento da violência.
"Operando em espasmos de ações reativas, o Estado deixou de protagonizar as políticas públicas de segurança, dando lugar para que criminosos, geralmente ligados a facções criminosas, ditem as regras de comportamento e convívio no seio da lacuna deixada pela ausência do Estado", afirma.
Para Hermes, os cenários em Extremoz e Ceará-Mirim são exemplos da ineficiência da segurança no Estado.
"Ceará-Mirim possui um imenso território, relevo acidentado, áreas de mata, aglomerados subnormais e áreas desabitadas que são propícias para esconderijos e para prática de desova de cadáveres", explica.
Segundo ele, Extremoz, ainda que menor que Ceará-Mirim, possui as mesmas características de ocupação urbana, além de possuir via férrea e fazer limite com a zona norte de Natal e São Gonçalo do Amarante, "regiões concentradoras de violência".
Para o pesquisador, os motivos que levam a altíssimas taxas passam pelo pouco efetivo policial, sobrecarga das delegacias, falta de estrutura, ausência de estratégias e pouca consideração às peculiaridades locais.
"São apenas algumas das variáveis de uma equação de insegurança que resultou nesse elevado índice de homicídios não só nessas duas cidades, mas em outras do Estado", completa.